002 ≈ Mais que guarda-costas: babá!

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»| 5/6 anos depois...

Todos nós sabemos que, fora as condições essenciais para cumprir os requisitos básicos de um bom guarda-costas precisamos de muita habilidade, agilidade e muita disposição para estar pronto para qualquer problema a qualquer hora. E bem... O meu trabalho é um tantinho diferente.

– Tio Alec, pega a minha toalha!

Nop. Eu não sou Tio dele, é apenas o jeito dele querer tirar o meu juízo.

– Por que ultimamente esquece tanto dessa toalha!? – gritei de volta entrando em seus aposentos.

– Está em cima da cama!

Eu me chamo Alexander Wong, três décadas de idade, sou formado em Vigilância e quase dez anos dessa minha vida é dedicada a isso. É uma longa história de como eu cheguei aqui apesar de não ser complicada e ainda recente, mas além de seu guarda-costas, sou uma espécie de "babá" da criatura recém adulta. Pois é, sou mais que um guarda-costas. Não está no meu contrato, mas o Teo passou por uma época traumática na infância e todo um processo me fez parar aqui. Eu venho ajudando em seu desempenho na vida adulta por vontade própria, mas também, se dependesse do Senhor e Senhora DeVitto — os pais do Matteo, o garoto talvez teria se perdido na vida. Ou estaria sem vida.

– Alec, você deveria parar de reclamar e fazer o que eu mandar sem me estressar antes. – ele mostrou a língua assim que saiu do banheiro.

Aparentemente, estava de bom humor. O que é algo raro de se acontecer...

– Você sabe que não sou obrigado a acompanhar os seus passos dentro de casa, não é? – cruzo os braços, me sentando na poltrona de seu quarto.

– Você sabe que odeio ficar sozinho. E também, você ganha três vezes mais do que deveria ganhar. Vou atrasar na hora de pagar seu salário. – ele mostrou um sorrisinho de canto.

Esse sorriso está sendo a novidade do momento.

– Seus pais que me pagam. E não esqueça de que além de guarda-costas, sou único amigo, motorista, despertador, ombro-amigo, conselheiro e babá. Eu não mereço ganhar três vezes o meu salário, e sim, o dobro de três! E o que é isso? Virou pão duro de repente? – deixo escapar um risinho ao vê-lo fazer careta.

– Não esqueça de que eu posso demiti-lo.

– Não esqueça de que se não fosse eu, provavelmente você já teria perdido seu réu primário. – pisquei.

– Falando com toda essa convicção, parece até que já dei trabalho alguma vez... – seu tom irônico me deixou um tanto quanto indignado, por isso arremessei o chinelo na direção dele.

Não foi para acertar.

– Ah, nunca me deu trabalho!? Além de te levar no hospital depois que desmaiou de tanto beber sozinho no quarto, já voltei pra casa te arrastando pelo braço simplesmente porque te deixaram voltar pra casa sozinho e você foi parar em outro bairro. Outro bairro! – arremessei o outro chinelo em sua direção quando o mesmo ria como se fosse algo engraçado, quando na verdade lembrar desse dia me dá calafrios. 
– Sem contar na crise de pânico que teve no lugar.

– Aaai! Pare de ser bobo! Isso foi pra você aprender e não me deixar sozinho. – falava vestindo a blusa do pijama.

– Você estava sozinho, Matteo Romero DeVitto? – cruzei os braços.

– Ai! Por que falar tão sério assim comigo? – ele fez careta.

– Responda a minha pergunta primeiro. – firmei a voz.

Mais Que Um Guarda-CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora