Capítulo 11 - Em Busca Dos Objetos Roubados.

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No dia seguinte acordo ainda cançada, vou para o banheiro e me higienizo, Bia acorda logo em seguida fazendo o mesmo. Pego minha mochila e tomo um pouco do deliciosos Néctar, só para ajudar a passar as dores musculares.

- Dormir nessa cama foi o mesmo que dormir no chão! - Reclama Bia saindo do banheiro.

- Ontem nem notei, só agora que estou sentindo. - Levanto minha blusa nas costas e pergunto para Bia se o que a Anne fez estava muito feio.

- Não, o Néctar está curando aos poucos. - Diz despreocupada. Guardo meu cardigan na mochila e a penduro no ombro junto com o arco e a aljava, recoloco a adaga na botinha. Enquanto espero Bia folheio o meu livro tentando achar a criatura que nos atacou ontem, quase no fim vejo um desenho representando o monstro, com as mesmas caracteristicas das mulheres.

- Na mitologia grega, Empusa é um dos espectros de Hécate, deusa dos caminhos. Acreditava-se que Hécate vagava à noite pela terra, acompanhada por seu séquito de espectros, vista somente pelos cães, cujos latidos indicavam sua aproximação.Tinham garras afiadas, eram mistura de mulher, cabelos em chamas vivas, e tinham patas desproporcionais ao seu corpo, um das patas de burro e a outra de bronze. - Leio, aquelas criaturas eram exatamente assim.

- Empusa... Contina lendo. - Pediu Bia encaixando a espada na bainha e se sentando ao meu lado.

- Há quem diga que as Empousai são filhas de Hécate e Mormo. Espiritos tão perversos e demoníacos que saíram da caixa de Pandora junto de todos os males para assustar a humanidade. Os demônios funcionavam como soldados de Hécate, sendo enviadas para resolver "missões especiais". Seu modo de agir era simples e prático, com sua forma metamorfoseada, enganava suas vitimas também com sua voz convincentemente magica... Missões especiais de Hécate? Será que ela mandou as Empousai para nos impedir de achar Perséfone? - Perguntei incédula, por que ela faria isso? Estamos ajudando o Olimpo, certo?

- Não sei, mas se foi chegaram tarde. - Respondeu arrancando uma gargalhada minha. Pelos deuses, eu não deveria estar rindo disso! Guardei o livro e fomos para a cozinha preparar o café da manhã. Nic e Joey estavam sentados em uma pequena mesa quadrada de quatro lugares com uma enorme pilha de panquecas no meio.

- Preparamos o café. - Disse Nic sorridente. Sorri alegre para ele e enchi meu prato com aquelas deliciosas panquecas, só o cheiro delas fazia meu estômago roncar ferozmente. Após terminarmos o café Joey sugeriu que saissemos o mais rápido pois a pousada cobrava 5 dólares por hora. Pagamos a diária e fomos para a estação de metrô mais próxima, em uma das paredes tinha um mapa com várias linhas coloridas o cortando, Joey identificou rapidamente onde estávamos. A estação era perto do enorme desenho do Center Park, estávamos na estação 103 St, na linha vermelha.

- Pesquisei antes de sairmos as estações abandonadas em Manhattan. - Disse Nic nos olhando.

- Certo, são quantas? 5? - Perguntei esperançosa, tomara que seja cinco ou menos para acabarmos logo com a missão e irmos embora.

- São 20 ainda existentes mas abandonadas e 1 demolida. - Respondeu acabando com minhas esperanças. Vinte estações? Isso vai durar dias e consumir muito dinheiro.

- Como vamos pagar todas essas passagens? Não temos tando dinheiro assim. - Disse perturbada. Está acabado, Zeus vai nos matar e aquele monstro horrível destruirá o Olimpo e tudo por falta de dinheiro.

- Bem, temos você. Nas estações de metrô é muito comum encontrar pessoas cantando ou tocando alguma coisa. Faremos isso em algumas estações, os humanos nos darão o dinheiro e completaremos a missão! - Respondeu Nic esperançoso. Nunca pensaria nisso, eu cantar para ganhar dinheiro.

- Pode funcionar. Você é um gênio! - O abracei e os outros nos abraçaram formado um grande abraço de urso.

