Like in a Fairy Tale • Tomdaya

Capítulo vinte e três - Saúde mental

⚠️ Este capítulo contém conteúdo sensível.

— Espera, deixa eu ver se entendi. Você negou um projeto de clipe por que está namorando? — Darnell estava a ponto de ter um colapso nervoso quando Zendaya lhe contou. 

— Sim? Não faz sentido eu beijar outro cara no clipe! — Zendaya gesticulou fazendo Darnell revirar os olhos. Harry e Hunter assistiam a cena de longe. A realidade é que esses dois estavam desenvolvendo uma amizade incrível e caótica.

— Como não faz sentido? Zendaya, é literalmente uma música romântica! 

— Tá, uma música romântica que eu escrevi pensando no meu namorado. É uma música feita para ele. Foda-se o que os diretores querem! A música é minha e do Tom! — Darnell queria sair arrastando Zendaya pelos cabelos no meio do asfalto quente.  Thomas apenas observava a discussão entre os amigos, sem entender bulhufas do que estava acontecendo. 

   Antes de dormirem, Tom evitou qualquer assunto relacionado a trabalho, estava preocupado com a saúde mental da namorada, depois daquela crise de pânico intensa, parou para refletir sobre muitas coisas, sobre o antigo relacionamento dela, sobre quais torturas aquele homem desprezível ousou fazer contra a sua garota e quantos traumas ela estava carregando daquele relacionamento. Sim, ela carregava. 

  Durante a conversa que Thomas e Zendaya tiveram após o ocorrido, a cantora temia que os abusos voltassem a acontecer, a declaração ficou nítida quando ela disse que faria tudo que ele pedisse para que ele não precisasse maltratá-la. Aquilo o sufocou e lhe trouxe uma vontade imensa de chorar. Ele amava demais aquela mulher para maltratá-la de alguma forma, era quase que ofensivo que fosse imaginado daquela forma. Então por precaução, sugeriu que eles fizessem terapia de casal. 

— Thomas, você se importa se ela encenar um romance com outro cara? — Darnell olhou para o príncipe que estava em completo silêncio até então. 

— Não, eu sei que é um trabalho e por mim tudo bem, sei que vou tê-la comigo depois. Então não me importo. — Não era mentira, confiava na garota e depois de tanto amor na noite passada, não tinha com o que temer em ser trocado. 

— Viu só? — Darnell gesticulou. 

— Você não sente ciúmes de mim? — Zendaya encarou o namorado incrédula. Os braços cruzados indicaram a sua irritação. 

— Sinto amor, é lógico que eu sinto. Mas isso? Sei que é mentira, você escreveu uma música inteira pensando em mim e ontem dormiu nos meus braços. Como vou ficar desconfortável sabendo que você me ama ao ponto de contar todos os seus segredos. Eu confio em você. — Ele diz, até nessas horas Zendaya o achava adorável e ele era o único capaz de driblar uma crise de raiva dela. — Eu te amo, Daya.

— Oh mate’, isso é muito importante para mim. Traição nenhuma tem perdão e eu fico muito feliz em saber que a sua confiança sobre mim é tão grande. Mas ainda sim eu não me sinto confortável em fazer isso. Eu sou cantora e não atriz. Não quero beijar nenhum outro homem, mesmo que seja de mentira. — Bem, também não era mentira. Zendaya sabia que não precisava de muito para que as pessoas esperassem coisas sobre ela. Não queria que ligassem a imagem dela com homens e, no momento, todos já estavam fazendo isso. Thomas era o homem que ela amava e no momento não estava se importando com essa imagem que carregava. — Darn, é uma música romântica sim, mas fala sobre os sentimentos de alguém especial. Não acho que passaria sinceridade se eu aceitasse gravar isso fingindo estar apaixonada. Quero que passe a verdade, que as pessoas sintam um pouco do que eu sinto pelo Tom. 

— Ela tem um ponto, Darn. Não podemos esquecer do fiasco do último álbum. — Hunter diz. — Você deve fazer apenas o que se sentir confortável, Daya.