Assim que chegamos à mansão, todos já estavam reunidos na sala, nos aguardando. Hany me acompanhou, segurando na mão de Miguel, que andava um pouco retraído ao seu lado. Foi imediato eu ver Rory se aproximar, com os olhos marejados, e como mágica, vi o brilho nos olhos do Miguel renascer ao vê-la.
— Menininho chato…! Você voltou! — Rory exclamou. Miguel lançou um breve olhar para mim e Hany, nos vendo sorri. Então se aproximou de Rory, que logo o abraçou, parecendo assustá-lo, mas logo retribuiu, a abraçando de volta.
— Miguel… — Franklyn se aproximou, chamando a atenção do pequeno, que o olhou, parecendo reconhecê-lo. Franklyn se abaixou à sua altura, pegando suas mãos delicadamente. — Não esquecemos o que fez, e sinto muito termos demorado tanto. Mas agora, não precisa se preocupar, esta é sua casa agora e estará sob nossa proteção. Ninguém mais vai machucar você. Obrigado por sua coragem, você nos salvou. E agora, retribuímos o favor.
— Quem irá ficar sob a guarda dele? — Adrian questionou, e antes que eu respondesse, Hany tomou a frente.
— Eu irei. — Imediatamente todos o olharam, surpresos.
— Do que está falando, Hany?! Você vai cuidar de uma criança? — Keera questionou, descrente.
— Sim, isso mesmo. Eu amo crianças e… me apeguei ao Miguel. Isso não entra em discussão — Ditou, convicto, o que discretamente me fez sorri. Nunca pensei que Hany poderia apresentar esse lado. Um lado mais caseiro, familiar, uma sensibilidade que ele não mostrava desde o início.
— Obrigado, Hany — Franklyn agradeceu, sorrindo e se aproximando para abraçá-lo fortemente, na qual ele prontamente retribuiu, beijando a bochecha do amigo.
— Agora teremos dois filhos amigos, como sempre sonhamos — Hany brincou e Franklyn riu, concordando.
Quando tudo se acalmou, meus irmãos começaram a se dissipar, deixando apenas eu, Hany e Miguel na sala principal.
— Hany… — Chamo, meio sem jeito. Ele me olhou, esperando eu continuar. — Eu só… queria dizer que posso ajudá-lo com o Miguel. — Hany logo sorriu, assentindo.
— Será ótimo, Odd — Murmurou, parecendo cansado. Depois do que ele fez hoje, realmente deve estar. Me aproximo, me sentando ao seu lado.
— Onde aprendeu a usar arco daquele jeito? Você não é principiante. A portou como um profissional — Comento e ele sorri levemente.
— Keera me ensinou. Eu fui um adolescente meio do contra, então quando via os soldados portando armas de fogo, eu escolhia as armas mais diferentes para aprender. Até que descobri a paixão especial pelo Arco e Flecha. — Assenti, não demorando a ver dois soldados adentrarem a mansão.
— O senhor Henry Owen acaba de chegar — Avisou e eu apenas assenti, vendo os soldados se retirarem e logo avistando Henry adentrar a mansão, sorrindo educadamente, mas ele não vinha sozinho. Estava acompanhado de um garoto. Um garoto que lembrava muito o jeito de Hany pela forma de se vestir.
— Bel?! — Hany exclamou ao meu lado, me fazendo olhá-lo, vendo ele se levantar imediatamente e correr na direção do garoto, que ao notá-lo, soltou um gritinho de animação, pulando nos braços de Hany, ambos rodopiando no meio da sala.
— Hany! — O garoto exclamou, enquanto eu permanecia estancado no lugar, ainda tentando processar. Miguel veio para meu lado e eu logo o peguei nos braços, sorrindo e o beijando no rosto.
— O que faz aqui? Achei que estivesse na Inglaterra — Hany questionou.
— Ah, eu vim com o Henry para a Noruega. Ele foi chamado para o resgate do garotinho — Apontou e Hany o olhou, parecendo curioso.
— Henry… não é o capo brasileiro? — Questionou e o garoto assentiu, sorridente e dando pulinhos de alegria.
— Isso! Adivinha, adivinha! — Exclamou, com empolgação. Então ergueu a mão direita, exibindo a aliança bem chamativa em seu dedo anelar. — Estou noivo! Eu vou casar, Hany! Acredita nisso? — Hany o olhou com surpresa, sorrindo fraco. Ele parecia frustrado com algo, e confesso que eu não me sentia diferente.
Era bom ver casais se formando, construindo uma nova história juntos. Mas não deixava de ser deprimente, porque eu sonho com o dia que será minha vez. No entanto, está cada dia mais difícil acreditar na reciprocidade.
— Isso… é ótimo, Bel. Fico feliz por você. Meus parabéns! — Hany falou, o abraçando apertado.
Então volto minha atenção para Henry Owen, sorrindo para a interação entre os dois, com um brilho no olhar que indicava a nítida felicidade. Respiro fundo, me aproximando, chamando sua atenção.
— Seja bem-vindo à Residência Bergan. Sou Oden Bergan, prazer em conhecê-lo — Falo, estendendo a mão cordialmente e ele ligeiramente arqueia as sobrancelhas, parecendo surpreso, rapidamente apertando minha mão.
— Céus, estou mesmo de frente para Oden Bergan?! Sempre quis conhecê-lo pessoalmente, seu trabalho é incrível! — Exclamou, me pegando de surpresa, sorrindo sem jeito.
— Obrigado, nem sei o que dizer depois disso — Falo e ele sorri.
— Também trabalho com Engenharia, mas meu foco é voltado para aparelhos eletrônicos, sabe, computadores, celulares, essas coisas — Comentou, me deixando ainda mais surpreso.
— Isso é incrível. Meu irmão Elliot iria adorar te conhecer. Ele vive reclamando dos computadores normais que não aguentam por muito tempo — Falo e ele ri.
— Para o trabalho como o dele realmente é necessário um computador avançado e que aguente bem. Podemos negociar e então eu posso fornecer bons aparelhos para a máfia norueguesa.
— Isso seria perfeito. Gostaria de ir até minha oficina? — Convido e ele sorri largamente.
— Mesmo? Seria ótimo! — Sorri, colocando Miguel no chão.
— Pequeno, fica com o Hany. Eu volto já — Falo e ele assente, correndo até Hany, que logo o pegou nos braços, rindo e o enchendo de beijos no rosto, o que me fez parar por alguns segundos, admirando a cena, o sorriso no rosto de ambos. Hany demonstrava um sorriso verdadeiro dessa vez, natural, os olhos brilhando ao olhar para Miguel. Era… lindo.
Eu poderia me acostumar com isso…
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TURN OFF - Livro 4 da Série King Of Sex (ROMANCE GAY)
Romance"Eu era muito novo para entender. Para entender que... nada do que eu faça está bom o suficiente. Nada do que eu diga será ouvido totalmente. Nada que eu sinta tenha importância realmente... E a cada dia vivendo no inferno... Ouço meu cérebro abso...