CAPÍTULO #3

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“[...] Você acha que me conhece bem, mas você não me conhece, não
Não, você não conhece aquele que sonha com você todas as noites
E deseja beijar seus lábios
E anseia por te abraçar forte
Para você, eu sou apenas um amigo, isso é tudo que eu sempre fui [...]

— You Don't Know Me, Ray Charles

	Desço as escadarias, após estar devidamente apresentável, não demorando a ver Rory adentrando a mansão, puxando a mochila de rodinhas e de cabeça baixa

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Desço as escadarias, após estar devidamente apresentável, não demorando a ver Rory adentrando a mansão, puxando a mochila de rodinhas e de cabeça baixa. Ela sempre entra na maior animação, mas hoje parecia ter acontecido algo.

— Ei, princesinha — Chamo, me aproximando. Ela ergueu o olhar. Parecia chateada. Me abaixo à sua frente, segurando suas mãos. — Por que está tristinha?

— O menino chato não apareceu mais na escolinha… — Murmurou, chorosa. A encaro sem entender.

— Que menino chato, querida?

— O menininho que salvou o papai Fran e eu. Ele sumiu e a professora disse que ele saiu da escola — Comentou, me deixando sem fala.

Lembro perfeitamente do dia infeliz em que Franklyn e Rory foram sequestrados. E que eles foram salvos por um garotinho, que acabou atirando no sequestrador. Mas um ataque assim… deve tê-lo custado muito e eu nem quero imaginar o que possa ter acontecido.

Suspiro, não dizendo nada e a puxando para um abraço, no qual ela retribuiu imediatamente.

— O que aconteceu? — Ouço a voz de Odd, o que me fez engolir em seco, me afastando um pouco, vendo ele se abaixar ao meu lado, olhando com preocupação para Rory.

— O menino do sequestro — Falo, chamando a atenção de Odd, que logo me encarou. — Rory disse que ele não está mais indo para a escola… será que… — Antes que eu falasse, Odd se levantou rapidamente, tapando minha boca com a mão e me segurando pela cintura, me fazendo arregalar os olhos em espanto, arfando pelo susto e pelo seu toque tão repentino e raro.

— Querida, vá atrás do seu pai. Sempre é bom conversar sobre o que está sentindo com ele, não é? — Odd falou e Rory fungou, enxugando uma lágrima e subindo as escadarias em busca do pai. Odd voltou a me olhar. Pude sentir seus olhos descerem pelo meu corpo, mas ele rapidamente se afastou, parecendo sem jeito, coçando a nuca. — Desculpa, eu… concluí o que iria dizer e fiquei preocupado se a Rory escutasse — explicou e eu assenti, forçando um sorriso, ainda tentando me recuperar do seu toque. O que esse homem fazia comigo era inexplicável.

— Entendo, desculpe. Eu não pensei direito.

— Você acha que aconteceu algo com o garotinho? — Odd questionou, seu tom soava com preocupação. Engulo em seco, não querendo pensar nisso, mas eu como ninguém sei bem o quanto a máfia pode ser traiçoeira. E nem sempre, a família será seu porto seguro.

— Se ele deixou de ir para a escola, algo certamente aconteceu. Ele matou alguém que provavelmente era da família dele, ou da facção da família — Comento, com um aperto no peito. Odd suspirou, esfregando as mãos no rosto, frustrado.

— Vou tentar descobrir algo… — Murmurou e eu assenti, vendo ele pronto para sair, mas instintivamente segurei em seu braço, vendo ele parar, alternando o olhar entre mim e minhas mãos o tocando.

— Ah, eu… bom, eu queria pedir que se descobrir algo, pode por favor me contar? — Peço, vendo ele me olhar em silêncio por alguns segundos, que para mim pareceram uma eternidade.

— Claro… conto sim. — Sorrio fracamente, soltando seu braço e vendo ele se afastar, me fazendo respirar fundo, desabando sentado no sofá da sala.

Ok, hoje eu preciso sair e beber.

Urgentemente.

° ° ° °

Tomo mais um pouco do meu drink, observando o local particularmente lotado. Respiro fundo, permanecendo sentado no banco próximo ao bar, e não demorando ao ver alguém se sentar ao meu lado. Era um homem alto e com cabelos negros, sorrindo e me olhando.

— Te vi dançando mais cedo, você é lindo, sabia? — Elogiou, sussurrando ao meu ouvido, me fazendo sorri levemente.

— Obrigado… — Murmuro, vendo ele se aproximar mais um pouco, tocando meu rosto e afastando uma mecha do meu cabelo para trás, o que me fez corar, sorrindo. Ele era muito bonito e talvez eu pudesse tentar algo mais…

— E então? Vamos subir e nos divertir um pouco? — Insinuou, fazendo meu sorriso morrer.

— Ah… eu nem sei seu nome.

— E precisa? Você é gostoso, chamou minha atenção. Podemos transar e amanhã é cada um para seu lado. O que acha? — Falou, o que me fez engolir em seco, um pouco frustrado. Mas… o que eu poderia esperar também? Um pedido de namoro de um estranho qualquer? Sou mesmo um idiota.

— Acho ótimo — Forço um sorriso e ele logo segura minha mão, me levando para um dos quartos disponíveis.

Ótimo…

TURN OFF - Livro 4 da Série King Of Sex (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora