Capítulo VIII

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DIA 8

Quando Harry seguiu Draco de volta para a casa, ele percebeu que a energia havia se intensificado consideravelmente, equivalente — se não maior — ao que ele havia sentido ao entrar pela primeira vez na casa no dia anterior. Talvez os Gardner não percebessem, então. A casa entrava em estado dormente durante a manhã, sim, mas já começava a ganhar vida antes do pôr do sol.

Ao se aproximar da ala leste, a energia parecia ficar cada vez mais forte, exponencialmente. Harry conseguia senti-la correr por seu corpo, deixando uma sensação agoniante que surgia de seus membros e então para dentro de seus órgãos. Ele olhou para Draco.

— Senti a diferença assim que as trancas caíram – Draco disse, como se soubesse exatamente o que Harry pensava. — A fonte da energia está detrás da porta, tenho certeza.

— E as trancas estavam segurando-a?

Draco encolheu os ombros. — De certa forma, parece. Apesar de que a energia claramente estava vazando. Energia espiritual não reagem a trancas do jeito que os vivos reagem. Se existir qualquer brecha, qualquer buraco, ela consegue escapar.

Harry nunca tinha pensado nisso com essas palavras, mas ele sabia que Draco estava certo. Ele já tinha visto fantasmas atravessas barreiras sem nenhum obstáculo, porque fantasmas não eram algo de que ele precisasse se proteger.

Os vivos eram bem mais perigosos. Geralmente.

— Vamos entrar? – Draco perguntou, ansioso.

— Você na frente – disse Harry, igualmente ansioso. Apesar de seu medo em relação a casa como um todo, sua curiosidade sobre aquele cômodo em particular vinha lhe atormentando desde o início.

Quando Draco abriu a porta, um odor de fomo tomou conta do nariz de Harry. Não era de algo podre, o que Harry considerava um bom sinal (ele estava preocupado de que fossem encontrar os corpos dos Trevil desaparecidos detrás das barreiras, o que não era algo de se esperar). Era mais como o cheiro de uma antiga biblioteca que não vinha sendo limpa em algumas décadas. Partes do Largo Grimmauld tinham esse odor, antes de Harry renovar o lugar.

Eles entraram no cômodo, olhando ao redor em direção as pilhas de malas, tecidos e outros materiais de casa, além dos vários armários cinzas de poeira e colocados aletoriamente pelo quarto.

— É um armazenamento, basicamente – ele disse, um pouco decepcionado.

Mas Draco já estava a caminho de um dos armários, um grande com uma fileira de gavetas na vertical. Ao abrir uma delas, ele exclamou: — Graças a Merlin, arquivos! Isso pode nos dar algumas informações sobre a escola — ele já estava folheando os pergaminhos, de olho nas etiquetas.

— Que bom – Harry disse. — Me avisa se encontrar uma lista de nomes, por favor.

Harry ansiava pela lista dos alunos que tinham frequentado a escola antes dela ter sido fechada. Assim que tivessem os nomes, eles conseguiram checar com os registros do Ministério novamente para descobrir se aquelas crianças haviam chegado a idade adulta.

Com Draco ocupado com um dos armários, Harry decidiu circular pelo cômodo, a varinha à postos para averiguar objetos em busca de qualquer maldição antes de propriamente tocá-los. Ele abriu alguns baús, encontrando conjuntos de vestes, botas e capas, nada que os colocasse em destaque. Outro baú estava cheio de livros, muitos dos quais pareciam feitos para crianças em fase de letramento e alfabetização matemática. Ainda assim, ele levantou cada um deles, vasculhando aqueles com capas vazias na esperança de encontrar um diário ou dois perdidos entre o resto. Qualquer informação que desse alguma ideia dos antigos moradores daquela casa era uma informação que ele estava disposto a receber.

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