I

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O século era XIX,Rio de Janeiro,Brasil.
Quando a escravidão ainda estava longe de acabar e os negros eram vendidos e comprados como animais.

Em uma fazenda renomada vivia a escrava Daniela,sua beleza era notável e era cobiçada pelos homens mais poderosos. Ao chegar no casarão do dono de terras Henrico Montenegro que deseja a escrava.

—Daniela...

—sim senhor... —ela abaixa a cabeça.

—como é bonita,te espero hoje a noite nos meus aposentos.

—eu não vou...

—o que disse? Quer morrer escrava? Como afronta seu senhor dessa forma?!

—perdão senhor.

—te espero no deitar do sol.

Daniela já se envolvia com o doutor Carlos Rodrigues que era ruivo dos olhos azuis. Ela corre pelo cafezal segurando o vestido e se encontra com o homem.

—está louco? Podem te ver!!

—louco eu sou por você...

Eles se beijam e Carlos desce a alça do vestido de Daniela beijando seu ombro.

—quero consumir nosso amor agora... Eu te amo Daniela.

—me faça sua...

Eles deitam entre os pés de café e socubem o amor dos dois,Daniela segurava seus gemidos e Carlos a beijava carinhosamente.

—vosmicê promete nunca me deixar?

—prometo minha rainha...

No dia seguinte Daniela limpava a cozinha da casa grande e o dono de terras vai até a mesma e a agarra por trás.

—me solta!! Não vê que a sinhá pode ver?

—por que não foi ontem negra?

—tive medo senhor...

—medo vai ter quando eu arrancar todos os seus dentes.

—por favor senhor me deixa em paz...

—hoje a noite vou a senzala e a quero banhada e cheirosa senão... Já sabe.

No mês seguinte Henrico vai até a senzala e ver todos ao redor de Daniela,ele a encontra desmaiada.

—o que a negra tem?

—ela desmaiou senhor Henrico.

—peguem ela e tente acordá-la.

O homem sai do local e Daniela acorda suada e assustada.

—mas o que aconteceu inhá?

—ocê desmaiou minha fia,deu um susto na gente! —diz a senhora como dentes podres na boca.

—inhá meu sangue não desce a um mês... O que pode ser?

—o mais craru,ocê tá prenha!

—prenha inhá Maria? O filhinho do Carlos... Ele vai ficar tão feliz quando saber.

—vai sim minha menina.

No dia seguinte Carlos esperava Daniela no rio.

—meu amor! —ela pula nos braços do doutor que roda segurando a mulher de pele brilhante e com muita melanina.

—tenho um notícia...

—sério? Qual?

—tô prenha!

O homem desfaz o sorriso e olha a barriga da mulher que sorria.

—só pode está brincando Daniela!

—não estou meu amor... —ela segura sua barriga. -vamos ter um bebê.

—nós não, você vai ter... Eu não quero um filho escravo Daniela!!

—mas ele já existe Carlos... —ela chora. —por favor meu amor... Não me abandone agora.

—sinto muito Daniela,me dói muito mas isso não é pra mim... Um filho escravo... Isso não.

—Carlos!!

—adeus...

—Carlos!! Carlos!! Não!!

Daniela se senta no chão enquanto chora desesperadamente.

A noite ela desabafava com Maria enquanto chorava,Henrico ouve a conversa e ordena que Maria saia.

—sai velha!

Ela sai e Daniela com os olhos arregalados olha o homem a sua frente. Ela recebe um tapa no rosto fortemente.

—vagabunda! Meritriz!

—senhor...

—calada cadela! Só não te mando pra o tronco por quê minha esposa não deixaria mas depois que parir vai pra o tronco,eu te juro!

—por favor senhor Henrico,tenha piedade...

—não toca em mim!! E quando esse negrinho nascer será o novo escravo da fazenda.

Daniela chora acariciando a barriga.

Nove meses se passam e Daniela estava na senzala suando e se esforçando para o menino sair.

—força!! Vai!! Está vindo...

—AAAAAAAAHHHHHH!! Eu não aguento mais.

—a cabeça está saindo força minha fia!!

—AAAAHHHHH!!!

Logo depois se ouve um choro de recém nascido.

—cabelo laranja.

—ele é idêntico ao pai de mim só herdou a escravidão.

—já sabe um nome?

Daniela com o filho no colo sorri.

—Noah!

—não tem um nome mais bonito minha fia?

—eu quero esse... Por favor aceite.

—o fio é seu né? Fazer o que? Só aceitar!

Ainda naquela noite o feitor entra na senzala.

—Maria pega o bastardo e você vem comigo.

—pelo amor de Deus feitor ela acabou de parir.

—ordem do patrão.

Daniela não conseguia andar e é arrastada pelos braços para o tronco.

—pelo amor de Deus marido não faz isso! —Isabel pedia.

—não se intrometa!

Daniela é acorrentada no tronco e seu vestido é rasgado deixando as costas a mostra.

—carrasco 50 chibatadas.

—pode deixar patrão... 1... 2... 3...

—pelo amor de Deus marido,vai matar ela.

—calada mulher,sei o que estou fazendo.

—meu Deus... —Daniela sussurra com lágrimas jorrando em seu rosto. —leva minha alma mas permita que eu visite meu filho sempre...

—48... 49... 50!! Prontinho senhor.

—Daniela?

—ela morreu marido!!! Você a matou!!!

—Daniela? Daniela?

—ela não resistiu senhor Henrico.

Daniela jorrava sangue das costas e das pernas, alí mesmo havia morrido.

—enterra o corpo,eu vou tomar um banho. —Henrico diz saindo do local.

Isabel vai até o corpo de Daniela.

—me perdoa...

Maria chorando se aproxima segurando o bebê nos braços enrolado em uma manta marrom.

—ela deu a luz a esse menino,se chama Noah.

—eu prometo que vou cuidar dele,darei a ele uma boa educação e claro... Muito amor. Eu prometo Daniela,seu filho será um garoto livre um dia.

O Escravo Noah | Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora