9°Hiro

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Pela manhã, Hiro encarava sua tia trabalhar como de costume. Ela estava alegre e, pela primeira vez naquela semana, parecia ter tido uma boa noite de sono. Algo que o fazia sentir-se culpado, estava mentindo mais uma vez para sua tia e dessa vez havia feito alguém se passar por ele. Até quando suas mentiras continuariam?

Comendo o último pedaço do lanche natural, se aproximou de sua tia e a abraçou. Cass o encarou nos olhos com um sorriso terno nos lábios e arrumou algumas mechas de seu cabelo.

- Tenha um bom dia na universidade, Hiro – disse com ternura. – Nos vemos na hora do jantar.

Hiro se afastou. – Nos vemos mais tarde. Vamos, Baymax.

Caminhando pelas ruas da cidade, viu notícias da luta entre a tal da Alcateia contra a Operação Big Hero, passava o momento em que os cidadãos começaram a atacar Hope. Encarou o noticiário preocupado, precisava chegar com urgência na universidade para conversar com seus amigos e saber os detalhes da batalha.

Pegando o celular do bolso, começou a fazer pesquisas sobre a Operação Big Hero: tentando descobrir como estava a reputação da equipe perante o público, acabou encontrando algo inusitado. Um discurso de Graville em frente à universidade, colocando o fone de ouvido, escutou todo o discurso, deu zoom na imagem e leu o que conseguiu dos cartazes dos manifestantes.

Passou a mão no cabelo, sentindo o estresse surgir. Mesmo com o aparecimento do Capitão Fofo na cafeteria, ainda não eram provas o bastante para que os cidadãos acreditassem que eles não eram heróis. Deveria existir um jeito de continuar com essa farsa e o melhor que poderiam fazer é terminar o projeto que haviam começado.

Com os robôs se passando por eles, na universidade ou nas batalhas, teriam como estar em dois lugares ao mesmo tempo, e com o passar dos dias, ou meses, todos voltariam a acreditar que os heróis não poderiam ser estudantes da S.F.I.T. Essa era a única opção, poderia levar o tempo que fosse, mas eles conseguiriam voltar a ser anônimos.

Chegando na universidade, Hiro encontrou a entrada do lugar calmo. Parecia que, com o discurso da diretora, os manifestantes esperariam ansiosos por sua declaração. Por mais que quisesse conversar com seus amigos e agradecê-los devidamente, precisava antes resolver outro problema. Aumentou o passo e entrou na universidade de cabeça baixa e com o seu capuz escondendo seu rosto, mas ainda assim os alunos o encaravam e o admiravam de certa forma.

Olhou para o lado e lembrou que Baymax andava com ele, tirou o capuz e fez um pequeno barulho com a boca. Era impossível não ser reconhecido, já que a maioria dos alunos sabia a quem Baymax pertence. Parando em frente à porta, deu algumas batidas, recebeu a permissão para entrar, adentrou a sala da diretora Graville.

Olhou em volta, parecia uma sala comum de direção, com uma janela redonda do lado oposto à porta, com algumas estantes com vários livros e uma mesa retangular de madeira. Graville digitava rapidamente no teclado de seu computador com tela holográfica e, se quer, levantou os olhos para encará-lo. Hiro gracejou, para chamar sua atenção.

- O que deseja, Sr. Hamada? – Graville perguntou sem tirar os olhos do teclado.

Arrumando o casaco, disse: - Como a universidade irá se posicionar?

- Acredito que isso não lhe diga respeito, Sr. Hamada – Graville disse, finalmente encarando-o.

Hiro desviou o olhar e encarou seus tênis, sabia que isso não lhe dizia respeito, mas ela conhecia seu segredo, estava preocupado de como ela acabaria envolvida nessa confusão, dependendo de como a universidade fosse se posicionar. Ainda não havia feito pesquisas o suficiente para saber ao certo o que os manifestantes queriam. Sentia uma necessidade de proteger todos os que estavam envolvidos em seu segredo e isso incluía Graville.

A Sétima Big Hero - Liga de VilõesOnde histórias criam vida. Descubra agora