Tomamos o café e pagamos a diária. O céu estava claro, diferente do dia anterior. Tomara que seja Apolo mostrando-nos que hoje seria melhor que os dias anteriores. Nós precisamos de um incentivo e tanto, essa missão está tão monótona que às vezes me da vontade de voltar para o acampamento e deixar essa tal guerra começar e acabar logo, mas precisamos proteger nosso lar. Essa guerra destruiria tudo. Caminhamos lado a lado pelas ruas de Manhattan sem saber o que mais fazer, já havíamos ido em muitas estações e nenhuma delas teve algum resultado.
— O que faremos? — Digo sem querer em voz alta. Os outros pararam e me olharam confusos, sem saber o que responder.
— Como? — Indagou Joey apertando os olhos. Seus olhos nos meus fizeram todo o resto perder o sentido, um sentimento repentino tomou conta de mim fazendo minha barriga gelar.
— Nada, só pensei alto. — Respondi com um sorriso fraco sem tirar os olhos dele. Ele sorri, segura minha mão e me puxa de leve incentivando-me a caminhar ao seu lado. Pelo visto não foi preciso nenhuma conversa sobre a pequena briga, o que me deixou aliviada. Não queria conversar sobre aquilo, disse apenas a verdade e nada mais.
Caminhamos mais um pouco, e próximo a prefeitura senti um arrepio estranho na minha nuca. Apertei a mão de Joey parando lentamente. Uma sensação ruim percorria meu corpo, fazia meu coração se acelerar ardendo no meu peito. O que diabos era isso? Questionei em pensamentos.
— O que foi Manu? Está tudo bem? — Perguntou-me Bia pousando suas delicadas mãos sob meus ombros. Indiquei que não com a cabeça. Fleches de uma guerra passavam diante dos meus olhos. Um monstro gigante se mostrava a minha frente na visão, eu conseguia ver apenas pedaços de sua silhueta. Vários braços se mostravam, quase parecendo uma centopéia humanóide.
— Eu tive uma espécie de visão. — Respondi com a mão na testa após sair do transe.
— É um pouco raro mas Quíron me disse uma vez que alguns filhos de Apolo podem possuir o dom da visão. — Disse Nic me olhando preocupado. Será que tive uma visão da guerra? Mas porque aqui? O único ponto de destaque é a prefeitura.
— Eu vi uma guerra e um monstro gigante cheio de braços, mas porque aqui perto da prefeitura? — Os informei sobre a minha estranha visão.
— Será que não é uma pista? E se as armas estiverem na prefeitura? — Disse Richard com semblante pensativo. Ele pode ter razão. E se as armas estiverem lá dentro?
— Porque estariam na prefeitura? — Debochou Bia. Será que ela não achava que poderia ter alguma chance? Será que pode?
— Não custa dar uma olhada. — Disse Joey confiante. Todos concordaram e pegamos nossas armas. Se acontecesse alguma coisa estaríamos armados.
Subimos os degraus e passamos por entre as grandes portas de madeira polida. O lugar passava um ar profissional, mesmo tendo algumas cadeiras aparentemente confortáveis, ali não parecia ser aconchegante. A recepcionista era bonita, seus olhos verdes faiscavam nos observando. Ela mexia em seus curtos cabelos loiros com uma caneta na mão. Olhei para os outros que estavam atrás de mim e nos entre olhamos numa briga interna para ver quem falaria com ela.
E para a minha surpresa, sobrou para mim. Caminhei sem jeito em sua direção e vi que em sua camiseta formal branca se prendia um crachá, provavelmente com sua melhor foto. E ao lado se lia: Christina Dolman. Fiquei sem fala, na verdade, nem sabia o que falar. O que perguntaria? "Ah, olá senhorita, por acaso viu algumas armas de deuses gregos por aqui?" Bom, seria engraçado pelo menos.
— Oi, Christina né? — A loira a minha frente lançou-me um sorriso sem dentes e afirmou com a cabeça — Legal. Vocês não teriam uma espécie de achados e perdidos por aqui? — Perguntei. Fiquei espetando um sorriso irônico ou uma gargalhada debochada, mas nenhum dos dois foram apresentados.
— Claro que temos, no corredor dos toaletes à direita. — Respondeu mostrando os dentes em um sorriso branco, competente. Eu não sabia, mas vejo que prefeituras agora tem salas de achados e perdidos. Acenei para os outros me seguirem e fomos em direção aos banheiros. O corredor era grande para apenas três portas. Havia o banheiro feminino e masculino, um ao lado do outro. E exatamente a frente deles, tinha uma porta com uma pequena placa gasta escrita: ACHA OS E PE DID S.
— Pelo visto não entram muito aqui. — Ironizou Richard. Joey abriu a porta devagar e logo o cheiro de mofo tomou minhas narinas. A sala era pequena mas várias prateleiras repletas de coisas aleatórias se encontrava ali. Bia foi a primeira a entrar, Nic foi logo atrás. Richard entrou sorrateiro, depois eu e Joey atrás. Os objetos variavam de aquários vazios a maletas de escritório e paletós. De onde vinha tudo isso? Será que as pessoas traziam essas coisas dos metrôs? E afinal, quem esquece um aquário?
A única luz que nós tínhamos era de Richard, que estava parado no meio da sala. Eu estava observando cada centímetro do lugar e das prateleiras. Na parede em frente a porta, vejo uma pasta de escritório caída no chão, atrás da prateleira. Ajoelho-me em frente e estico o braço, pegando a alça e puxando-a. Quando estava prestes a abri-la, Bia chama minha atenção com um esbarrão forte. Ela aponta em silêncio para o lugar de onde eu havia retirado a maleta. Fico espantada e também muito curiosa.
— Pessoal. — Chamo a atenção de todos — Vocês precisam ver isto! — Completei também apontando para o local.
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E ai, estão gostando? Peço imensas desculpas pela demora, aconteceu uma coisa muito triste na minha família e eu não estou com vontade alguma de escrever, mas fiz um esforço e consegui escrever esse capítulo. Eu espero mesmo que entendam ❤ Se estiverem gostando dêem uma estrelinha e digam aí nos comentários, ajuda muito. ❤ ❤ ❤
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Filha de Apolo (SEM REVISÃO!)
FanficManuella Orliani, uma garota bonita e talentosa estuda em tempo integral numa escola onde felizmente conseguiu se instalar. Após se mudando muito e tendo que trocar de escola várias vezes, sua mãe finalmente se fixa em uma cidadezinha. Com o tempo s...