"Beleza, vamos começar do início"

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Eai, cês tão bem?

Espera, espera, vocês devem estar se perguntando quem sou eu, ou melhor porque eu tô aqui.

Beleza vamos começar do início, eai,eu sou Isabel, Isabel Morales, provavelmente o meu sobrenome te deu um dejávu, mas e da minha história que eu tô contando.

Eu fui picada por uma aranha radioativa, e desde então todo meu corpo, meus sistemas começaram a mudar, meus reflexos eram afiados como uma adaga, minha força drobou, eu era quase tão veloz quanto o vento, eu meio que grudava em tudo que tocasse, como se meu corpo estivesse coberto por super cola.

No começo era bem difícil, eu tava mudando da noite para o dia, e tava sozinha nessa nova jornada, eu tava tentando entender tudo que aconteceu comigo, tentando me entender.

Eu grudava em tudo, não sabia como mas até no teto eu conseguia ficar presa, além do meus sentidos, eu conseguia sentir quando algo ou alguém viesse em minha direção, sem nem precisar olhar na direção para saber.

Depois de roubar alguns gibis em quadrinhos do meu irmão,eu comecei a fazer teorias doque poderia estar acontecendo comigo.

Picada de aranha, grudar em tudo, aumento de força, sentidos afiados, aquilo tudo parecia um replay da história de outra pessoa,mas não era qualquer pessoa.

BROOKLYN, terra -1610

Eu caminhava junto de meus pais pelo prédio da escola VISIONS que meu irmão mais novo frequentava,passo a mão pelas minhas tranças tirando as do meu rosto que insistiam em cair sobre meu rosto,eu vestia uma blusa longa estampada com o nome da minha banda favorita ou seja o Nirvana, uma calça cargo cor bege e calçava meus amados e confortáveis Jordans.

Eu estava acompanhando meus pais para ver as notas do meu irmão e como ele vai com seus estudos, enquanto caminho consigo observar alguns alunos que estavam no corredor da escola, eles vestiam o típico uniforme de lá, camisas brancas sociais e gravata,a maioria das meninas optavam por usar saia.

Consigo perceber as encaradas de várias alunas me olhando com desprezo ou superioridade, algumas reviravas os olhos, sinceramente como meu irmão sobrevive nesse lugar?

Já alguns meninos me olhavam com olhares... Como posso dizer?
Meio maliciosos, outros chegavam a babar, aquilo sinceramente estava me deixando desconfortável.

Talvez o fato de eu me destacar fosse provalmente minha idade um pouco há mais doque dos alunos dali, ou provalmente o meu piercing no septo, mas provalmente havia outras garotas com piercing alí eu imagino, ou o fato de meu braço sempre estar com várias pulseiras de crochê, eu amava pulseiras de crochê, tenho de várias cores diferentes,ou até mesmo minhas tranças ou meu estilo de roupa.

Olho para o lado e percebo uma garota branca,meio baixa, se fosse para chutar seu tamanho seria 1,57, ela tinha cabelos lisos ruivos, curtos,batinham em seu ombro, quase do mesmo tamanho que o meu, ela me encarava sem vergonha na cara de pau dela, sua feição era uma mistura de deboche e desprezo.

Paro de andar e me viro de frente para ela, ela levanta uma sobrancelha parecendo confusa.

_ Tem algo no meu rosto? Pergunto

_ O que? Pergunta a menina ruiva parecendo ainda mais confusa.

_ Não sei, eu que pergunto, você está me olhando como uma cobra esperando para dar o bote, sei talvez tenha alguma coisa.... Eu digo me examinando, assim que começa a examinar meu braço, eu finjo surpresa suspirando alto.

_ O que foi? Pergunta a ruiva.

_ Eu já entendi, aí meu Deus, eu já entendi, eu sou preta. Digo com falsa surpresa contendo o riso que queria escapar, a garota agora me olhava preplexa.

_ Isabel, ande logo filha. Escuto meu pai me chamar, volto a andar agora rindo da situação recente, olho para trás antes de passar para outro corredor que dava para sala da diretoria e vejo a menina ruiva estática, queimando seus neurônios para processar o que acabará de acontecer, em seguida some da minha visão quando eu entro no corredor com meus pais indo em direção a sala da direção.

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