Cap. 8: Nunca Tire esse Terno

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Algumas ações no passado desencadeiam várias consequências no futuro, que podem mudar a vida de uma pessoa e as outras ao redor dela. Mas existiu um rapaz que era esperto e estudava na mesma classe do Johnny na época de escola.

Na tarde ensolarada de quinta-feira, 3 de setembro de 1987, no Rio de Janeiro, a escola municipal Padre Martin Madrazzo estava repleta de alunos animados. Do lado de fora da escola, próximo à entrada principal, uma pequena multidão se formava ao redor de dois estudantes, com idades entre 13 e 14 anos, envolvidos em uma acalorada discussão.

Um dos garotos era notavelmente alto e possuía um físico robusto para sua faixa etária. Ele parecia confiante em sua superioridade física e ameaçava o outro estudante chamado Luis. Luis, por sua vez, possuía cabelos castanhos, pele clara, era um pouco alto, mas não tinha músculos desenvolvidos. Apesar disso, não demonstrava medo do rapaz mais forte e estava determinado a enfrentá-lo.

Em meio à tensão crescente, o jovem alto e forte tentou desferir um soco em direção ao estômago de Luis, buscando impor seu domínio físico. Porém, com agilidade e reflexos rápidos, Luis conseguiu desviar do golpe e, com uma voz firme, disse:

- Olha sei que você tem complexo de superioridade, mas não para cima de mim.

Uma garota que está assistindo grita:

- Luis fica quieto!

O jovem alto não desiste facilmente e tenta desferir mais um soco em direção a Luis, mas este novamente desvia habilidosamente e, num movimento rápido, empurra o agressor ao chão. O jovem levanta-se rapidamente e tenta desferir um chute, porém Luis, ágil como antes, agarra sua perna e o joga novamente ao chão.

Neste momento, Luis assume uma postura dominante. Ele sobe em cima do jovem caído, olhando para as pessoas que estavam ao redor, assistindo à briga. Seu olhar varre a multidão, encarando cada pessoa que testemunhou o ocorrido. Então, sem hesitar, Luis começa a desferir uma série de socos rápidos no rosto do jovem no chão. Um soco, dois socos e, cada vez mais rápido, os intervalos entre eles diminuem. O rosto do aluno caído fica ensanguentado e machucado, e as pessoas que assistiam à cena ficam chocadas com a violência da situação.

Enquanto isso, o sinal de entrada da escola toca, indicando o início das aulas. O portão principal se abre, e a maioria dos alunos entra na escola como se nada tivesse acontecido, seguindo suas rotinas normalmente. No entanto, alguns alunos permanecem parados, observando o jovem com o rosto completamente machucado, olhos inchados e nariz quebrado.

Luis decide entrar na escola e, nesse momento, sua amiga Patrícia aparece ao seu lado. Ela o aconselha:

- Vai lavar logo as suas mãos, daqui a pouco vão te chamar para saber que aconteceu e você desse jeito vai ser pior.

- Pior do que ele eu não ficarei. -responde sua amiga sorrindo.

Patrícia segue em direção à sua sala de aula enquanto Luis decide ir em direção ao banheiro. No entanto, ao longe, ele avista um aluno usando um casaco que se dirige ao mesmo banheiro, seguido por um grupo de garotos que parecem estar procurando por encrenca. Luis entra no banheiro, encarando-os enquanto caminha lentamente, com as mãos sujas de sangue. Ele se dirige à pia para lavá-las.

Enquanto lava suas mãos, Luis começa uma conversa com o aluno, Johnny, que parece desconfortável com a situação:

- Está tudo bem, Johnny? - pergunta Luis.

- É... Sim. - responde Johnny, visivelmente perturbado.

- Você nem imagina como minhas mãos doem. Acho que consertei os dentes tortos daquele idiota.

Noites Sombrias: Volume IIOnde histórias criam vida. Descubra agora