O arrependimento que eu sinto por não ter dando continuidade àquilo com a Diana, me perseguiu até a terra natal do Teo.Sim. Até a Itália.
E o grande – talvez o maior surto da vez foi ter que arrastar o Matteo até a Itália à pedido dos pais. A missão é basicamente fazer o garoto se familiarizar com o negócio que gira o dinheiro dos DeVitto; levá-lo para passeios na fábrica e colocar na mente do mesmo que é o que "deve" ser feito. O nível de respeito, confiança e diálogo é tão grande que eles precisam de mim pra isso. Não há necessidade de menção sobre tamanho absurdo quando ouvi isso da boca da Sr. Pietra... estou apenas seguindo o que me foi mandado, mesmo sabendo que minha tentativa não valerá de absolutamente nada, já que eu jamais colocaria na mente do Teo que ele deve fazer algo contra a sua vontade.
E para resolver essa burocracia, serão necessárias reuniões. Principalmente com aquela família mal resolvida onde todos parecem urubus na carniça quando o assunto é dinheiro... E bem, já que ele resistiu até agora, dessa vez não conseguiu adiar esse acontecimento. Afinal, ele já tem vinte anos... Essa preparação iria acontecer mais cedo ou mais tarde de qualquer forma.
E como tive apenas uma semana para convencê-lo a ir, o tempo foi tão corrido que não consegui falar com a Diana pessoalmente. Foram só algumas trocas de mensagens rápidas, e sinceramente, estava desanimado desde que cheguei.
– Que cara é essa? – o Matteo com o seu tom muito "amigável" indagou, me despertando dos meus pensamentos... eu apenas neguei com a cabeça, franzindo o cenho em seguida, observando a dificuldade que ele tinha em arrastar minha mala para dentro de seu quarto.
– O que está fazendo? – entro no cômodo de uma vez.
– Você vai ficar aqui. Comigo. – falava com toda a certeza do mundo.
– Claro que não. Não poderia ficar. – me aproximo para arrastar a mala de volta, mas ele atravessa na frente:
– Eu já fui obrigado a vir... É o mínimo que você pode fazer. – seus olhos estavam firmes no meu, ficou um silêncio esquisito então eu não contestei mais.
Se era seu desejo, não encarei como um grande problema. Também com a carinha de coitado que ele tem, é meio difícil uma discussão séria.
Passaram-se algumas horas desde que chegamos e o mau humor extremamente notório do Matteo exalava por onde ele passava, ou seja, todos da casa que dirigiam a palavra ao garoto, certamente recebia um olhar nada amigável e um tom de voz um pouco rude do seu habitual. Mesmo estando acostumado, chamei atenção dele algumas vezes, mas como o Teo é pirracento, acabou me deixando mais estressado também.
O que também é novidade.
– Não entendo porquê me querem aqui se nem em casa estão! – falava alto olhando os quatro cantos da casa enquanto subia as escadas apressadamente.
Já eram por volta das nove da noite e realmente desde que chegamos não tivemos sequer notícias dos DeVitto. Também, não era muito relevante nem pra mim muito menos para o Teo, mas a sua indignação era sempre a falta de compromisso. Nunca pontuais porque simplesmente há coisas mais "importantes" pelo caminho, e péssimos em se comunicar. Inclusive um dos porquês do Matteo ser assim tão complicado.
– Pare de reclamar. – com a mão em sua cintura, o guiei um pouco mais rápido até o seu quarto e fechei a porta.
– Aí... Está sentindo falta de alguma coisa de casa? – perguntou, parecendo claramente curioso.
– Deite e durma. Amanhã vão vir arrumar as suas coisas no quarto às nove, e provavelmente já terei meu quarto, então será o mesmo esquema. – me sentei no sofá preto em frente da grande janela de vidro.
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Mais Que Um Guarda-Costas
RomanceNo começo era apenas apreciação a figura resiliente do Alec, de como ele queria a sua força, seu otimismo, seu carisma, seus músculos... Mas conforme o Matteo foi crescendo e se desenvolvendo, foi percebendo que esse calor no peito que se espalhava...