CAPÍTULO #21

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Assim que chegamos ao belo restaurante, fomos guiados até uma das mesas, que já estava reservada

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Assim que chegamos ao belo restaurante, fomos guiados até uma das mesas, que já estava reservada. O lugar era esplêndido, com música clássica ao fundo e uma decoração mais romântica.

Odd puxou a cadeira, me olhando sugestivo, me fazendo abrir um largo sorriso e me acomodando na cadeira. O local estava parcialmente cheio, a maioria em casal.

— Hany — Odd me chamou, me fazendo olhá-lo. Ele sorriu gentilmente, abrindo o sobretudo e o colocando em meu colo, cobrindo minhas pernas e impedindo que eu acabasse mostrando mais do que devia, o que me pegou de surpresa, o olhando encantado com seu gesto. Enquanto outros tentavam arrancar minhas roupas sem se importar aonde, Odd tinha o cuidado de se preocupar comigo.

Não é à toa que fiquei tão obcecado por ele desde o início.

— Obrigado… — Murmuro, vendo ele se sentar à minha frente. Respiro fundo, um pouco nervoso, lembrando do beijo que ele havia me dado. Eu não entendia a mudança súbita, já que ele sempre havia me negado. Até achei que me odiasse, ou sentisse nojo de mim. — Sobre mais cedo… — Murmuro, não sabendo ao certo como começar.

— Eu sei que deve estar confuso com minha atitude. E… para ser sincero, eu também estou. Ultimamente venho fazendo coisas que… não fazem parte da minha zona de conforto — Confessou, chamando minha atenção.

— O que quer dizer? — Odd respirou fundo, passando um tempo em silêncio, parecendo escolher bem suas palavras.

— Quero dizer que… estou fazendo o que quero. Estou… seguindo minhas vontades mesmo que tudo grite dentro de mim para não fazer… — Murmurou, soltando um breve suspiro. Aquilo parecia afetá-lo de alguma forma. Seus olhos brilhavam pelas lágrimas contidas, mas ele ainda sorria.

— Odd… — Tento falar, mas me calo ao ver o garçom se aproximar, nos servindo o vinho de entrada. Engulo em seco, mordendo os lábios, querendo poder ouví-lo mais, entendê-lo, saber o que ele estava sentindo. Acredito que esta é uma das noites mais importantes da minha vida, porque não é qualquer um que está na minha frente. É o único homem que simplesmente conseguiu invadir meu corpo, mente e alma. E que eu achei que nunca poderia alcançá-lo.

— Você chamou muito minha atenção, Hany. Não é de hoje — Odd falou, o que me fez olhá-lo, sentindo meu peito aquecer. — Eu só… não queria aceitar. Eu já fiz isso muitas vezes para ser sincero. Não importava o tipo de pessoa que aparecesse, para mim, nunca parecia ser o suficiente, não para mim, mas para minha família. Sei que eles não se importariam, muito menos meus pais, mas… eles sempre esperam o melhor de mim, tudo que faço para eles é perfeito, desde sempre. Desde o jardim de infância, quando eu era o primeiro da turma, quando eu sempre trazia o boletim com as melhores notas, quando eu era o exemplo perfeito para meus irmãos que viviam fazendo bagunça… Meus pais já enlouqueceram muitas vezes com os relacionamentos dos meus irmãos ao longo dos anos, e eu… eu não queria fazer parte disso. Eu queria… ser o exemplo de novo… como eu cresci sendo… — Confessou, sua voz falhando no final, e pude notar seus dedos começando a batucar sobre a mesa.

Respiro fundo, porque não esperava ele ser tão aberto comigo, falar com tanta franqueza. Alcanço suas mãos sobre a mesa, as segurando, chamando sua atenção. Seu aperto se tornou firme, buscando conforto.

— Você já deve ter escutado isso, mas ninguém é perfeito, Odd… Olha tudo que fez ultimamente, por um desejo seu, por uma atitude inicialmente sua… o Miguel está bem, está vivo e sendo bem cuidado. Ele está seguro graças a você, que convenceu seus irmãos a abraçarem essa luta. Sei o quanto é difícil lidar com… traumas do passado… acredite, eu sei… — Murmuro, prendendo as lágrimas e sentindo meus lábios tremerem pelo nervosismo.

— Hany… me diga… quero conhecer você. Me mostre o seu lado oculto, que você não mostra a ninguém. Estou aqui para isso, para nos dar uma chance e… conhecer todos os seus lados, sejam eles bons ou ruins. — Engulo em seco, assentindo, por mais que eu tentasse esconder meus sentimentos, meu lado ruim, eu simplesmente não poderia fazer isso para sempre, muito menos se eu quisesse que dessa vez desse certo.

— Eu… nunca tive um relacionamento, e… você pode até achar que não sirvo para isso, às vezes até eu mesmo penso… Mas também, ainda vivemos em um mundo onde as pessoas são preconceituosas. A forma como me visto, me maquio… dificilmente sou alguém que… servirá para relacionamento. Me procuram apenas para sexo e isso acaba… se tornando uma rotina… — Abaixo o olhar e sinto ele segurar minhas mãos mais firmemente. — Tem algo que… nunca contei a ninguém, nem para meus irmãos…

— Vá com calma… temos tempo, não precisa dizer tudo se não quiser — Odd falou e eu sorri levemente, assentindo. Mas eu estava disposto a falar, eu queria que ele soubesse tudo sobre mim, até as partes ruins.

— Eu… eu fui abusado pelo meu pai aos meus 12 anos de idade… — Confesso, sentindo um nó na garganta, vendo Odd arregalar os olhos em espanto. Meus olhos se encheram de lágrimas novamente, acabando por uma escapar, escorrendo pelo meu rosto.

— Hany… — Odd se levantou, se aproximando de mim e me puxando para um abraço apertado, o que me fez sorri tristemente, sentindo o conforto e o acolhimento em seus braços. — Eu sinto muito… aquele desgraçado não merece ser chamado de pai. E para o bem de todos, já está morto — Falou e eu assenti. Isso era um alívio a cada vez que me recordava. Ele já não estava mais vivo, já não podia machucar meus irmãos e nem a mim.

— Estou bem agora… estou feliz por estar aqui — declaro e ele se afasta, apenas o suficiente para me olhar nos olhos. Ergueu a mão direita, tocando meu rosto e acariciando minha bochecha.

— Agora posso ver o quão forte você é… posso te enxergar de verdade… — Ergo o olhar para Odd, sentindo meu peito aquecer com seu olhar sobre mim.

— O que o fez mudar de ideia? — Questiono, em um sussurro. Ele sorriu levemente, me fazendo sentar novamente e retornando ao seu lugar.

— Primeiro de tudo, acho que eu só precisava entender o que realmente poderia acontecer entre nós se eu cedesse. Eu sei que dificultei as coisas, mas… eu só tinha medo de me entregar e… perder meu controle. Henry conversou comigo e ele tem uma história parecida com o noivo. Me fez abrir os olhos e entender que mais cedo ou mais tarde… você venceria a batalha. Acho que era disso que eu precisava. Alguém para me fazer enxergar o óbvio. Você me chamou a atenção desde o início, Hany… — Ele ergueu o olhar para mim, suspirando pesado. — Desculpe demorar tanto para entender isso…

Eu só conseguia sorri ao escutá-lo. Eu acreditava que ele não sentia nada por mim, que desde o início ele apenas me repudiava. Saber que ele também se sentia atraído por mim, enchia meu peito de expectativa.

Afinal, desde o início eu sempre o quis…

TURN OFF - Livro 4 da Série King Of Sex (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora