Logo que voltou no final da tarde do primeiro dia de trabalho, o senhor Jeon não conseguia parar de falar.
Elogiava a organização da fábrica, elogiava a produção, a forma com que os trabalhadores eram valorizados e tratados com dignidade. O refeitório servia comida de primeira e havia até mesmo um plano de alfabetização para os que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e escrever.
- Visionários! – exclamou o pai de família, contente – Eu nunca vi uma empresa valorizar tanto seus funcionários. Eles fazem muito além do que deveriam para ser minimamente bons. Eles são excelentes. – dizia contente.
Sua esposa sorria, observando a alegria do marido. Fazia tanto tempo que não o via falar empolgado sobre algo!
Jungkook também compartilhava da alegria do patriarca, ainda mais, levando em conta que era Jimin que, indiretamente, por meio de McMillan, quem havia proporcionado tamanha alegria ao pai.
- Ah querido, não sabe o quanto fico feliz em ouvir isso! É um emprego muito bem-vindo! E sobre o cargo novo? Alguém está instruindo você? Porque no começo, precisará entender melhor o que deve fazer, não? – a senhora Jeon questionou, o observando com carinho.
- O próprio McMillan, querida! Ele mesmo está me auxiliando. Passamos o dia juntos e o almoço também. Ele almoça na fábrica, já que Jimin come na escola. Ele só sai quando precisa buscá-la. – avisou – Eles possuem duas empresas, o McMillan disse que passa um dia em uma e o outro na outra, porém, como eu comecei agora, ele vai dar uma atençãozinha extra para a empresa que eu estou.
- Quais as empresas deles, querido? Você soube? – a senhora Jeon questionou, servindo uma caneca de chá para o marido.
- Possuem uma empresa automobilística, que é a que eu estou trabalhando, e outra que se não me engano, produz eletroeletrônicos. – contou – Obrigado, querida! – agradeceu pelo chá.
- Nossa, então a garotinha é mesmo muito rica! – disse, admirada – Que vergonha, recebê-la aqui nesse 'muquifo'...
Jungkook girou os olhos, levando a mão ao rosto.
- Eomma, por favor, não chame a nossa casa de muquifo. É o lugar onde vivemos. E Jimin não tem problema algum em frequentá-la. – avisou, incomodado.
- É porque ela é muito educada, por isso. – murmurou a mãe, não se dando por vencida.
O senhor Jeon ponderava, pensando em algo mais para contar.
- Se eu firmar no meu emprego novo, poderemos arrumar uma casinha melhor, meu bem. McMillan me passou o salário para o meu cargo e, fora os benefícios, ganharei algo em torno de 200 libras no primeiro mês, é muito mais do que um dia eu sonhei em receber. Poderemos ter mais conforto, querida! Jungkook poderá fazer uma faculdade! – disse contente.
O garoto mais velho se impressionou com o alto valor, sorrindo. Estava tão feliz pelo pai! Benditos fossem McMillan e Jimin!
- Uau appa! – exclamou, sorridente – E esse seu emprego não precisa erguer peso, nem nada que vá prejudicar suas costas, não?
- Nada filho, eu sou quem dirige a produção. Preciso andar bastante de um lado para o outro, verificar o estoque da empresa, ver se os pedidos estão sendo entregues dentro do prazo e outras coisas mais, mas nada comparado com o meu antigo cargo. – explicou, contente.
- Depois que pegar mais intimidade, veja se o McMillan não arruma um emprego pro JK, querido. – a senhora Jeon sugeriu.
Jungkook não esboçou impressão alguma sobre o fato. Estava com outras propostas girando em mente. Propostas, as quais, precisava tirar um dia para conversar com os pais sobre.
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O Lupanar
Romance"Porque eu gostei de como você tem olhos grandes em formato de amêndoas. São diferentes dos que eu vejo todos os dias pelas ruas. Eu gosto do diferente. Ninguém até hoje escreveu um conto com um cara que tinha os mesmos olhos que você."