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    Olha quem está de volta!!! Estou melhor, estou de férias do curso, o que significa que vou ter tempo para terminar a fic!!! Espero que gostem desse capítulo, era pra sair na semana passada, mas quis dar uma polida melhor no cap.
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    Logo após o Natal, Trafalgar foi encaminhado à reabilitação. Após algumas recaídas e ver que apenas o remédio não ajudava-o, o próprio garoto implorou por ajuda e não encontrou outra alternativa a não ser aceitar ir nas terapias em grupo. Pensava que se ouvisse outras histórias, conseguiria conhecer mais métodos para parar definitivamente com o cigarro.

    Ainda na moto, Law tirou o capacete e ficou observando o movimento crescer e aos poucos as pessoas iam entrando conversando intimamente. Depois de se lembrar dos conselhos do pai, decidiu estacionar e entrar.

    O grupo formado por aproximadamente vinte pessoas, já se encontravam em seus lugares em um grande círculo. Se sentou silenciosamente, deixando o capacete embaixo da cadeira e o cordão com a chave enrolado em sua mão.

    A terapia em grupo, que Law aceitou participar, é guiada por um terapeuta e psicólogo e pelo líder do grupo, um ex-dependente químico. Ambos especialistas na área. Depois de se sentarem em seus lugares, deram início à conversa.

— Boa noite a todos. Vou me apresentar aos recém chegados. Meu nome é Jefferson e lidero esse grupo há 5 anos, muitos já passaram por aqui e se recuperaram. Esse ao meu lado é o Anthony, psicólogo e também atua na área terapêutica há mais de 20 anos. Comecem se apresentando, não existe um script de apresentação, apenas falem um pouco sobre vocês, tudo bem?

    Mesmo tímido, Law se ajeitou na cadeira e levantou a mão.

— Posso começar?

— Claro, sinta-se à vontade.

— Boa noite, pessoal. Meu nome é Trafalgar Law.

— Bem vindo, Law — o grupo respondeu em uníssono.

— Valeu — deu um sorriso tímido e prosseguiu — Tenho 17 anos, acho que sou o mais novo daqui. Eu vim pela recomendação do doutor Anthony, que já cuida do meu caso há alguns anos, e muita insistência do meu pai. Eu gosto de rock, assim como meu pai, e eu tenho uma banda com meus amigos, mas não sei se vamos prosseguir isso.

— Quer falar sobre isso, Law? — perguntou o psicólogo.

— Amanhã — afirmou com clareza — Só para finalizar, eu estou namorando e ele tem me ajudado bastante na minha recuperação, meus amigos e meu pai também estão na luta para me ajudar com isso.

— Gostaria de nos contar um pouco sobre o vício? — perguntou Jefferson — Não se sinta pressionado, fale quando se sentir confortável.

— Fumei meu primeiro cigarro aos 14, eu já tomava muitos remédios naquele tempo. Os efeitos do remédio, do álcool e da nicotina se misturaram em mim e me deixavam tão bem e me viciei. Eu tive várias recaídas nas últimas semanas, mas estou num recorde de sete dias sem sentir abstinência — sentiu seu rosto arder quando ouviu a comemoração e a salva de palmas dos demais — Obrigado. Acho que é só isso.

— Obrigado por compartilhar sua história conosco. Quem gostaria de ser o próximo?

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    Ainda no estacionamento, Law tirou o celular do bolso e discou o número de Luffy, havia adiado a viagem para o primeiro dia de janeiro e queria aproveitar o máximo perto do namorado, só se veriam no próximo verão quando as férias da faculdade chegassem.

" — Trafa? Não achei que ligaria.
Já acabou a reunião?"

— É… já. Liguei para avisar que não vai dar para sair de moto hoje, começou a nevar de novo. 

" — Você pode vir aqui se quiser,
o meu irmão não está em casa."

— Luffy-ya…

" — Eu não disse nada, você
que está insinuando."

— Tudo bem, eu vou. Mas não vou poder dormir aí, prometi ao meu pai que iria acordar cedo amanhã, estou cheio de coisas para acertar antes de viajar.

" — Sem problemas. Quando chegar me avisa que eu desço para abrir a porta.
Te vejo daqui a pouco, amor."

    Quando a ligação se encerrou, Law encarou o próprio reflexo no espelho retrovisor e viu suas bochechas coradas.

— Quando é que eu vou me acostumar com ele me chamando de "amor"? No dia de São Nunca?

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    Na manhã do dia primeiro de Janeiro, Law se encontrava trancado em seu quarto com a música no volume máximo, cantava tão alto quanto a música. Arrumar as malas sem ouvir música seria tortura demais.

    Decidiu que levaria 3 malas grandes, não sabia se caberia tudo no guarda roupa da fraternidade, mas daria um jeito.

    Rosinante subiu as escadas na intenção de convencer o filho a baixar a música, mal conseguia se concentrar em seus assuntos. Bateu incansavelmente na porta do quarto na esperança de que fosse ouvido.

    Do lado de dentro do quarto, Law comemorava o fim da primeira mala. Colocou no chão e decidiu levá-la para sala, seria mais fácil levar uma por uma e não correr o risco de se atrasar.

    Ao abrir a porta, Law segurou o grito na garganta e deu alguns passos para trás. Desligou a música e se virou para olhar o pai, que se encontrava encostado com o ombro no batente da porta.

— Se quer ficar surdo, fique surdo sozinho, não precisa me envolver nisso.

— Desculpa, pai. Preciso me distrair antes de sair — Law saiu do quarto arrastando a mala.

    Rosinante se manteve ali observando a guitarra de Law dentro da case, o instrumento se encontrava em cima da cama. Sentiu um aperto no peito, nunca mais ouviria a música no último volume, a voz de Law cantando pela casa e muito menos o som da guitarra, nunca mais ouviria rock com seu filho dentro do carro e as piadas acabariam por aqui. Se permitiu chorar antes que Law voltasse ao quarto.

    Quando Trafalgar voltou ao segundo andar, cantando uma música de Twenty One Pilots, fingiu que não viu os olhos inchados de seu pai. Apenas pegou outra mala e desceu. Repetiu a mesma ação com a última mala, continuou ignorando Rosinante, agora sentado na cama de Law.

— Não está esquecendo de nada? — perguntou Rosinante assim que o filho voltou ao quarto.

— Não- — parou de falar assim que viu para onde seu pai apontava — Eu não vou levar, não vou mais ter tempo para isso.

— É uma pena, é lindo te ver tocando.

— Não começa você também, pai. Já não basta o Luffy-ya e os meninos…

— Okay, não está mais aqui quem falou.

     Uma eternidade, foi o tempo que ambos passaram se encarando em silêncio. Law desviou o olhar para a parede e decidiu desabafar, já que o choro que estava segurando estava sufocando-o.

— Você cuidou tão bem de mim, não quero que pense que estou saindo de casa por ingratidão. Você me ensinou tudo que sabe e eu absorvi cada aprendizagem para que, quando fosse dada a hora, eu usasse esses conhecimentos para cuidar de mim e tomar as melhores decisões… Mas é incrível que, mesmo assim, eu não sei como prosseguir. Me ajuda, pai. O que eu faço?

— Promete que vai me ouvir?

— Prometo. 

    Depois de minutos conversando, Rosinante tirou o celular do bolso e acendeu seu cigarro. Discou um número, no qual Law não viu qual era, e saiu andando pela casa. Falava em um tom normal. Trafalgar decidiu esperar no quarto, balançava a perna de tanto nervosismo.

    Rosinante voltou correndo para o quarto do filho, animado. Law levantou instantaneamente.

— Tudo certo. Vamos? 

— Vamos!

Última Música: Hotel California [LAWLU COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora