Capítulo 7 - Sonhos Não São Legais.

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Desta vez sou a última a acordar, todos já estão fazendo seus afazeres. Me levanto e vou me higienizar, após sair do banheiro arrumo minha cama e sigo para o refeitório. Sento-me junto aos meus meio irmãos que rapidamente começam a tagarelar como sempre.

- O que vamos fazer hoje? - Pergunta Richard com a boca cheia.

- Mastigue primeiro, eca. Que tal treinar escalada? - Sugere Bianca, provavelmente a mais nova dos semideuses desta mesa, tem 9 anos.

- Seria legal. Vamos chamar alguns filhos de Afrodite e de Hermes pra que eles zoem um pouco. - Diz Selene caindo na gargalhada e todos a acompanha.

- Como vamos convencê-los? - Indaga Dimitry.

- Falaremos que quem chegar primeiro é o mais bem vestido. - Sugeri fazendo todos caírem em gargalhadas, concordando. Depois do café colocamos nosso plano em prática, conversei com Bia e ela passou a informação para os irmãos que adoraram a ideia. Com todos já sabendo caminhei até o campo de vôlei onde algumas filhas de Afrodite jogavam ali.

- Oi meninas, sabe, o chalé de Hermes está fazendo uma competição na parede de escalada. - Disse atraindo a atenção das loiras super produzidas que me olhavam confusas - Quem conseguir chegar no topo mais rápido é considerado o mais estiloso do acampamento. - Conclui indiferente. Antes mesmo de eu sair do caminho elas se atropelaram e saíram correndo em direção a parede, lá vários filhos de Afrodite já tentavam subir desesperadamente. Bia gargalhava e alguns de seus irmãos secavam as lágrimas dos olhos de tanto rirem. A cena estava hilária, várias meninas empurravam umas as outras e algumas puxavam os pés dos irmãos que estavam mais adiante na parede. Depois de um tempo uma garota morena conseguiu chegar ao topo e recebeu muitas palmas, sendo eleita a mais bem vestida do acampamento.

Em poucos minutos a multidão se dissipou então eu, Joey, Bia e Richard treinamos a manhã toda na parede de escalada. Nunca havia escalado antes mas na minha primeira tentativa chegue no topo em menos de um minuto. Depois que todos almoçaram Joey me levou aos estábulos, fiquei encantada ao chegar lá que não quis mais sair de perto daqueles incríveis animais alados. Vários pégasus se encontravam ali, raças parecidas com mustang. Havia um marrom com crina, rabo e asas brancas, um inteiramente branco, alguns pretos com manchas brancas, alguns brancos com manchas pretas e marrons mas apenas um prendeu minha atenção. Um pégaso inteiramente preto com lindos pelos brilhantes e sedosos, asas grandes e lindamente desenhadas, seus enormes olhos me encaravam. Me aproximei devagar e passei a mão pela sua crina, fazendo com que ele se aproximasse.

- Qual deve ser o nome dele? - Indaguei baixinho.

- Vamos ter que perguntar a alguém. - Respondeu Joey também acariciando o lindo animal. Ficamos alguns minutos ali e depois fomos para a casa branca. Quíron disse que deveríamos estudar então passamos a tarde inteira lá. O sr D. pediu para que todos se reunissem em volta da fogueira para um comunicado, quando o céu estava pincelado de laranja e rosa, jantamos e ao terminar todos se sentaram em volta da enorme fogueira.

- Resolvemos fazer um jogo, - Começou o sr D. com um estranho entusiasmo na voz - caça a bandeira. Todo o ano três grupos, azul, amarelo e vermelho, se enfrentam para capturar a bandeira. - Ele ergueu uma linda bandeira dourada com os símbolos dos doze deuses do Olimpo bordadas nela. - O grupo que capturar será o chefe dos chalés e assim por diante. Hoje formem seus grupos e estratégias de batalha, daqui três dias ao pôr do sol o jogo começará, boa sorte a todos. - Ele deu um sorriso de lado maligno e todos comemoraram já saindo de seus lugares para fazerem alianças. Após muita conversa e discussão, o chalé de Apolo se aliou ao chalé de Ares e o de Hermes pegando a cor Vermelha, Dionísio e Atena com a cor Azul e Afrodite, Deméter e Hefesto com o amarelo. Todos nós nos retiramos ao toque de recolher e tomei um banho quente antes de dormir.

***

Eu estava em uma caverna enorme, não conseguia ver o início, o fim ou até mesmo o teto. Estava escuro mas eu conseguia enchergar bem.

- Está conseguindo tudo o que pedi? - Indagou uma voz grossa e ríspida que ecoou pela caverna.

- Sim senhor, conseguimos a lança de Ares. Posso perguntar o porquê disso tudo? - Perguntou uma voz masculina.

- Como vou invadir o Olimpo assim? Preciso que os deuses não tenham suas armas, que fiquem fracos. Quando todas as peças estiverem sobre meu domínio serei invencível. - A voz grossa gargalha fazendo a caverna chacoalhar. Esgueirei até a parede fazendo com que a sombra me escondesse, não conseguia vê-los mas sentia a força deles dois arrepiar os meus cabelos da nuca.

- Uma ótima estratégia senhor. Providenciarei o restante o mais rápido possível. - Assegurou a outra voz masculina.

- O mais rápido possível. - Repetiu a voz grossa confiante.

Acordo em um sobressalto, ainda era madrugada, meu coração parecia querer rasgar meu peito e sair pulsando por ai sem mim. Me levanto e saio na ponta dos pés para não fazer o mínimo de barulho, sigo para o único lugar em que não visitei ainda: a Praia dos Fogos. Sento-me na areia e encaro o mar escuro e calmo, esse sonho, não foi nada legal, preferiria ficar sem sonhar a vida toda. Preciso contar para Quíron, o mais rápido possível, seja quem for que esteja querendo invadir o Olimpo não deve estar sozinho. Será que os deuses já sabem disso? Com toda certeza, a arma de Ares foi roubada, ele deve estar louco. Eu quem vou ter que impedir esse lunático? Estico as pernas para que a maré de água gelada molhe meus pés. Fico ali por alguns minutos e volto para o chalé bem rápido, já estava quase amanhecendo, não queria ser pega fora da minha cama. Entro devagar no chalé 7, me acomodo na minha cama e fico apenas encarando a madeira da beliche de cima, esperando pacientemente o dia clarear.

Filha de Apolo (SEM REVISÃO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora