DIA 5
O sol já tinha se posto quando Harry terminou de cozinhar. Ele enviou um Patrono para avisar Draco de que a janta estava pronta. Ele tinha feito uma torta de carne inglesa, uma das receitas que faziam parte de seu arsenal semanal das quais ele sabia de cor. Ele também sabia que era uma das comidas favoritas de Draco, então era uma boa ideia cozinhar algo com que eles tivessem algo familiar e reconfortante para atravessar aquela primeira noite em uma casa desconhecida.
Eles se ajeitaram na mesa da cozinha e comeram em silêncio por alguns minutos, perdidos em seus próprios pensamentos. Harry conseguia ver que Draco ainda pensava nas trancas, e que ele próprio não conseguia parar de pensar nos possíveis sinais de alguma presença ao invés de comer.
Por fim, no entanto, Draco abriu a boca. — O que você acha que vamos sonhar hoje? – ele perguntou. — O mesmo que os Gardner ou algo diferente?
— Não tenho certeza – disse Harry. — Eu imagino que deve depender da quantidade de espíritos na casa, e a quem eles estão mais inclinados a visitar.
Draco concordou com ele com um murmuro. — Depende também dos quartos em que vamos ficar. Já que nenhum de nós vai ficar na suíte dos Gardner, nossas experiências podem ser diferentes.
— É provável – Harry disse, pensativo. — Apesar de que eles dormem na mesma cama e cada um tem um sonho diferente.
— Verdade.
— Imagino que vá ser um teste, dormirmos separados. Vai ser interessante saber se isso muda alguma coisa.
Draco observava o moreno enquanto ele falava, e Harry se perguntou, em um piscar de olhos, se o loiro estava pensando o mesmo que ele: o que aconteceria se os dois dormissem juntos. Ele se desfez dos pensamentos, limpando sua garganta. — Acho que não muda nada – ele disse. — É muito mais provável que um fantasma se agarre em uma pessoa e a faça sonhar o que ele quer, independentemente do lugar em que estão dormindo.
— Posso concordar – disse Draco depois de uma breve pausa, seus olhos ainda em Harry. — A energia está em todo lugar, não em um cômodo em específico.
— Exatamente.
Eles terminaram o jantar e Draco decidiu que passaria mais um tempo com as trancas na ala leste. — Creio que só tenha mais cinco ou seis horas pela frente. Se eu conseguir quebrar o encanto até amanhã à tarde, vamos poder entrar antes da segunda noite.
— Parece perfeito – disse Harry. Aquilo significava que ele ficaria sozinho novamente, o que lhe desapontava de certa forma. Ele precisava lembrar-se, no entanto, que aquilo era um trabalho, não uma desculpa para que ele e Draco passassem um tempo juntos.
Além disso, ele tinha mais a explorar pela casa. E, com pôr do sol, Sagehaven estava prestes a despertar.
***
Quando decidiu tirar uma pausa do trabalho, Draco já estava exausto. Checando seu relógio e percebeu que já eram quase dez horas da noite, ele perguntou-se onde Harry deveria estar. Ele tinha estado tão focado em desfazer o encantamento, que ele sequer se lembrava do que Harry havia dito de suas próprias tarefas pelas próximas horas. O estômago de Draco se revirou em culpa. Eles eram parceiros; e eles deveriam se manter atualizados, em casos como esses.
A energia da casa zumbia em seu ouvido enquanto ele atravessa o imóvel, chamando pelo nome de Harry. Ele já estava quase se acostumando, como um som ambiente. Quando precisava focar em outra coisa, ele sequer lembrava-se do som. Mas agora, ao prestara tenção, ele conseguia sentir como a energia pulsava e surgia novamente, como se estivesse viva ou tentando comunicar-se.
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Sagehaven - DRARRY
FanfictionApós sua morte e consequente ressureição, Harry Potter ganhou a habilidade de se comunicar com os mortos. Agora ele trabalha como médium e detetive fantasma com seu parceiro de negócios, o teórico mágico Draco Malfoy. Ao serem contratados por um cas...