Os dias estavam se passando devagar, a semana parecia que durava um mês por conta da energia pesada da presença dos senhores DeVitto, isso era incontestável. E justo quando eu evitava muito contato íntimo com o Teo pela formalidade em frente aos pais e toda aquela gente, ele acabou voltando com os pesadelos e crises de ansiedade no meio da noite com mais frequência; o Matteo estava menos disposto a sair do quarto, a casa vivia cheia de empregados e ele se sentia desconfortável no meio daquelas pessoas que o olhavam com indiferença.– Alec?
– Hm? – me assustei assim que vi o Matteo de pé encostado no batente da porta que da para a cozinha dos funcionários da casa. Ele estava com um de seus pijamas de cor neutra de sempre, com os cabelos bagunçados e cara fechada.
– Aconteceu alguma coisa? – baixo lhe perguntei.– O que está comendo? – murmurou aproximando-se de mim, esfregando os olhos com os punhos fechados.
– Estou comendo lámen. – sinalizo ao prato fundo na mesa.
– Isso vai te deixar satisfeito? – ele se sentou ao meu lado naquela mesa de madeira, encostando o rosto no meu ombro.
– Esse é o segundo. – sem mostrar os dentes eu sorri de boca cheia.
– Hm... Parece bom...
– Não jantou de novo? Se quiser, posso lhe servir a comida do jantar. – lhe dou um leve empurrãozinho.
– Tomou as vitaminas? – seguro o rosto do Teo na altura do meu verificando seu estado.
– Só não pode tomar os remédios sem comer nada.– Coloca um pouco na minha boca? – perguntou apoiando o queixo em meu braço esquerdo na mesa.
– Isso não é nada saudável pra você–
– Um pouco não vai me matar... – ele acariciava o rosto em meu braço.
– Okay... Vou pegar um hashi pra você–
– Não precisa... Pega com o seu.
– Achei que se importasse, se eu–
– Põe um pouco na minha boca, tio Alec...
– Okay. – levei uma grande quantidade para a sua boca; o Teo lambeu bem os beiços saboreando o lámen como se fosse a primeira vez, segurou meu pulso, e inesperadamente chupou meus dedos que haviam sujado com o caldo vermelho da massa.
– Está muito gostoso. – um sorriso pequeno é entregue a mim, ainda permanecendo seus olhos numa linha quase que fechados.
– Não lembro a última vez que comi isso. – ele abraça o meu braço esquerdo, aconchegando-se em mim cono apoio.– Nostalgia? – afago seus cabelos, ainda perplexo com o que acabou de acontecer.
– Agora vamos dormir?– "Vamos" ? – o biquinho discreto formado em seus lábios me tirou um sorriso assim que me levantei indo em direção a pia.
– Você sobe e eu vou para o meu quarto. – senti minha espinha arrepiar quando o Teo abraçou minha cintura, e seu rosto acariciando minhas costas me deixava um pouco desconcertado.
– Teo, eu já falei que–– Que não podemos mostrar a intimidade que temos quando todos estiverem aqui. Já sei. – ele suspirou, me olhando de cara feia.
– Não acho que tem problema, nos conhecemos bem.– Você sabe bem que não é assim que funciona. Se sou funcionário, sou funcionário. Não se mistura profissional com pessoal. – dei de ombros.
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Mais Que Um Guarda-Costas
RomanceNo começo era apenas apreciação a figura resiliente do Alec, de como ele queria a sua força, seu otimismo, seu carisma, seus músculos... Mas conforme o Matteo foi crescendo e se desenvolvendo, foi percebendo que esse calor no peito que se espalhava...