Capítulo 22 - Conhecendo Meu Pai, Da Pior Forma Possível.

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Já fazia muito tempo que eu estava ali, poderiam ter passado minutos, ou talvez horas. Mas a única coisa que eu sabia fazer era rezar para o meu pai. Eu fui tão inútil, morrer na minha primeira missão, que patética! Richard havia saído faziam poucos minutos dizendo que traria os outros que estavam comigo, eu ainda não conseguia acreditar que Richard fizera isso comigo, com o nosso pai.

Após alguns minutos ouço bem ao longe quatro "tibums" na água, meus amigos estavam vindo. Eu não poderia deixar que eles fossem capturados também, então rezei, agora com mais força. "Pai. Apolo, nós encontramos o titã, seu nome é Tifão. Estamos abaixo da prefeitura, no subterrâneo. Por favor, nos ajude!" Repeti essas palavras na minha mente várias e várias vezes com ainda mais força e determinação. Eu precisava que ele me ouvisse, ele precisava nos ajudar. Eu conseguia ouvir os passos de meus amigos cada vez mais próximos.
- Não venham, é uma emboscada! - Eu gritei na esperança de que eles fizessem alguma coisa. O silêncio foi mortal por alguns segundos e logo depois consegui ouvir sons de luta. Eu podia ver o clarão de Richard logo na esquina da caverna, eu queria poder ajudar. Logo Joey aparece segurando Richard pelo pescoço, sua espada estava mirada em sua barriga.
- Se eu fosse você eu não faria isso. - Ameaçou Richard com o rosto todo cheio de hematomas. Uma raiva cresceu em mim e eu queria que meu arco estivesse aqui para eu mesma matar meu "meio-irmão".
- Já disse para calar a boca. - Respondeu Joey. O titã parecia se divertir com a situação, suas cabeças guinchavam como varias hienas gargalhando.
- Mestre, liberte-me. - Richard pediu, e quando ele começou a brilhar ao expandir o calor, Joey atravessou a espada em sua barriga, fazendo-o gritar e cessar o calor. Ele retirou a espada e jogou Richard no chão, aos pés de réptil do titã.

O titã urrou e sua mão enorme foi de encontro a Joey, jogando-o bruscamente contra a parede. Eu gritei de raiva tentando me soltar das cordas, o que foi inútil. Nic passou pelo titã chamando sua atenção. Ele corria de um lado para o outro desviando das mãos ágeis do monstro, seus cascos faziam um galope no chão pedregoso. Bia chegou de fininho atrás de mim, pegou minha adaga na bota e começou a cortar as cordas que me prendiam. Quando me vi finalmente livre, peguei meu arco e corri em direção a Joey. Ele tentava se levantar e de sua nuca escorria muito sangue.
- Não se mova. - Eu disse e ele obedeceu. Toquei seu rosto e fechei os olhos, esforçando-me ao máximo para que o meu processo de cura fosse para ele. Parei quando a vertigem quase me fez desmaiar e a cura que passei para ele pareceu funcionar. Ele conseguiu se levantar e me ajudou, me pediu para descansar, pegou sua espada e foi para cima do titã, cravando a lâmina em um de seus pés de réptil.

Após alguns minutos o titã pareceu bocejar, nós já estávamos ofegantes e cansados. Logo nós seriamos esmagados. Quando ele levantou as mãos para esmagar nós quatro de uma só vez, o grito de uma águia cortou a caverna. Vi o titã estremecer.

- Finalmente uma luta de verdade. Mandaram esses meios sangues para tentar me cansar. Que pena, não funcionou! - Ele gritou gargalhando. A águia pousou ao meu lado e com um grito, Nic nos advertiu para não olharmos. Desviei os olhos e uma luz prateada iluminou toda a caverna, quando ela se dissipou, um homem se encontrava ao meu lado. Seu rosto era lindo mas linhas de expressões indicava que ele já era de idade. Sua barba acinzentada era grande e quase igualava com seu cabelo longo e liso.

Ele sorriu para mim o que pareceu um céu azulado após uma tempestade.
- Eu vim buscar o que me pertence. Só me entregue. - Disse o deus com deboche para o titã.
- Ora Zeus, como eu ansiava por este momento. - Respondeu o titã, jogando sua mão contra o deus que desviou, elegante, sem nenhum esforço. Nós quatro estavamos no fundo da caverna apenas observando, o deus parecia não precisar de ajuda. Após algumas tentativas em vão do titã de atacar o deus, ele urrou e começou a se levantar.

As paredes balançaram e quanto mais ele se levantava, mais o teto caía sobre nós. Logo ele havia atravessado todo o teto e seus ombros estavam na rua da cidade, que formou um enorme buraco. O céu estava nublado e parecia que uma tempestade estava a caminho. Zeus se transformou em águia e subiu até o rosto do titã. Tifão destruía o asfalto e enormes blocos caíam aos nossos pés na caverna. Nós não conseguiríamos sair dali ilesos.

Quando um bloco de concreto quase atingiu Bia, eu ouvi o grito de um grifo ao longe. Não um, mas vários. Eles desceram pela caverna em fila sendo seguidos pelo primeiro, e um homem estava montado nele. Meu coração deu um salto quando notei nossa semelhança. Era meu pai, Apolo. Ele sorriu para nós.
- Acho que estão precisando de ajuda. - Ele riu e apontou para os grifos atrás dele. Nós corremos até os animais e montamos. Antes dele pegarem impulso para voar um brilho dourado piscou onde os pés do gigante estavam. Era a sacola de couro e lá pude ver as pontas das flechas de Ártemis.

Não pensei duas vezes e desci do grifo, correndo para a sacola. Ouvi Joey gritar meu nome mas não parei de correr. Desviei de algumas pedras de asfalto que choviam do teto e atirei algumas flechas nos pés do gigante, para que ele não me esmagasse. Cheguei na sacola e segurei uma alça, puxando-a com dificuldade para onde os grifos estavam, a sacola pesava muito, mas eu a tirava dali aos poucos.

O pé gosmento do titã me chutou para a parede e eu gritei, pedindo a ajuda do meu grifo. Ele veio até mim desviando dos blocos e eu segurei em sua pata dianteira, ele me puxou libertando-me do aperto sufocante. Subi em suas costas e ele agarrou a sacola de couro nos dentes, levantando vôo com certa dificuldade em seguida.

Filha de Apolo (SEM REVISÃO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora