Quadro mencionado no capítulo.⬆️
Aleksandra Bridwhistle, 18 anos.
Hoje é meu aniversário.Não que eu vá comemorar ou algo assim.
Apenas um ano mais velha, maioridade, ou seja, se eu não andar na linha, posso ser expulsa do orfanato.Que sorte hein?
Finalmente abro os olhos e ouço de longe o sino que toca todos os dias no mesmo horário das 05:30 da manhã, indicando para todas as garotas levantarem.
Me estico o máximo que posso dentro do armário de limpeza em que durmo.Você estaria pensando o porque eu durmo em cima de alguns cobertores velhos e uso um meu bichinho de pelúcia caolho como travesseiro.
Bom, a resposta é bem simples na verdade, nesse armário há uma fechadura e uma pequena lamparina que está sempre ligada.Eu não consigo dormir no escuro, não sei o porque, apenas sei que quando tudo está escuro, eu tenho crises de pânico, fico sem respirar e começo a ter ataques e tremedeiras por todo meu corpo, não podia ser melhor certo?
Me levanto e sacudo a minha camisola pequena demais para mim, passada de outras meninas que já saíram do orfanato até chegar em mim.
Destranco e saio do pequeno armário em que passo todas as minha noites, é quente, abafado até, e a melhor parte, deixa as garotas fora.Desde que me lembro, moro no Orfanato para garotas Divine Devotion, administrado por freiras da igreja local.
Não tenho memória alguma sobre meus pais ou dos meus 11 para baixo, apenas acordei um dia na minha cama em Divine Devotion, com uma dor de cabeça constante e a irmã Sarah me sacudindo para sair da cama.Comparada a história de alguma garotas aqui do orfanato, acho que eu deveria ser grata por não saber se tive pais abusivos, irmãos molestadores ou um guardião que te venderia por um pouco de cocaína.
Sim, definitivamente uma vitória.
A madre Dália nunca responde nenhuma das minhas perguntas, já desisti de tentar, todas as vezes me levaram a castigos extremamente dolorosos.
Você pensaria que as freiras são devotas, amáveis ao povo do senhor, desculpe estourar a sua bolha, mas tem outra coisa vindo dessas megeras.Me dirijo para um do quartos coletivos que evito como o diabo evita a cruz.Sim, essa garota aqui tem muitas piadas relacionadas à igreja.
Não me entenda mal, acredito em Deus e tudo mais, mas apenas acho que ele não tem tempo para minhas lamentações, e duvido que se importe com o que acontece nesse buraco em que me encontro residindo.Passo pelos corredores brancos, sem vida e desprovidos de qualquer decoração e cor.
Ao chegar no quarto, suspiro aliviada ao ver que todas as meninas desceram para o café da manhã, um bônus ficar parcialmente longe do quarto.
Há oito camas e três beliches, todos em fileiras, cuidadosamente separados por banquinhos que acabam tendo a mesma utilidade de um criado-mudo.
Passo pelas camas até chegar na última cama, a mais perto da janela, e que surpresa, a cama que está com os lençóis rasgados.Sério mesmo?Essa é velha.Suspirando, ignoro os lençóis e me agacho até o baú que fica embaixo da minha cama, contendo ali todas as roupas que possuo.
Quando abro, vejo a minha escassez surrada de roupas, que por sorte, está intocada, parece que dei sorte hoje.Escolho uma blusa rosa já perdendo a cor devido ao tempo, meu casaco branco de sempre e um par de moletom que tem um pequeno rasgo no meio das pernas, mas que se dane.
Me apresso calçando meu único par de tênis All Star que uma vez foi vermelho.Saio do quarto e desço as escadas até a sala de jantar, o casarão é parcialmente grande, dois andares, com um quarto coletivo para as garotas, um coletivo para as freiras e o único de solteiro para a madre superiora.
Escritório da madre, duas salas em que ocorre as nossas aulas, uma capela, o banheiro das meninas e o das freiras, uma cozinha pequena, sala de jantar e um pequeno hall que se conecta a sala principal.
O pequeno inferno em forma de casa se me perguntar.Chego a sala de jantar e vejo as duas grandes mesas que replicam a do retrato "Santa Ceia", que por um acaso, está pendurada no centro da parede que leva a cozinha.
