Terra 138
Resmungo ao sentir a luz do sol batendo contra o meu rosto quando eu acabará de acordar mas na verdade eu não queria acordar pois a ansiedade de abrir os olhos e perceber que não estou na minha cama,na minha casa era agonizante.
Me viro na direção contrária da luz no sofá enfiando a cara no travesseiro com os olhos ainda fechados me encolhendo mais ainda na coberta quentinha e permaneço assim até meu sentindo captar alguém vindo e presumo ser Hobie e não faço questão de dar algum sinal de vida.
Por mas que pareça burrice ficar dormindo de costas no sofá de um desconhecido, quer dizer a qualquer momento do meu sono ele poderia ter me esfaqueado pelas costas né? Os filmes de terror que eu vi deveriam estar decepcionado comigo por abaixar a quarda assim depois de tudo o que eles ensinaram.
Porém o Hobie parecia ser um cara de boa tirando os flertes infinitos que ele me lança, fui muito insistente para eu conseguir dormir no sofá por conta que ele não parava de falar que a cama dele era mais confortável.
A discussão foi tipo " Relaxa bebê,eu não mordo, pode chega junto lá" " Não obrigada eu ainda tenho sanidade mental restando."
Não tive problema de dormir no sofá na realidade era o oposto doque ele falou até que era bem confortável.
Consigo ouvir os barulhos dos seus passos pela sala até a cozinha, eu escuto ele bocejar um pouco e em seguida abrir a geladeira pegar algo lá dentro e em seguida fechar, chuto que ele pegou algum alimento armazenado dentro de um pote pois escuto ele abrir a tampa de algo e em seguida ligar o fogão e também escuto barulho de água logo em seguida ficou um pouco de silêncio e eu continuava na mesma posição sem nem sequer fazer a questão de abrir os olhos.
_ Cê sabe que eu sei que tu tá acordada né? Eu escuto a voz de Hobie para mim.
_ Hum. Apenas resmungo em sinal de concordância mas mesmo assim não me movo e escuto seus passos em direção da sala e depois parando.
_ Cê tá ligada que não dá pra ficar o dia inteiro aí dentro né? Ele pergunta, eu sentia sua presença atrás de mim mas mesmo assim não fazia questão de olha-lo, pelo contrário eu me encolho mais ainda dentro da coberta.
_ Quer pagar pra ver? O desafio e só escuto uma pequena risada, sinto minha franja se esfregar um pouco nas minhas pálpebras e isso traz um pouco de coceira e incômodo, eu passo a mão na minha franja bufando um pouco por isso sempre acontecer.
_ Esse cabelo não dá sossego pra ti mesmo né. Ele pergunta retóricamente e eu apenas aceno um pouco com a cabeça.
_ Não quer café? Séria melhor comer alguma coisa. Ele oferece sinceramente eu não comia nada desde ontem porém eu estava tão confortável lá e não conseguia sair.
_ Não consigo sair. Murmuro e o escuto rir , derrepente eu sinto alguém me pegar no colo e me tirar do sofá eu abro meus olhos imediatamente vendo Hobie me segurar firmemente em seus braços.
_ O que você tá fazendo? Pergunto um pouco perplexa e ele dá de ombros.
_ Achei que precisasse de ajuda pra sair dali. Ele diz ainda me segurando e eu não digo nada, percebo que ele me encarava e eu o encarava de volta e foi assim por alguns segundos até eu quebrar o contato visual , ele me coloca no chão e eu o olho e percebo que seu rosto está um pouco vermelho, ele está com vergonha?
Não pode ser deve ser efeito do sono, ele não parecia ser o tipo de cara que fica com vergonha facilmente.
Assim que sinto meus pés no chão me espreguiço um pouco soltando um bocejo com os braços esticados e percebo que Hobie me deu uma olhada mas depois volta a olhar pro chão.
_ Tem café e sanduíche de pasta de amendoim com marshmallow. Ele diz e eu frazo a testa quando ele diz marshmallow achei que ele iria dizer geleia já que geralmente a combinação que a maioria fazia era pasta de amendoim com geleia mas parece que Hobie realmente era diferente.
_ Que foi? Ele pergunta após perceber o meu franze de testa apenas murmuro um "nada" antes dele ir em direção a cozinha, sinto n minha franja se esfregar novamente em meus olhos e eu passo a mão por ela com a intenção de tirá-la enquanto ajeitava a camisa enorme em meu corpo.
Como eu não estava planejando ser atirada para outro universo eu não havia trazido minhas roupas, Hobie me emprestou uma camisa dele para que eu ficasse mais confortável para dormir por mas que eu estivesse exitante em vestir sua camisa eu acabei usando por conta de insistência e continuei com minha calça jeans preta já que ela não era desconfortável.
Vou em direção a cozinha e vejo Hobie comendo o sanduíche dele sentado em cima da bancada perto de uns armários suspensos com uma canela ao seu lado que presumo estar cheia de café, percebi que tinha um frase bordada na caneca que dizia " Foda-se o capitalismo" Hobie parece perceber minha presença.
_ A consciência voltou pro corpo? Ele pergunta dando um gole do seu café.
_ Nem me fale. Eu respondo e ele sorrir de canto antes de estender um prato que eu não percebi que estava em seu lado com um sanduíche e um copo com café.
_ Obrigada. Agradeço pegando o prato e o copo de suas mãos e ele acena com a cabeça batendo a mão na bancada em seu lado em sinal para eu me sentar ao seu lado, fico exitante e ele percebe.
_ Qual é, chega junto não vou fazer nada contigo pode relaxar. Ele assegura e eu me rendo me aproximo e sento do seu lado na bancada, ficamos em um confortável silêncio enquanto comiamos pra falar a verdade a combinação de pasta de amendoim e marshmallow era realmente deliciosa.
Sinto algo roçar em minha mão que estava na bancada e percebo que o dedo mindinho do Hobie estava se esfregando na minha mão, ele olhava para frente e nem seguer me olhava mas seu dedo continuava a se esfregar na minha mão livre e seu sinto um calafrio passar pelo meu corpo com o toque inesperado.
É claro que aquilo era proposital mas invés de escutar as lembranças dos ensinamentos de meu pai sobre nunca abaixar a quarda perto de garotos da minha idade ou mais velhos eu deixo minha mão ali.
Hobie me acolheu quando eu tava precisando e me salvou quando eu tava prestes a ser quebrada por um bando hijos de puta e foi gentil até agora, e claro que não vou abaixar a quarda totalmente mas talvez só um pouco.
Porém sempre de olho nele, continuamos assim olhando para frente comendo nossos sanduíches em silêncio, eu até sentia um pouco de paz assim desde que vim para esse universo.
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Just a universe away
AdventureOnde Isabel Morales carrega o penso da frase " com grandes poderes, vem grandes responsabilidades" em suas costas. Todo dia e noite parece a mesma coisa, sair pela rua caçando criminosos, escondendo segredos de sua família,lidar com perdas e decisõe...