Capítulo onze - Timidez.

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     Eles estavam se encarando, era difícil compreender quem estava mais inseguro com a presença do outro. Kazembe Coleman, mais de um metro e oitenta, aparentemente forte, pai da namorada. Thomas Holland, Príncipe da Inglaterra. Kazembe olhou para as mãos dadas  do casal parado na porta, coitado com presentes até o pescoço. Para quê dois buquês de flores se a filha dele era só uma? Por que ele parecia tão assustado? Com certeza havia feito algo de muito errado para tentar comprar sua filha com tantos presentes. 

— Papai, esse é o Tom. — Zendaya sorriu completamente apaixonada, olhando para o rosto do namorado com muito carinho. — Meu bem, esse é o papai. — Os dois se entreolharam mais uma vez, Tom engoliu em seco. Darnell foi até ele, recolhendo os presentes para que o pobre gatinho assustado pudesse respirar. 

— Prazer, Thomas… — O que deveria usar? O seu título ou o seu sobrenome? — Holland. Estou deverasmente agraciado por finalmente conhecer o senhor. — Estendeu a mão livre para um comprimento mais formal. Foi Kazembe quem engoliu em seco e o cumprimentou. 

— Kazembe. — Ele tinha um sobrenome? Ele já não era príncipe? — Fico satisfeito em finalmente lhe conhecer. — Então se afastaram, ainda mais nervosos. — Filha, você não me disse que…

— Eu falei que ele era um príncipe. Poxa, o senhor não prestou atenção? — Ela praticamente miou. Ela tinha dito, mas estava tão terrivelmente apaixonada que pensou que fosse um elogio. Por que nem mesmo Darnell havia lhe dito que o príncipe da sua filha, era realmente um príncipe? — Tudo bem, o importante é que o senhor já sabe.

— Darling, o seu pé. Você não deveria estar nem de pé, vamos, é melhor voltar para o sofá. — Tom sorriu para a namorada, apoiando-a para que não fizesse mais esforço. Não era como se ela tivesse saltado metade da sala até ele. Kazembe prendeu a respiração, estavam tão próximos. Thomas colocou a namorada sentada confortavelmente no sofá, porém em segundos ela levantou em um pulo apontando para as flores. — São para você, sente-se que eu vou buscá-las. — Foi a mesma coisa que falar com o vento, Kazembe sorriu com a filha enérgica e feliz, fazia muito tempo que não a via dessa maneira. Trocou mais um olhar com o rapaz, que lhe devolveu o sorriso. 

 Para a sua surpresa, Zendaya não foi nas rosas e sim diretamente nas astromélias pouco amassadas por serem arremessadas no chão. Aquele ato inocente, foi tão importante para ele. O outro buquê era imenso, chamativo e romântico e mesmo assim, ela preferiu o amassado. Thomas ficou muito aliviado com isso. 

— São lindas Tom! Você é sempre tão caprichoso e detalhista… — Ela diz abraçada com o buquê, o cartão em mão lendo-o. — Sempre Shakespeare, isso é tão lindo. — Ela sorriu para o namorado, tirou as flores do embrulho e as colocou no vaso junto com as outras flores que ele havia enviado ao longo da semana, estava de coração quentinho com o presente, então pegou o outro buquê, ficou feliz, mas esse era tão exagerado e pesado. — Aí! — Colocou o buquê de volta na mesa, Tom se aproximou dela com uma expressão completamente preocupada, então notou em seu dedo uma pequena bolha de sangue. 

— Cuidado meu bem… Deixe-me ver. — Diz tocando sua mão com cuidado, tirou um lenço do bolso e limpou a mão dela com cuidado. De que adiantava um arranjo de flores tão caras se apenas a machucou? — Por isso eu não gosto de rosas. Deveria ter jogado essas flores no lixo. 

— Tivemos um encontro desagradável lá embaixo. — Darnell explicou, Kazembe entendeu o que se tratava, ainda se perguntou por quê o rapaz havia trago as flores com ele. 

— Quem dá rosas com espinhos para alguém? — Perguntou pegando o buquê. — Posso…

— Com certeza. — Zendaya disse sem nem olhar para as flores. Elas não eram mais bonitas como antes. 

Like in a Fairy Tale • TomdayaOnde histórias criam vida. Descubra agora