Foi por volta de uma hora e quarenta da tarde quando o Matteo finalmente desceu do quarto depois de ter bebido quase um litro de vinho seco na noite anterior. Eu não subi para acorda-lo e nem liguei ou mandei mensagem, apenas deixei que levantasse a hora em que quisesse, e com isso ele acabou perdendo a manhã inteira. Ainda por cima estava extremamente estressado e com uma ressaca absurda, descontando sua indignação em tudo e todos — obviamente que quem sofre com os surtos dele, sou eu.Já no dia seguinte a esse, o Teo ainda levou a manhã inteira reclamando de dor de cabeça e coisas e mais coisas enquanto eu o acompanhava em alguns exames que ele faz uma vez por ano, exames de sangue, um pulinho no dentista, uma conversa com o nutricionista... Coisas que ele não suporta fazer, mas todas são necessárias para a sua saúde.
– Me pergunto constantemente o porquê fica tão estressado mesmo tendo tudo ao seu dispor. Tivemos muitas coisas para resolver, e fizemos tudo antes do dia acabar. Você ainda tem tempo de estudar um pouco hoje à tarde. – comento, alternando os olhos da pista para vê-lo de relance no retrovisor.
Era uma tarde nublada, um clima gélido e pouca gente transitando. Perfeito para passar o tempo assistindo e comendo besteiras debaixo do cobertor.
– Não estou na minha melhor semana. – disparou friamente; e como resposta, lhe dei um aceno de cabeça e segui para o nosso rumo de volta pra casa.
Eu me permaneci em silêncio e refleti um pouco sobre a noite estranha em que o Matteo estava muito falatório e carente... Na verdade, pelas declarações eu achei uma graça e já entendi que a bebida lhe dá a coragem que mal tem, mas um pouco assustador por não ser algo típico do Teo.
Ele falava algumas coisas sem sentido, mencionava os meus amigos e principalmente a Diana, que estava nos principais tópicos da conversa. Mesmo depois de adormecer, ele ainda murmurava algumas coisas... O que mesmo parecendo bobo, me tirou o sono e eu simplesmente não consegui pregar os olhos.
Será que ele está certo sobre a Diana não gostar de mim?
– Bem na hora, meninos! Vou pôr o almoço na mesa! – a senhora Rosie nos cumprimentou com o seu doce sorriso de sempre.
– O cheirinho está delicioso! – abraço os ombros dela, um abraço respeitoso.
– Assim que estivermos prontos, iremos vir e almoçar com a senhora. Tudo bem? – perguntei, observando o Teo subir sem falar com a senhora Rosie.– Tudo bem, agora vá e fique mais confortável para o almoço. Eu acho que o nosso pequeno Matteo está estressado. – ela riu. Já ciente, e que isso é rotineiro.
– Hm... Não há novidade.
Após o almoço silencioso, o Teo foi para o quarto estudar e eu fiquei um pouco no jardim; fumei uns dois cigarros enquanto observava alguns patinhos fluturem sobre a água do lago, e o clima nublado estava me trazendo uma sensação esquisita de final de tarde de domingo tedioso, como se as horas passassem lentamente para você refletir sobre o dia que teve — apesar de ser uma quinta-feira.
Geralmente não sou de ficar muito no celular, mas tudo estava tão chato que resolvi entrar nas minhas redes sociais e rolar a tela um pouco... Assisti alguns vídeos bobos e curti algumas fotos aleatórias, até que acabei sendo surpreendido com uma mensagem da Diana que dizia: "Está livre hoje à noite?" Eu congelei por uns breves segundos, meu coração acelerou então eu não respondi, até que recebi uma foto dela — não era nenhuma espécie de nudez, era apenas a Diana sorrindo. O que me fez involuntariamente sorrir também.
Nós conversamos por cerca de dez minutos marcando horário e local para nos encontrarmos, e como o Teo não iria sair do quarto para nada, subi e fui avisá-lo:
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Mais Que Um Guarda-Costas
RomanceNo começo era apenas apreciação a figura resiliente do Alec, de como ele queria a sua força, seu otimismo, seu carisma, seus músculos... Mas conforme o Matteo foi crescendo e se desenvolvendo, foi percebendo que esse calor no peito que se espalhava...