Capítulo III

269 42 3
                                    

DIA 3

Para Draco, infelizmente, Harry passou os últimos cinco minutos antes da reunião aproveitando seus rolinhos de cereja, passando os menores detalhes sobre os Gardners e sua residência. Draco descobriu que eles eram um jovem casal recém-casado, na casa dos vinte anos, e que tinham comprado a casa recentemente. Harry estava mencionando algo sobre a assombração estar relacionada com os sonhos quando um acorde soou pelo escritório, indicação de que tinham visita. Harry encarou com Draco friamente, fazendo com que ele lidasse com sua culpa novamente, e então deixou a sala.

Draco suspirou profundamente quando Harry saiu, bebendo um gole do seu café preto para acordar seu cérebro. Draco não era uma pessoa diurna e Harry sabia disso. Mesmo assim, Draco sabia que precisava encontrar uma forma de levantar-se antes das oito (ele tinha certeza de que Harry levantava às seis e meia, com tempo suficiente para se exercitar e tomar um café da manhã saudável, o que explicava seu porte físico ainda em forma, um fato do qual Draco tentava não pensar muito sobre).

Naquela manhã, ele achou que tinha tempo suficiente e mimar Harry — e a si mesmo, é claro — com doces era uma oportunidade que não poderia deixar passar. Ele sabia que Harry havia passado o final de semana inteiro cuidando de Teddy enquanto Andrômeda não estava, além da visita que cumprira a Ron e Hermione, e seus filhos pequenos, o que lhe deixava com pouco tempo para descansar.

O fato de Harry fazer isso tudo, e ainda se certificar de estar na hora certa para atender seus clientes, fez com que Draco bebesse seu café carrancudo.

Maldito garoto de ouro, ele disse para si mesmo, apesar do tom dos seus pensamentos ter mudado bastante desde o seu tempo em Hogwarts. Agora ele pensava sobre isso com carinho e admiração que pulsava calor por seu corpo. Era uma admiração que poderia facilmente ser confundida com outro sentimento.

Mas, novamente, ele tentou não pensar muito sobre isso. Harry tinha delimitado os limites em sua amizade há muito tempo, e Draco sabia que qualquer investida não traria resultados. Era, contudo, uma tortura agradável a qual Draco se submetia de vez em quando.

Ou todos os dias, quem estava contando?

A porta se abriu e Draco viu Harry fazendo um gesto para que os Gardner entrassem e se sentassem nas cadeiras reservadas aos clientes. As mesas de Harry e Draco eram perpendiculares uma à outra naquele escritório espaçoso, e as cadeiras eram postas de uma forma que os clientes pudessem olhar confortavelmente para os dois enquanto conversassem.

— Meu colega, Draco Malfoy — Harry estava dizendo. — Ele teve pouco tempo com o caso, já que fui eu quem o recebi no final de semana, então espero que vocês possam lhe dar o contexto, se possível. Draco, esses são Michael e Hailey Gardner.

Ambos os bruxos cumprimentaram Draco com um sorriso e um abanar das mãos, que logo retribuiu. — Prazer em conhecê-los — ele disse. — Me perdoem por não estar a par de tudo.

— Sem problemas — disse Michael — Por onde podemos começar?

Harry e Draco trocaram olhares, o rosto de Harry deixando claro que Draco deveria assumir o comando.

— Fiquei sabendo que vocês compraram a residência recentemente — Draco disse, virando-se para o casal. — Vocês se mudaram em seguida ou precisaram reformar alguma coisa?

— Ah, várias reformas — Hailey respondeu com uma risada abafada. — A casa não estava no seu melhor estado quando a compramos, razão pela qual entendemos estar tão barata.

— Preço de banana — Michael continuou. — Não teríamos comprado se não fosse assim.

Hailey concordou, virando-se para Draco. — Isso nos deixou com dinheiro suficiente em nosso orçamento para renová-lo como quiséssemos. Temos certa experiência com renovações mágicas... — ela olhou para seu marido.

Sagehaven - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora