02: RIVALS

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Neste exato momento, Harumi está tomando seu café da manhã com Keisuke, Chifuyu, Kazutora e Ryoko. Está pronta para ir trabalhar, então não está com muita pressa.

- Haru, o açúcar, passa 'pra mim. - disse Chifuyu, apontando para um pote de açúcar em sua frente.

- Hã? Toma. - entregou o açúcar a ele e comeu um pedaço de bolo.

Eles começam a rir e ela fica sem entender.

- O que é que você usou 'pra ficar aérea assim? - Kazutora perguntou, contendo os risos.

- Foi mal, eu tava pensando no trabalho. - a moça o respondeu.

- Tá ansiosa? - sua mãe passa a mão em seu braço, fazendo um carinho ali.

- Um pouco, vou conhecer minha assistente hoje. - comentou, antes de tomar um pouco de café.

- Me apresenta depois? - o gêmeo mais velho recebeu um olhar de ódio vindo de Chifuyu, assim que terminou de proferir a pergunta.

- Se manca, Keisuke! Você, um homem comprometido, falando essas bobagens. - a irmã começou a atiçar ainda mais a conversa, na intenção de ver o circo pegar fogo.

- Isso porque é viado, imagina se não fosse. - Kazutora comentou rindo. Harumi certamente o corrigiria agora, se não quisesse ver briga.

- Eu já falei que sou bi! - Keisuke rebateu, debochando.

- Birrento? - sua mãe perguntou, segurando a risada.

- Um biruta só se for. Tá querendo morrer?! - o loiro resmungou, puxando a orelha do namorado.

- Aí, porra! Não se pode nem brincar aqui mais. - disse massageando a orelha, emburrado.

- Tomou, otário! Hahahahah! - Harumi riu do irmão.

- Já deu de briga. Já está na hora de vocês irem trabalhar, não? - Ryoko colocou ordem na situação.

- Tem razão, não quero me atrasar. - beijou a testa da mãe e saiu com sua bolsa, os meninos fizeram o mesmo e foram para o carro.

Foram o caminho todo conversando e cantando uma música que tocava no carro.
Quando finalmente chegaram à empresa, ela se despediu dos três tolos e entrou, subiu para sua sala pelo elevador e no caminho recebeu a informação de que sua assistente chegaria em breve.

Espero que ela não seja exageradamente bonita, quero manter o profissionalismo a todo custo e isso pode acabar me atrapalhando.
Harumi foi tirada de seus pensamentos por duas batidinhas em sua porta.

- Entre! - assim que falou, uma moça loira de olhos dourados abre a porta e entra, a fechando novamente.

Olhou bem para a moça, pois sentia que a conhecia de algum lugar, é a Emma Sano sua amiga de infância, eram vizinhas e se tornaram amigas quando se conheceram.

- Harumi? É você mesma? - disse a loira, se aproximando.

- Emma, quanto tempo! - se levantou e a abraçou. - Você é a minha assistente?

- Parece que sim, isso vai ser ótimo! - falou empolgada.

Conversaram um pouco sobre a vida e então começaram a falar do trabalho.

- E rivais, Emma? Temos que nos preocupar com marcas concorrentes?

- Na verdade, sim. - coçou a nuca, sem jeito.

- Pode me dizer o nome?

- Eu vou falar porque é meu trabalho e você precisa saber, mas se acalma antes. - ficou em dúvida.

De quem ela está falando, afinal?

- Emma, diz logo de uma vez, eu tô ficando preocupada. - disse, tentando manter a calma já que ela fazia suspense.

- É o Mitsuya. - sorriu sem graça e a morena teve uma série de tosses incontroláveis.

- Mitsuya, Takashi Mitsuya?! - perguntou, se recompondo.

- Exatamente, quer um copo de água? - perguntou, e Harumi assentiu.

Takashi Mitsuya foi seu primeiro namorado, ele é amigo de seu irmão desde os doze anos. Faziam parte do mesmo clube no colegial, e ele era o presidente. Se aproximaram mais e a nerd se apaixonou pelo garoto mais popular do colégio, tão clichê que chega a enjoa-la, começaram a namorar e estavam felizes, até ela receber uma proposta de sua tia, quando já tinha dezoito anos e havia terminado o colegial.

Flashback

- Está tudo bem, amor? Você parece triste. - olhou para ela, preocupado.

- Eu vou ser direta que é mais fácil. - respirou fundo, reunindo todas as forças. - Minha tia tem duas empresas de moda e uma é na França, onde ela mora, ela me fez a proposta de estudar lá com tudo pago e trabalhar 'pra ela. O que acha?

O Mitsuya ficou em silêncio por um tempo, processando o que havia acabado de escutar, mas logo respondeu.

- Isso é incrível! Você precisa aceitar, já pensou em tudo que pode aprender e conquistar? É seu sonho, não é?

- Sim, mas eu queria viver tudo isso com você ao meu lado, vamos ficar muito tempo longe. Relacionamentos a distância nunca dão certo, eu quero ir, mas não quero te deixar.

- Eu entendo, querida, também não quero ficar longe de você, mas se é seu sonho e você quer ir, eu não quero te prender, viva isso por nós dois. Hum?

Concordou com a cabeça, e ele a abraçou fazendo um carinho em seus cabelos.
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Já faz seis anos... Muita coisa mudou, e agora estamos em lados opostos...

Emma volta com a água, e Harumi a tomou toda em um piscar de olhos.

Horas mais tarde terminou seu trabalho e resolveu passar em uma imobiliária, seu irmão disse que conhece uma, e ficou de mandar o endereço.

Foi de Uber até a imobiliária que Keisuke havia falado, e ficou lá por mais ou menos uma hora, até encontrar o apartamento perfeito.

- É este. - disse, apontando para a pasta com fotos do apartamento.

- Ótimo. Negócio fechado, então? - Pá-chin estendeu a mão e ela a apertou, fechando negócio.

Pagou pelo apartamento e ele entregou as chaves do mesmo, que continha uma sala com cozinha compartilhada, dois quartos e um banheiro social.

Voltou para casa, tomou um banho, bebeu um chá de camomila e foi para a cama, não conseguia mover nem mais um dedo de tanto cansaço.

Como será que vou lidar com o fato de agora ser inimiga do único homem que já amei de verdade? Como posso esquece-lo? Eu preciso superar isso, não posso ficar pensando, quanto mais eu pensar mais atordoada vou ficar.

E refletindo sobre isso acabou adormecendo em uma noite fresca e serena.
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Continua...

Akai Ito - Takashi Mitsuya Onde histórias criam vida. Descubra agora