Just a universe away

Confiança 2

_ Você consegue, é assustador no começo mas a sensação que traz depois é incrível. Disse Hobie ao meu lado enquanto eu olhava para a rua de cima do parapeito do
terraço de seu prédio, eu havia o ajudado a montar meu lança teias, ele disse que agora teríamos que testa-lo porém eu não imaginava que o teste seria tão radical.

_ E se o lançador não funcionar?

_ Vai funcionar, relaxa, agora você só tem que lança e soltar, lançar  e soltar denovo e assim repete. Ele responde, sinto o vento bater contra mim enquanto eu ainda observava a rua em pé no parapeito, eu engulo seco e fecho meu olhos enquanto eu levantava um dos meus pés do parapeito, eu fico alguns segundos assim tentando tomar coragem para me jogar dali de cima porém eu não consigo e ponho o pé de volta no parapeito.

_ Eu não consi... Antes que eu pudesse terminar minha fala e sair de lá, sinto uma mão empurrar minhas costas me fazendo perder o equilíbrio e cair de cima do terraço, eu começo a gritar de desespero enquanto caio, eu olho desesperada para o meu pulso onde estava o lançador de teias e aperto o pequeno botão que logo lança uma teia em um prédio que ficava de frente ao de Hobie me fazendo ir em direção do mesmo em alta velocidade, eu acabo batendo de cara contra a parede do prédio, eu segurava a teia com força encolhida alí com os olhos fechados.

_ Viu, é fácil, só precisa de mais jeito. Eu escuto Hobbies gritar do terraço do prédio, eu abro meus olhos e eu ainda estava pendurada, olho para Hobie com uma espressão de fúria e sangue nos olhos.

_ Mas que porr...

Eu estava descendo as escadaria do prédio, enquanto Hobie vinha atrás de mim me pedindo desculpas porém eu estava muito irritada, eu continuei pendurada por alguns minutos até Hobie ir me tirar de lá.

_  Por favor, fala comigo. Eu me viro rápido para ele que pareceu se assustar com o movimento repentino.

_ O que quer falar? Você é louco, eu só queria ver se aquilo não funcionasse, e você ainda me fez  perder o meu piercing de pressão. Eu respondo, o piercing de pressão que eu usava no septo havia sumido enquanto eu caia.

_ Mas funcionou, só precisa aprender mais. Ele diz totalmente calmo enquanto ele colocava as mãos nos bolso de sua jaqueta.

_ Depois disso? Como vou continuar se nem em você eu posso confiar mais. Assim que termino de falar continuo a descer pelas escadas, eu saio do prédio dele e começo a andar por aí, eu precisava me acalmar.

Eu fico andando pela rua por um tempo, já estava ficando tarde, eu me sentia tão abalada eu não queria ficar aqui, eu sentia falta da minha casa, eu sentia falta das conversas diárias com minha mãe, sentia falta de ir pro cinema com meu pai, sentia falta da companhia do meu irmão nós éramos inseparáveis, sentia a falta do sarcasmo do Vicente, sentia falta de ir visitar meu tio Aaron ele sempre fazia me sentir melhor me levanto para grafitar muros com ele por aí.

Eu estava tão afundada nos meus pensamentos que não percebi alguém se aproximando de mim pelas costas, derrepente eu sinto um arrepio pelo meu corpo me alertando que alguém estava se aproximando, antes que a pessoa possa tocar em mim eu cerro os punhos me virando rapidamente para o indivíduo o acertando em cheio no rosto.

Após olhar bem para a pessoa o arrependimento bate assim que percebo que era Hobie, ele resmunga pela dor , eu tinha acertado seu nariz, concerteza deveria estar quebrado chutando pelo sangue que saiu de sua narinas.

_ Que merda, desculpa mesmo. Digo enquanto me aproximava para examinalo.

_ Tudo bem, já tive contusões piores. Ele disse enquanto me deixava examinar seu nariz quebrado.

_ Talvez isso sirva de lição para não chegar atrás dos outros de fininho assim. Digo parando de examinalo dando as costas para ele voltando a andar.

_ Espera, me dá uma chance de resolver a mancada que eu fiz. Eu me viro novamente para ele dando uma oportunidade para ele falar, porém ele não fala mais nada apenas me estende sua mão direita, eu fico hesitante porém eu a pego, assim ele me quia para algum lugar com ele, após alguns minutos percebo que estamos voltando para o seu prédio, entramos e ele me quia para a escadaria.

_ Vai me jogar lá de cima de novo? Eu pergunto sarcasticamente.

_ Eu sei que é pedir demais mas eu peço só mais um pouco da sua confiança. Continuamos subindo pelas escadas até chegarmos no terraço, assim que ele abre a porta eu me deparo com vários cobertores no chão e travesseiros , tinha também alguns salgadinhos, doces e refrigerantes, ele se vira para mim me olhando bem nos olhos.

_ Podemos conversar? Ele pergunta

Continua