Filha de Apolo (SEM REVISÃO!)

Capítulo 18 - Uma Ajuda É Sempre Bem Vinda.

O fato de ele estar fora do acampamento era o que mais me assombrava, afinal, o que diabos ele faz aqui? Nenhum campista pode sair sem ser mandado, e não creio que Quíron tenha o deixado sair depois do que aconteceu ao Olimpo.

- Eu te machuquei? - Perguntou retirando a mão do meu ombro - Me desculpe.

- O que faz aqui? - Perguntei.

- Eu sei que você vai se curar logo. O que faz aqui sozinha? - Perguntou desviando-se de minha pergunta.

- O que faz aqui Richard? - Perguntei novamente, não desistirei de obter esta resposta. Ele passa a mão pelo cabelo, mas não parecia nervoso.

- Quíron me mandou para ajudar na missão! - Respondeu, e dei graças aos deuses por Quíron ter feito isso, nós precisávamos de ajuda e nada melhor que o meu irmão para me ajudar. Me levantei num pulo e o abracei apertado, o abraço logo foi retribuído. Lhe disse que não queria encontrar os outros ainda e ele concordou, sentando-se comigo no meio fio da calçada. Tudo parecia quieto demais para o meu gosto, não só pelos carros terem diminuído drasticamente o movimento, mas pelo fato de que passamos horas sem sermos atacados. Aproveitei para deixar que os raios do sol que saíram de trás das nuvens tocassem meu rosto. Richard parecia aproveitar da mesma maneira, como se estivesse recarregado as baterias.

Passaram-se mais ou menos quinze minutos e decidi que já era hora de encontrar meus amigos e procurarmos um lugar para passarmos a noite. Richard me ajudou a levantar e voltamos para a estação. Os três estavam sentados na calçada, também pareciam aproveitar o sol para espantar um pouco o frio que o dia nublado havia deixado.

- Gente, não acham melhor procurarmos um lugar pra ficar? - Disse e eles me olharam preguiçosamente. Que bom que estavam aproveitando o dia de "folga" de monstros.

- O que você está fazendo aqui Richard? - Bia perguntou se levantando rapidamente e escondendo o rosto envergonhada. O que será que deu nela?

- Quíron me mandou para ajudar na missão. - Respondeu Richard um pouco sem jeito. O que será que deu nesses dois?

- Quanto mais melhor. - Respondeu Joey também se levantando sem olhar para mim. Nic logo estava de pé e nós começamos a zanzar pelas ruas procurando alguma pensão barata para ficarmos.

Depois de alguns minutos vimos um pequeno hotel simples. Entramos e perguntamos quanto era a diária. A senhora da recepção muito simpática respondeu que por noite, incluindo o café da manhã era R$35,00. Não pensamos e já pedimos dois quartos, um com se possível três camas e um normal. No pequeno hotel só haviam quartos com uma cama de casal ou com uma cama de casal e outra de solteio. Os garotos ficaram com um quarto e eu e Bia ficamos com outro.

A tarde caía rapidamente do lado de fora e o frio aumentou durante a noite. Enquanto Bia dormia tranquilamente eu não conseguia parar de pensar em tudo o que aconteceu desde o primeiro dia em que conheci Nic. Minha cabeça estava a mil e por nisso passei a noite toda rolando na cama e dormindo apenas duas horas.

Vi o sol nascer preguiçosamente pela janela entreaberta do quarto. Levantei-me e segui para a estreita sacada. O que eu diria ao Joey quando todos acordassem e saíssemos para continuar a missão? Não podemos ficar sem nos falar em uma situação como a qual estamos vivendo. Os pássaros já estavam acordando e seu canto matinal me fazia relaxar. Eram apenas seu canto e o céu alaranjado, o vento fria e a fina neblina.

Em poucas horas os outros já estavam de pé e as 8:00 da manhã o café foi servido para os hóspedes do hotel. Nós nos sentamos todos juntos em una das mesas grandes e comemos nossas panquecas com mel. Bia e Nic contavam piadas, Richard gargalhava de boca cheia e Joey o acompanhava. Eu apenas ouvia, mas continuava séria. Joey se sentou ao meu lado na mesa, mas ainda nenhum dos dois disse algo sobre a pequena discussão do dia anterior. Eu não me importava, talvez ele entendeu sobre o que eu queria dizer sobre Hans, talvez só precisava de um tempo para colocar as idéias no lugar. Seja o que for, ele estando bem e ao meu lado é a única coisa que importa.