Terra 138
Sinto dor assim que sou arremessada do portal colidindo contra o chão que parecerá mais um terraço de um prédio.
Depois de recuperar um pouco da consciência após ter sido arremessada como uma boneca de pano, me levanto com um pouco de esforço do chão, por sorte não havia tido nenhum machucado grave apenas tinha me ralado minhas pernas que estavam cobertas pela minha calça jeans preta.
Quer dizer, não totalmente cobertas já que a calça era rasgada, assim que olho para o relógio em meu pulso percebo que ele estava com a tela trincada e apagada , provavelmente teria quebrado quando fui arremessada contra o chão.
_ No, por favor no me hagas esto . Digo tentando mexer no relógio com esperança de que poderia ligar novamente mas era inútil.
Após falhar em tentar ligar o aparelho, começo a observar tudo em minha volta, parecia o Brooklyn mas estava diferente, muito diferente, não sei explicar.
Estava bastante frio lá encima, olho ao redor do terraço vendo que havia uma porta que era a saída de lá, eu saio de lá com um pouco de dor no corpo.
Assim que saí do prédio começo a andar sem rumo pelas ruas, eu não sabia o que fazer, eu apenas continuo andando por aí observando tudo ao meu redor.
Eu tentava ser discreta mas as pessoas sempre prestavam atenção em mim quando eu passava, acho que era pelo fato de estar toda ralada, olho para minhas mãos com meus dedos cobertos de anéis de prata alguns um pouco grossos e robustos e outros mais finos e delicados,minha mão estava toda ralada assim como o resto do meu corpo.
Era noite então não havia tantas pessoas na rua, passo em frente ao um beco onde havia um grupo de homens percebo que eles me encaram, e derrepente eu sinto um arrepio na espinha.
_ Eai gatinha, não dá nem um boa noite, onde está a educação. Um deles grita mas eu não faço questão de olhar para trás, apenas os ignoro, porém escuto passos atrás de mim.
_ Acho que o gato comeu a língua dela, mas eu prefiro assim, quietinhas. Escuto outro falando, continuo a ignora- los até sentir um deles pegar meu pulso me fazendo parar de andar, olho para trás vendo um cara branco, alto, bem magro e barbudo me segurando, haviam outros três caras atrás dele.
_ Você parece uma delícia hein. O cara que estava me segurando diz e apenas consigo sentir nojo, é sério que até naquele lugar o assédio não acaba?
Me solto de seu aperto desta vez o encaro bem de frente, meus pais não criaram uma medrosa.
_ Vuelve a tocarme y te enseno el camino al infierno pendejo. O ameaço ele me encara confuso, apenas me viro novamente para seguir meu caminho.
_ Não vira as costas pra mim vaca. Ele diz e tenta me agarrar mas assim que sinto ele me tocar me viro com toda velocidade e raiva que posso e acerto um soco de direita bem no seu nariz, como eu usava anéis a dor deveria ser maior do que um soco sem anéis no dedo.
Vejo que quebrei seu nariz, posso ver o sangue jorrar de seu rosto, todos eles me encaram com fúria, e então eu percebo o quanto estou enrascada e começo a correr com eles correndo atrás de mim.
Eu já estava sem fôlego de tanto correr, não poderia pedir ajuda já que não havia ninguém na rua por conta do horário, tentei despistar- los muitas vezes mas como sempre assediadores eram persistentes ainda por cima quando você revidava.
Já sentia minhas coxas doerem de tanto correr, eu precisava despistar- los, vejo um beco um pouco mais a frente, porque sempre um beco?
Entro nele esperando que consiga fugir e os deixá-los para traz mas adivinha, havia um muro no final do beco.
Me amaldiço mentalmente, era muito óbvio Isabel, parece que os inúmeros filmes de terror que já havia visto não era o suficiente para você usar um pouco mais do intelecto.
Ia voltar a correr mas os caras me cercaram, dois deles tinham canivetes, o outro tinha um pé de cabra consigo, e percebo que o cara que eu havia quebrado o nariz tirou socos ingleses do bolso do casaco e colocou em seus dedos.
_ Você e atrevida né sua cachorra, mas isso aqui deve doer mais do que esses anéis. Ele diz se aproximando de mim junto de sua trupe.
_ El perro es tu madre. Respondo com meu braço erguidos em sinal de luta se fosse para apanhar até morrer, pelo menos eu atacaria de volta.
_ Vamos ver se ainda vai continuar com essas ladainhas assim que a gente acabar com você. Ela diz vindo na minha direção para me atacar me ponho em posição de ataque mesmo sabendo que perderia pela vantagem numéricas que eles tinham.
Até que do nada eu escuto um toque de guitarra bem alto que parecia estar vindo do telhado de uma casa, derrepente eu vejo um vulto pular lá de cima e cair de pé dentro do beco, eu não conseguia ver o que ou quem era por conta de estar nas sombras.
_ Fica na sua o punk, isso não é da sua conta, a cadela é nossa. Diz o cara do nariz quebrado, eu estava muito confusa, até o tal punk sair das sombras e bater de frente contra aqueles caras, ele parecia o homem aranha mas tinha espinhos em seu uniforme assim como usava uma jaqueta sem mangas e uma blusa azul um pouco rasgada, pulseiras e colar com espinhos, uma calça jeans azul um pouco surrada, e carregava uma guitarra consigo.
Eu olhava a briga pensando o quanto a cena era clichê, a garota que estava para ser atacada por um bando de idiotas e salva por um herói, sinceridade àquilo suava de forma ridícula e até machista na minha opinião mas quem sou eu para dispensar uma ajuda.
Vejo o pé de cabra de um dos caras cair no chão e rolar até meus, o pego e volto a olhar a cena, vendo o tal punk lutando contra um dos caras, ele já havia derrubado dois deles, também vejo o cara do nariz quebrado tentar acertar o punk pelas costas, corro até ele o acertando com o pé de cabra.
_ Luta limpo pendejo. Digo após acertar, olho para trás vendo o tal punk me encarando, ele havia acabado de derrubar o cara com que estava brigando.
Ele tenta se aproximar mas eu recuo para trás, por mas que ele tenha derrubado aqueles caras eu não sabia sua verdadeira intenção comigo.
_ Acho que depois dessa ele aprende a respeitar uma mina. Diz ele, assim que nos encaramos começo a sentir meus sentidos ficarem mais afobados, percebo que o punk estava contorcendo a cabeça como se estivesse sentindo também, e logo para.
Ele volta a me olhar e o vejo tentar se aproximar de mim, mas eu apenas volto a correr.
Não confiava naquele cara, não era porque ele me salvou que significa que ele tivesse boas intenções, eu estava em um lugar desconhecido e sair confiando em qualquer um era perigoso, e ele passava uma vibe bem intimidadora.
Sinto algo me prender pelas costas me erguendo do chão, eu apenas consigo gritar quando sinto eu ser puxada para cima e cair nos braços de alguém, olho para o indivíduo vendo que era o tal punk.
Eu vou morrer eu pensei.

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Just a universe away
PertualanganOnde Isabel Morales carrega o penso da frase " com grandes poderes, vem grandes responsabilidades" em suas costas. Todo dia e noite parece a mesma coisa, sair pela rua caçando criminosos, escondendo segredos de sua família,lidar com perdas e decisõe...