Prólogo

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Quase dois anos haviam se passado desde que Momakase fora presa, por cometer um pequeno erro, um erro que jamais esquecerá: subestimou a Operação Big Hero. Tal erro a deixou presa por um tempo longo demais. Conforme os dias foram se passando, a raiva pela Operação Big Hero foi crescendo e junto dela um plano de vingança. Recebia visitas uma vez por semana, de seu antigo conhecido. Lhe contou partes do plano por códigos enquanto conversavam. Algo que ele pareceu gostar e concordar.

Momakase estava sentada, de pernas cruzadas, no chão, com os olhos fechados, parecia concentrada. Escutava os passos dos policiais andando, conversas entre presos, até que um barulho diferente chamou a sua atenção. Deixando um sorriso crescer em seu rosto, escutou com prazer os policiais gritarem de pavor. Escutou pequenas batidas agudas na grade da prisão.

Abrindo os olhos lentamente, encarou seu velho amigo. – Há quanto tempo, Chris.

Pronunciou, se levantando com rapidez. Chris sorriu, tirando da embalagem uma pequena faca, com uma lâmina fina, na cor azul-cobalto. Momakase segurou o cabo preto da faca e observou sua lâmina de grafeno, colocando-a à sua frente, vendo-a desaparecer. Deslizando a faca para o lado, começou a fazer vários movimentos de cortes, a grade à sua frente ficou em pedacinhos. Finalmente livre, agora poderia colocar seu plano de vingança em prática.

Ela destruiria a Operação Big Hero e ninguém a impediria.

***

- Tem certeza de que é aqui que ele mora? – Momakase perguntou para seu maior aliado.

Chris encarou o celular. – A localização que encontrei é essa.

- Tem certeza de que ele perdeu a memória?

Chris soltou um suspiro. – Por que precisamos dele?

Momakase sorriu sem mostrar os dentes. Ele não fazia parte de seu plano, mas assim que conseguiu as informações que faltavam sobre a Operação Big Hero, informações sobre suas vidas, sobre suas vidas verdadeiras, soube que precisaria dele. Ela não entendia por que Obake havia escondido essa informação e, porque ele não utilizou para seu plano de destruição de San Fransokyo, mas naquele momento ele seria usado. Talvez precisasse ser treinado, não seria fácil convencê-lo.

- Logo você saberá.

A mulher alta, de cabelos negros e uma única mecha azul pintada em seu cabelo, atravessou a rua e caminhou até a porta de seu alvo. Tocou a campainha, ninguém atendeu, bateu algumas vezes na porta e nada. Era um lugar fechado e sem janelas, talvez estivesse dormindo. Tocou novamente a campainha e dessa vez colocou o ouvido na porta, para se certificar de que escutaria passos.

Ouviu aquilo que queria, afastou-se da porta e tocou freneticamente a campainha. Assim que a porta foi aberta, Momakase se jogou nos braços do homem que atenderá. Ele era alto, com cabelos pretos, pequenas queimaduras pelo corpo, branco, com olhos castanhos escuros.

- Meu amor, finalmente encontrei você – forçou seus olhos a se encherem de lágrimas.

O homem colocou as duas mãos em volta de sua cintura e a empurrou para atrás. - Quem é você?

- Você realmente não se lembra de mim? – mais lágrimas encheram seus olhos e estavam prestes a cair – Eu sou a pessoa que você mais ama no mundo. Não lembra dos nossos momentos juntos?

O homem a encarou. – Moça, não sei do que você está falando.

- Hiroki, meu amor. – Momakase limpava as lágrimas que escorriam em seu rosto – É tudo culpa deles. É tudo culpa da Operação Big Hero!

O homem a encarou assustado, vendo-a chorar compulsivamente. – Moça, quer um copo d'água para poder se acalmar?

O homem passou o braço por cima de seus ombros, enquanto, em soluços, Momakase entrava na casa. Após sentar-se no sofá e receber um copo de água, Momakase se acalmou e olhou em volta. Era um lugar simples, com apenas um sofá de dois lugares e uma televisão pequena. Com uma cozinha ainda menor que mal cabia uma mesa. Um lugar simples, porém, arrumado.

A Sétima Big Hero - Liga de VilõesOnde histórias criam vida. Descubra agora