O Escravo Noah | Romance Gay

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—mas que absurdo é esse?

—por que absurdo?

—Noah não é qualquer escravo.

—pra mim é.

—não seja patético,Noah sabe ler e escrever,toca piano,violino,sabe francês e tem etiquetas.

—mais um motivo pra ele ser livre,sabe se virar muito bem e em qualquer lugar achará emprego.

—tudo que é de vocês será meu e não será diferente com Noah!

Marcelo se afasta do pai e o homem olha pra os céus.

—Deus me ajude com esse meu filho.

Henrico entra no seu quarto e ver sua esposa fragilizada.

—meu amor,quer comer algo?

—não, quero ver o Noah... quero que ele fique comigo.

—você o ama muito não é?

—muito...

—vou chamá-lo.

Ele beija sua testa e desce até a cozinha,ele ver Noah fazendo o chá pra Isabel e o homem se aproxima.

—Noah,Isabel quer te ver.

—o que minha mãe tem?

—o doutor Rodrigo ainda não chegou,mas estou com medo.

—não fique assim senhor Henrico,ela vem ficar bem. Eu tenho fé!

—obrigado,leve o chá dela por favor.

—sim senhor...

Noah sobe as escadas levando o chá de Isabel.

No centro da cidade,no palácio, José Antônio arrumava sua mala.

—tem certeza filho? Não quero me separar de você.

—será apenas seis meses mamãe... quero ter minha liberdade,fugir de tanto compromisso que meu pai exige.

—mas você é o príncipe do Brasil.

—eu sei e por isso vou atrás dos meus sonhos.

Ele beija a testa de sua mãe e pega sua maleta e sai do seu quarto,Dom Pedro II,seu pai,vai até José Antônio.

—tem certeza dessa loucura?

—não é loucura eu ir atrás dos meus sonhos papai.

—claro,abolir os escravos,se casar com um homem e se privar dos luxos do palácio isso é uma estupidez!!

—eu não quero discutir com o senhor,eu já vou pra minha nova casa.

O jovem sai do salão e entra em uma carruagem vermelha,usava roupas digna de um príncipe. Ele então chega em sua nova casa e a abre,era grande e elegante,tinha móveis e um escada na sala.

—darei ótimas cerimônias aqui.

Seu melhor amigo Bernardo chega na casa e sorri com José Antônio.

—poderíamos dar uma festa e convidar o Bruno,o que acha?

—ainda é muito cedo pra cerimônias e eventos.

—o que o imperador disse da sua saída?

—criticou como sempre faz em tudo que faço.

—parece ser chato meu amigo mas ele quer apenas o seu bem.

—e o bem dos escravos?

—vamos chegar lá, vamos ter mais um pouco de tempo.

—tem visto o Bruno?

—não,mas em breve nos veremos.

—sente algo por ele?

—a gente praticamente cresceu juntos... mas não sinto o que ele gostaria que eu sentisse.

—ainda esperando seu amor de conto de fadas?

—eu vou ter,eu juro.

Na fazenda dos Montenegro Isabel havia piorado,sua febre não abaixava,Noah se aproxima com o chá da mulher.

—mamãe, trouxe esse cházinho pra te acalmar e a senhora poder dormir um pouco.

—obrigada meu amor,Noah... vou falar com meu marido para te dar a carta de alforria.

—para de se preocupar comigo mamãe,pense na senhora, na sua saúde.

—eu não vou aguentar por muito tempo filho,sinto que estou definhando e logo a morte vem me buscar e quando isso acontecer quero você livre.

—quando eu for livre serei a pessoa mais feliz do mundo mas... em compensação muito triste por não te ter mais ao meu lado.

—promete que vai escolher o melhor rapaz? Boa vida financeira, inteligente,que te trate com carinho e muito amor.

Marcelo ouvia tudo atrás da porta.

—eu prometo minha mãe, eu vou realizar todos os seus desejos.

—pode ir filho,vou tentar descansar um pouco,vá comer algo.

—sim senhora. —ele beija a testa de Isabel e sai do quarto,ao fechar a porta, é agarrado e tem sua boca tapada com uma mão. Marcelo leva Noah pra seu quarto e fecha a porta,Noah se afasta.

—senhor Marcelo,não é certo que eu fique sozinho com o senhor. Os seus pais...

—calado!! Quem você pensa que é pra me rejeitar?

—sei que sou apenas um escravo senhor.

—minha mãe disse pra você arranjar alguém rico,bonito,que te ame e eu sou tudo isso.

—o senhor é uma pessoa muito boa,merece alguém que o ame.

—mas quero você! Somente você!!

Henrico entra no quarto de Marcelo e estranha a cena.

—o que faz aqui Noah?

—eu o chamei para organizar meu ropero mas ele já terminou.

—com licença. —Noah cabisbaixo sai do quarto e Henrico encara Marcelo.

—Marcelo,me diga com sinceridade,o que sente pelo Noah?