- Ok, vamos para a próxima estação, a 96 St. Entre ela e a 86 St fica uma estação abandonada, a 91 St. - Informou Nic desvencilhando do abraço e já saindo. O seguimos em silêncio rumo ao nosso primeiro ponto de procura.

Já na estação ficamos por pelo menos uma hora apenas vendo os grandes vagões chegarem, paparem e partirem.

- Os vagões ficam na estação por 15 minutos, tem uma diferença de meia hora até cada vagão parar aqui. - Informou Nic - As estações ficam a pelo menos 1km de distância.

- Então teremos que despistar os seguranças, correr atrás do vagão até chegarmos na estação abandonada. - Deduzi.

- Exatamente. Dois ficam aqui para destrair os seguranças enquando outros dois vão sorrateiramente atrás vagão. - Concluiu Nic. A base de votação ficou que eu e Nic iriamos enquanto Joey e Bia ficavam para serem a distração.

Poucos minutos depois o trem seguiu devagar e começamos a por o plano em ação, o lugar ficou um pouco vazio então atrair a atenção dos seguranças foi fácil. Eu e Nic esperamos nos limites da linha amarela, o trem ganhou velocidade e desapareceu túnel adentro. Descemos nos trilhos e corremos a toda velocidade atrás do trem.

Como ele dissera, a mais ou menos um quilômetro dali abria uma nova estação, mas esta estava muito mais suja e empoeirada.

- Como vamos fazer, nos dividir ou vamos juntos? - Perguntei já armando o arco.

- Vamos juntos. - Respondeu decidido. Caminhamos olhando cada detalhe. Nic foi na frente com sua flauta em mãos e eu estava um pouco atrás. Olhamos os banheiros, cada centímetro dele, olhamos as colunas, os buracos nas paredes e até os trilhos, nada.

- Como vamos voltar? - Perguntei guardando o arco e me preparando para a corrida.

- Vamos esperar o próximo trem e correr de volta, precisaremos ir mais rápido e tomar mais cuidado. - Respondeu cauteloso. Estava com medo da volta, e se demorassemos demais e o trem voltasse, não quero nem pensar. Tomara que nenhum de nós tropece nos trilhos.

Pouco depois ouvimos o som do trem e nos escondemos, ao passar pulamos nos trilhos e voltamos a toda velocidade. Estavamos bem perto do chão da estação e ouvimos muitas vozes, me agachei e espiei o local.

- Pelo Olimpo, isso está lotado. - Sussurrei espantada. Nic e eu nos entreolhamos, teríamos que ser rápidos, o trem voltaria a qualquer minuto e as pessoas nos veriam subir. Pensa Manuella, pensa.

- Eu tenho uma ideia. - Sussurrei. - Quando ouvirmos o som do trem vamos ficar aqui prontos para subir, as pessoas ficaram atentas em olhar o vagão. Quando ele estiver próximo subiremos na plataforma e vamos correr pra fora.

- Mas e os outros dois. - Perguntou Nic já entrando em posição, ele ficou na minha frente para me ajudar a subir depois.

- Se forem espertos estarão por aqui perto ou no mínimo olhando. - Disse. Os trilhos vibraram e nesse momento minhas pernas me mandaram um sinal de que iriam falhar.

- Apolo que nos ajude. - Sussurrei ao ver a ponta do trem logo a frente. Como disse as pessoas ficaram próximas a linha amarela, todas olhando o trem. Nic subiu rapidamente e eu fui logo em seguida, senti a lateral do vagão bater na ponta do arco o que me fez suar frio.

Na plataforma ouvimos alguns: "Ei", "O que estão fazendo?", "Não podem fazer isso!" As pessoas nos lançavam olhares curiosos e os dois seguranças vinham na nossa direção.

- Hora de correr! - Diz Nic, saímos correndo e perto das escadas encontramos Joey e Bia, acenei para eles que se levantaram depressa e correram atrás de nós. Corremos por volta de cinco quarteirões até pararmos para recuperar o fôlego.

- Vamos comer alguma coisa e continuar. - Sugere Bia e seguimos para um pequeno restaurante ali perto.

Filha de Apolo (SEM REVISÃO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora