Acordei assustada com não sei o que, não tive pesadelos, não ouvi barulhos mas estava suando frio. Levanto e vou me higienizar, após sair do banheiro arrumo minha cama e vou ajudar meus meio irmãos com os enfermos. Ao som do toque para o café da manhã fomos até o refeitório, não sei se é impressão minha mas o clima estava tenso.
Os filhos de Ares não descutiam, os filhos de Afrodite não arrumavam os cabelos e nem os filhos de Hermes faziam brincadeiras. Terminei o café e me encontrei com Joey ali perto, Nic disse que Quíron queria conversar com nós quatro na casa branca, fomos até lá em silêncio. O sr. D estava em pé indiferente ao lado de Quíron que balançava a calda impaciente.
- Crianças, fomos informados que mais uma arma dos deuses foi roubada: O tridente de Poseidon. Os deuses exigiram que saiam em missão ainda hoje e tem um prazo de 2 semanas para que voltem com as armas.
- Assim tão rápido? - Perguntou Bia. A tenção e o medo era palpável no momento.
- Estão todos furiosos e com medo de que as outras armas ainda não roubadas sejam... roubadas. - Respondeu Sr. D esfregando as unhas na camiseta havaiana.
- Sabem pra onde devemos ir? - Perguntei apertando a mão de Joey.
- Pensamos em que a rainha dos mortos seja Perséfone. Dionísio disse que ela não se encontra no Olimpo e em tempo de primavera provavelmente está com os humanos. - Disse Quíron nervoso. - Argos levará vocês até a rodoviária mais próxima. - Encerrou o assunto.
Fomos para os chalés arrumar nossas coisas, na minha mochila preta coloquei uma muda de roupas, um pouco de ambrósia e um cantil de néctar, juntamente com um livro sobre mitologia grega, vai que aparece um monstro que ainda não conheço. Me vesti com uma calça jeans preta, camiseta do acampamento, um cardigan marrom e botinhas marrom.No meu cinto prendi a bainha da minha espada de ouro celestial, passei o arco pelo pescoço e por debaixo de braço esquerdo, pendurei a aljava em um ombro e a mochila no outro. Segui para a base da colina Meio-Sangue onde Nic e Bia já estavam esperando.
- Tudo isso não vai ficar aparente demais? Quer dizer, a bainha, o arco e a aljava... - Indague encaixando a espada na bainha.
- Não, a névoa muda a realidade para os humanos. - Respondeu Nic guardando sua flauta de bambu no bolso.
- Acho que vou trocar isso aqui, já volto. - Disse apontando para a espada. Não preciso dela, fica coisa demais para carregar, não me julgue, é a minha primeira missão!
Corri até o chalé de Apolo e Richard me entregou a sua adaga de prata, a prendi na bota e voltei de encontro aos outros. Joey já estava lá, juntamente com Argo, um cara alto de aparência humana mas com centenas de olhos por todo o corpo.
Em silêncio subimos a Colina e fomos para a estrada, entrando em um simples carro negro.Após um longo trajeto, Argo para em uma rodoviária com muitas pessoas e descemos, ele vai embora logo em seguida. Haviam vários bancos e pessoas sentadas neles, esperando sua vez de partir. Em um próximo de nós havia três senhoras, no lado esquerdo aos pés da senhora de vestido branco havia uma cesta com linhas de crochê, a do meio de vestido amarelo tecia algo e a do canto de vestido negro pegou uma tesoura dourada e ao encontrar meu olhar, cortou o fio que segurava.
- Que estranho. - Disse sem tirar os olhos das senhoras.
- Estranho o que? - Perguntou Bia, me virei para olhá-la e os três me observavam com atenção.
- Aquelas senhoras, - Respondi apontando para o banco onde elas estavam, mas haviam sumido - estranho. Tinham três senhoras ali tecendo alguma coisa, ai uma de vestido negro pegou uma tesoura dourada e cortou o fio enquanto me olhava.
- Isso não é bom. - Disse Nic. Ele e Bia se entreolharam nervosos.
- Não é bom porquê? - Indagou Joey.
- Só você as viu... três senhoras tecendo... uma cortou o fio te olhando. Temo que sejam as Moiras.
- Moiras? - Eu conhecia esse nome mas não conseguia lembrar a que eles se referiam.
- Sim, são três irmãs que determinam o futuro, elas tecem o fio da vida. - Reponde Bia, tensa.
- Então se só eu vi e elas cortaram o fio quer dizer que... - Engoli em seco, não consegui terminar a frase mas o fim dela não saia da minha cabeça: Quer dizer que elas cortaram o meu fio da vida, vou morrer. Todos sabemos que vamos morrer um dia mas ver seu misero fio da vida sendo cortado por divindades que determinam sua existência era apavorante. Não quero morrer, quero ver minha mãe de novo, queria poder estudar e completar essa maldita missão.
- Você pode mudar o futuro, talvez não seja predestinado você morrer tão cedo. - Disse Nic nervoso. Joey entrelaçou nossos dedos em silêncio e caminhamos até o ônibus. Sentamos no fundo e após uma longa hora paramos na rua 33, próximo ao Empire State, onde o Olimpo atualmente se encontra.
- Vamos começar por aqui, se ela está entre os humanos não saiu de perto do Olimpo. Temos o Battery Park e o Central Park para procurar. Por onde começamos? - Pergunta Nic.
- Vamos primeiro no Battery Park, ele é menor e mais fácil de procurar. - Respondi. Todos concordaram e seguimos pelas ruas movimentadas ne Manhattan em direção ao Parque. Comparado ao Central Park ele era realmente pequeno mas lindo, ficava próximo ao Porto.
Andamos por toda a sua extensão, árvores com a folhagem de um verde lindo deixavam o dia de céu limpo e azul ainda mais incrível. Haviam várias pessoas lá, tirando fotos ou apenas contemplando a beleza da natureza, nenhuma delas nos olhavam estranho. A névoa realmente desfarsou nossas armas, fico imaginando o que eles vêem. Paramos próximo a um canteiro de lindas tulipas vermelhas.
- Provavelmente não está aqui, vamos para o Center Park agora? - Indagou Joey.
- Sim, vamos antes de anoitecer. - Respondeu Bia. Saímos do parque e subimos a Quinta Avenida adentrando no Center Park logo em seguida. Este ao contrário do outro é enorme e ainda mais lotado, vários casais faziam piquenique no gramado e crianças corriam atrás umas das outras. Achamos melhor nos separar, Nic e Joey seguiram pelo lado direito do parque e eu e Bia pelo esquerdo. Marcamos de nos encontrar daqui duas horas no mesmo lugar. As árvores também estavam com a folhagem bem verde e várias árvores de cerejeira enfeitavam os caminhos acimentados com suas lindas flores rosas e algumas brancas. Após andarmos muito estavamos cansadas, decidimos descansar próximo ao enorme lago.
Várias canoas circulavam por ali, casais apaixonados dando seu passei romântico pelo lago, crianças sentadas com seus pais ao pé de várias árvores de cerejeiras. As pétalas das lindas flores caiam no lago enfeitando-o. Em meio as pedras próximo a água uma linda e solitária mulher de longos cabelos negros se encontrava sentada com os pés dentro da água.- Está vendo o mesmo que eu? - Perguntou Bia sem tirar os olhos da mulher.
- Estou. - Respondi e caminhei devagar em direção a moça. Ela estava com um vestido branco longo que encostava na água, dançando com a movimentação de seus pés.
- Este lugar é lindo não? Adoro vir aqui nesta época do ano. - Disse a mulher quando nos aproximamos. Nos sentamos ao seu lado e sem dizer nenhuma palavra ela colocou pequenas flores brancas nas nossas mãos e colocou uma acima da sua orelha nos incentivando a fazer o mesmo.
- Qual é o seu nome? - Perguntei hesitante.
- Estão me procurando e nem ao menos sabem quem sou. Meu nome é Perséfone. - Respondeu e logo em seguida seus lábios se curvaram em um lindo sorriso.
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Filha de Apolo (SEM REVISÃO!)
Fiksi PenggemarManuella Orliani, uma garota bonita e talentosa estuda em tempo integral numa escola onde felizmente conseguiu se instalar. Após se mudando muito e tendo que trocar de escola várias vezes, sua mãe finalmente se fixa em uma cidadezinha. Com o tempo s...