Vidrais de mosaicos decoram a sala de jantar e mesmo com a luz natural, essa casa parece escura.Penso que deve ser o reflexo da alma das freiras e garotas azaradas que habitam aqui.Com a cabeça baixa, me dirijo para o final da mesa, ficando facilmente longe de todas as meninas que estão conversando, fico grata por ninguém parecer ter me notado, vejo um pedaço de pão com mel, um copo de leite e uma banana a minha frente, o mesmo está em todos os lugares das duas mesas ocupantes na sala.
Uma é apenas para as freiras, e outra para as garotas.Suspiro e começo a comer o meu café da manhã, poderia ser pior, tenho sorte de ter algo no prato, muitas pessoas nem isso tem, e não sei porque, mas tenho a estranha sensação de apreciar uma refeição, não importando o quão escassa ou ruim ela seja.
Me deixando divagar, viro para o lado e percebo que todas as garotas da mesa estão olhando para mim.
Me forçando a desviar o olhar, abaixo mais a cabeça e me concentrei no meu pão, até que sinto algo sendo atirado em mim, para chamar minha atenção.
Sigo ignorando, é o melhor.-Ei aberração!-Reconheço a voz de um da minha pior atormentadora premium, mas sigo ignorando.-Eu sei que você está ouvindo sua vadia!
Que classe, olho um pouco para a mesa da frente para ver se as freiras ainda estão tomando o seu café, e olha que surpresa, elas estão, mas não fazem nada para repreender a vadia que tenta desesperadamente chamar minha atenção.
Jenna Richmond.
Ela e seu grupinho de malvadinhas estão nesse orfanato quase o mesmo tempo que eu, Edith Bridwhistle e por fim Melissa McCall.
Você deve pensar, Edith Bridwhistle, o mesmo sobrenome que eu certo?Somos irmãs, primas ou parentes, mas não.
Pelo menos mais cinco meninas tem o mesmo sobrenome, o que significa que chegamos aqui com apenas um nome, sem qualquer outra informação para um possível rastreamento familiar.Nunca me importei, não faria diferença de qualquer forma, não é como se eu quisesse encontrar meus pais ou algo assim.
Baseado no pânico e traumas que pareço ter, vai saber se eles não foram os responsáveis, e aí está a parte ruim de não lembrar.
Jenna entrou no orfanato um ano depois de mim, temos a mesma idade agora, sua mãe era viciada em metanfetamina e seu pai batia nela e na sua mãe até a perda de consciência.
Ela é uma morena de ancestrais latinos com certeza, corpo curvilíneo até, olhos castanhos e sua expressão habitual de vadia.Edith poderia ser sua cópia carbono, mas as duas pelo visto só são melhores amigas em me atormentar.
Por fim, temos Melissa, uma loira que eu definiria como saída de um desejo animado.-Acho que ela está tão perdida na cabeça doentia dela que não escuta mais você Jen-Edith diz e logo em seguida da uma risada falsa.Como ela, sem dúvidas.
Ela vive falando mal de Jenna, mas nunca sai de seu lado, mas vai entender, certo?
-Sua presença nos incomoda aberração, faça um favor a todas nós e vá embora desse orfanato.-Dessa vez é Melissa que fala.
-Ir embora?É melhor se matar logo, você só desperdiça o oxigênio.
Todas riem e a mesa de outras meninas que costumam seguir Jenna, riem junto, como se eu fosse a piada mais engraçada que já viram nas suas vidas.
Fodase essa merda.
Termino de comer o mais rápido que posso e me levanto do meu lugar sem olhar para ninguém, brevemente ouço apelidos dirigidos a mim e risadas.
Saio da sala de jantar e vou para o quarto das meninas, eu preciso colocar os lençóis rasgados fora antes da supervisão antes das aulas.
Levo os lençóis para o lixo no final do corredor, mas assim que saio do quarto, sou empurrada para o chão.
-Você não achou que merecemos a sua merda de atenção, aberração?Quem você pensa que é?-Jenna diz com suas amigas a reboque.
Isso não vai acabar bem.
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Demon's Elite:Blood Moon
VampirAlex Birdwhistle não se lembra de como ou quando chegou no Ofanato Divine Devotion, sua única lembrança é dos monstros que a perseguem durante a noite e as boas meninas durante o dia. Para ela, viver no Orfanto exclusivo para meninas é uma verdadeir...