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—sou a mulher mais feliz do mundo.

—nos casaremos próxima semana. —Marcelo diz.

—já? —o pai de Matilde questiona.

—pra que adiar meu sogro? Se posso fazer sua filha muito feliz.

—eu aceito qualquer dia. —Matilde sorri.

—onde está Noah? —Clemente pergunta e Marcelo desfaz o sorriso.

—não te interessa! —seu pai o repreende.

Noah segurando uma panela de barro com feijão preto vai até a mesa.

—com licença... —ele coloca a panela na mesa.

—Noah!!

—olá senhorzinho Clemente.

—está mais belo do que nunca...

—eu vou pra cozinha,com licença.

Joana vai com o suco e sorri pra Clemente que a ignora.

—o senhorzinho quer suco?

—tanto faz!

Noah limpava a mesa da cozinha e Joana vai até o mesmo.

—Noah,sabe seu destino quando a sinhá Isabel morrer? Terá uma nova sinhá e ela pode ser cruel.

—ela me parece ser uma boa moça.

—você é tão ingênuo... ela está fingindo pra se casar com o senhor Marcelo.

—vamos deixar de conversa Joana,temos muito o que fazer.

Mais tarde Matilde sorria segurando a mão de Marcelo.

—não vejo a hora de te ver novamente... —Matilde diz sorrindo.

—também sentirei sua falta minha querida noivinha.

Ela vai para a carruagem e se senta ao lado de seu irmão e na frente de seu pai. A carruagem é levada por um escravo,Marcelo entra no casarão e vai até Noah que guardava a louça.

—Joana e Maria saiam! Quero falar com o Noah.

Joana furiosa sai com Maria. Marcelo se aproxima do ruivo.

—já sabe que vou casar próxima semana?

—sei e fico muito feliz pelo senhorzinho.

—sabe o que me deixa feliz? É a minha herança.

—uma herança deixa qualquer um feliz...

—sabe qual minha herança?

—não senhor.

—quando eu me casar,todos os escravos serão meu... inclusive você.

Noah lacrimeja os olhos assustado.

—você será meu Noah,minha propriedade e eu farei o que eu quiser com você.

—eu vou ver sua mãe, com licença.

Noah sobe as escadas e para no corredor para chorar em silêncio.

—meu Deus me ajuda por favor...

Ele se recomponhe e entra no quarto de sua mãe adotiva.

—mamãe...

—oi filho.

—por favor me dá minha alforria,por favor.... —Noah chora.

—você é do meu marido legalmente filho,mas vou falar com ele novamente.

—tem que me dar antes do senhorzinho Marcelo se casar mãe senão não terei saída.

—vou falar com Henrico e ele lhe dará a carta.

Noah deita sobre o peito de Isabel e a mulher acaricia seus cabelos.

No dia seguinte Noah estava no jardim colhendo flores e o jardineiro, seu Sebastião vai até o ruivo sorrindo.

—o mais belo pássaro de asas vermelhas colhendo as flores do jardim sendo que nenhuma flor é mais bela que ele.

—seu tião... estou tão triste.

—por que meu príncipe está triste?

—acho que nunca serei livre seu tião e isso me deixa triste.

Sebastião entrega uma rosa branca a Noah e acaricia seu rosto.

—vai ficar tudo bem meu anjo...

Marcelo vai até o jardim e puxa Noah pelo braço agressivamente.

—ai senhor Marcelo está me machucando!

—será que é esse jeito frágil e delicado como uma pluma que me deixa louco?

—estamos no jardim senhor...

—então vamos pra o meu quarto.

—não!! Me solta!! Me solta senhor!!

Marcelo leva Noah escada a alto e o joga na cama do seu quarto.

—eu não vou esperar até eu me casar,eu quero você.

—por favor não senhor Marcelo,me solta!!

—quietinho ou será pior!

Marcelo beija o pescoço de Noah enquanto o ruivo chora preso naqueles braços.

—Marcelo! —seu pai o chama.

—droga! O que esse velho quer?

Noah se levanta e se recomponhe.

—se disser uma palavra sobre isso eu corto sua língua!

Marcelo abre a porta.

—o que Noah faz aqui? —Henrico pergunta.

No centro da cidade José Antônio galopava em um cavalo forte de pelos brancos com o brasão do palácio.

—José Antônio tão lindo, meu sonho é me casar com ele. —uma de duas amigas comentam enquanto passeavam com seus guarda-sóis.

O príncipe de Bragança chega ao Palácio e entra no local,no salão encontra seu pai.

—filho! Que alegria te ver... —sua mãe diz o beijando no rosto.

—queria mesmo falar com você. —Dom Pedro diz.

—vou deixá-los a sós.

Leopoldina sai e José Antônio  continua de pé.

—então por birra saiu do palácio?

—não foi por birra eu só não concordo com suas atitudes.

—que atitudes?

—ser dono de pessoas por sua cor.

—de novo isso? Precisamos de escravos!

—que paguem por seus serviços.

—sabe do que precisa? De uma bela moça e se casar.

—sabe que não gosto de mulheres...

—chega!! Não aceito um filho rasga manga um anormal!!

—viu? Por isso não converso com o senhor,o senhor só sabe impor ordens e não liga pra os meus sentimentos,seu ego é maior que qualquer coisa... Pedro!

José sobe pra seu quarto e bate a porta fortemente.

Voltando a fazenda Marcelo tenta se livrar de seu pai.

—Noah veio arrumar minhas camisas, porquê?

—eu quero falar com você, Noah por favor nos deixe a sós.

—sim senhor com licença.

Noah sai do local e Marcelo se senta na cama.

—diga!

—vou dar a alforria ao Noah.

—você o quê?

O Escravo Noah | Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora