CAPÍTULO #17

3.5K 513 65
                                    

— Porra…! — Praguejo, tentando não virar a aeronave, apesar de que às vezes ela ia para um lado e outro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Porra…! — Praguejo, tentando não virar a
aeronave, apesar de que às vezes ela ia para um lado e outro. Tento voltar ao controle, com a aeronave "quicando" na água vez ou outra.

Para o meu alívio, avisto a Ilha dos Bragança a alguns metros de distância. Tento diminuir a velocidade e preparar o pouso da forma como eu me lembrava.

Na hora do desespero sempre dá um branco.

A aeronave despencou de uma vez, me arrancando um grito pelo susto. Havia o porto para pousar, mas não diminuí a velocidade a tempo e acabei atropelando tudo que vi pela frente. Bati em uma pequena rocha que me fez saltar por ela, batendo na ponte do porto, e passando por cima de alguns guardas que faziam a segurança.

— Foi mal! — Exclamo, respirando fundo e olhando para Odd, que se segurava no painel a frente, parecendo assustado. — Foi até legal, podemos fazer de novo? — Brinco e ele me encara, negando prontamente.

— Nunca mais! — Ditou, sacando a arma e se soltando do cinto. Fiz o mesmo, preparando meu Arco. Como eu imaginei, havia muito mais soldados ali do que na mansão. — Não vamos dar conta… — Odd falou, atirando com duas pistolas, enquanto eu atirava as flechas.

— Espera… aguenta um pouco aí — Peço, recuando para dentro da aeronave, me abaixando no chão. Odd me olhou de relance, se mantendo na porta e continuando a derrubar boa parcela dos soldados como podia. 

— Anda logo, Hany! — Exclamou, se abaixando quando as balas começaram a chegar até nós, atingindo a lataria do hidroavião. Suspiro, puxando duas granadas do coldre, as prendendo na ponta de uma flecha.

Me coloco de pé e preparo a flecha no arco.

— Puxa os dois pinos — Peço e ele me olha duvidoso, mas obedeceu, puxando os dois pinos da granada. Atiro no mesmo momento, vendo a flecha cair no meio deles. Puxo Odd pela cintura, nos derrubando para dentro da aeronave e ouvindo a explosão lá fora.

Pelo silêncio, acho que foi boa parte. E se alguém sobreviveu, não deve estar inteiro.

Arfo, tentando me levantar, só então notando que havia caído por cima de Odd.

— Tudo bem? — Odd questionou, e mesmo nervoso, eu assenti, apoiando as mãos em seu peito e me levantando.

Céus, não é hora para desejá-lo!

Limpo a garganta, estendendo a mão para ele, o ajudando a levantar. Olho para fora, vendo a área da explosão coberta por corpos estilhaçados.

Observo em volta, não demorando a avistar uma simples cabana, não tão longe. A ilha era pequena.

Pulo da aeronave, seguindo até a cabana. Preparo o arco e flecha novamente, vendo Odd se aproximar, com a arma em punho, chutando a porta da cabana, a arrebentando.

Guardo o arco no ombro quando vi que não tinha mais nenhuma ameaça. Odd me deixa passar primeiro e a cena que vejo me faz entrar aos prantos no mesmo segundo, recuando um passo pelo espanto. Sinto Odd segurar meus ombros, me mantendo de pé e ali, enquanto via o menininho Miguel acorrentado na parede, cheio de ferimentos, e quase desacordado, nos olhando assustado, com medo.

— Odd…! — Murmuro, sem reação. Odd me abraçou, escondendo meu rosto em seu peito.

— Está tudo bem… vamos tirá-lo daqui. Fique lá fora vigiando — Pediu, mesmo que não houvesse mais ninguém lá fora. Eu pude lidar com os soldados e com a porra de uma aeronave que nunca pilotei na vida. Mas presenciar aquela crueldade com uma criança inocente era demais para mim.

Odd me guiou para fora, me acalmando e entrou novamente na cabana. Tento me conter e aguentar firme, me colocando de pé. Pude ouvir as correntes se partindo e o choro do menino Miguel. Minutos depois, Odd saiu da cabana, com ele nos braços, o tranquilizando.

— Está tudo bem, Miguel… não vamos machucar você. Viemos te salvar, querido — Odd falou calmamente, o balançando devagar nos braços, afagando seus cabelos negros. Pude notar Miguel trêmulo, um pouco assustado, mas estava se acalmando com o abraço.

Tento secar minhas lágrimas, olhando em volta e buscando um método para sairmos daqui. Eu não iria entrar naquela aeronave com uma criança dentro.

— Elliot, estamos com o menino — Odd avisou pelo ponto, e logo pude ouvir Elliot nos responder.

Perfeito. Estou mandando neste exato momento a equipe de resgate. Bom trabalho, rapazes. — Sorrio, agora mais calmo, me aproximando de Odd e acariciando o cabelo do Miguel, vendo ele virar o rostinho para me olhar. Tento sorri em meio às lágrimas, beijando sua testa.

— Você vai ficar bem agora, querido… eles não vão mais machucar você — Afirmo e ele se encolhe, parecendo aliviado, aos poucos parando de chorar. Pude ouvir seu estômago roncando e os lábios secos.

Estavam realmente torturando uma criança, a matando aos poucos.

Malditos!

O resgate não demorou a chegar. Um avião de resgate pousou na ilha, e pude notar dois jatos de combate sobrevoando a ilha.

Os soldados noruegueses saltaram para fora do avião, incluindo o médico da máfia, que logo pegou Miguel, o colocando em uma maca e iniciando os primeiros-socorros.

Odd e eu os acompanhamos, adentrando o avião e sempre junto do Miguel, vendo suas feridas sendo tratadas e aos poucos ele conseguir ficar mais lúcido.

Preparo algo para ele comer, leve e que sacie sua fome. Quando o médico autorizou, coloquei ele em meu colo, lhe dando uma papinha para comer. Às vezes ele me olhava receoso, mas aceitou, me deixando alimentá-lo.

Após alguns minutos, resolvi dar banho nele, o limpando e vestindo uma roupa limpa que felizmente Elliot pensou em mandar junto com a equipe de resgate, todo o necessário que uma criança precisa.

O acomodei em meus braços, lhe dei a mamadeira e vi ele adormecer em meus braços.

Odd atravessou o avião, se acomodando ao meu lado. Ele estava resolvendo com os soldados o que fariam com a ilha e o território dos Bragança. Isso não importava agora para mim. Eu só queria garantir que Miguel ficaria bem e protegido.

— Ele pareceu gostar de você — Odd comentou e eu sorri fracamente. — Você tem muito jeito com crianças, Hany.

— Eu amo crianças. Elas são a pureza do mundo. Não há maldade nelas — Comento, acariciando o rosto de Miguel suavemente. — São os adultos que as corrompem… — Murmuro, em um tom mais baixo, sentindo um nó na garganta.

— Agora Miguel vai poder crescer sendo o que ele é, uma criança — Falou e eu sorri, virando o rosto para olhá-lo.

— Obrigado, Odd… por não me deixar sozinho nessa. Por fazer tudo isso acontecer.

— Eu me importo com o menino. Me dá nojo só de pensar o que eles fizeram com ele por todo esse tempo. Mas está tudo bem agora. Você foi muito forte, Hany… — Comentou, me fazendo suspirar.

— Sei que vamos protegê-lo… Mas é inevitável lembrar que agora sequestramos o herdeiro do Império Português, que agora estamos com um Bragança. O que faremos? — Questiono, preocupado. Odd respirou fundo, passando alguns segundos em silêncio.

— Vamos cuidar dele. É o que mais importa agora. Lidamos com os portugueses depois. E eles sabem que estão em desvantagem se quiserem nos enfrentar. Somos três nações unidas, com inúmeros outros aliados. Somos intocáveis, Hany. E eles sabem disso.

Sorrio, agora mais tranquilo, me inclinando para beijar a testa de Miguel. Ele bocejou, se remexendo um pouco, mas continuou dormindo.

É isto.

Miguel está sob nossa proteção agora.

TURN OFF - Livro 4 da Série King Of Sex (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora