Saí da sala comunal da Sonserina naquela manhã pensando em como encontrá-la, seria possível tomar café com ela mesmo que não fossemos da mesma casa? Nossa conversa no trem enquanto vínhamos para Hogwarts me fez repensar toda a lavagem cerebral que meu pai fazia comigo e com o Draco, não que a gente não questionasse essa baboseira de "puro sangue" a anos, mas falar com Gina tinha me dado muito no que refletir.
Ela não mediu palavras comigo, ao contrário da maioria dos filhos das famílias mais antigas e nobres que éramos obrigados a conviver, até eles tinham medo da gente. Nosso pai garantia que tivessem.
Enquanto eu me perdia em meus devaneios sobre a menina ruiva, obviamente, como se o universo quisesse provar que eu não estava no controle de absolutamente nada na minha vida, virei em um corredor e dei de cara em alguém, caímos no chão e quando vesti minha máscara de frieza para gritar com a pessoa que tinha me derrubado, nossos olhos se encontraram e eu relaxei.
- Gina! Ah, me desculpa, eu estava distraída, pensando se a gente poderia tomar café da manhã juntas mesmo não sendo da mesma casa... – Corei enquanto me levantava e estendia minha mão para ajudá-la. Para minha surpresa ela também corou e eu senti um desconforto na barriga que decidi interpretar como fome.
- Eu estava pensando a mesma coisa – Confessou ela e eu sorri imediatamente.
- Bom, como uma boa Sonserina, ignorar regras idiotas é minha especialidade.
- Então não vejo motivos para mudarmos sua natureza rebelde. – Ela falava isso enquanto sorria e me ajudava a recolher nossos livros que se espalharam pelo chão.
- Vamos?
Eu tinha a sensação de que Gina e eu seríamos a amizade mais improvável que Hogwarts já viu. Nos sentamos na mesa da Grifinória porque eu tinha certeza de que na da Sonserina ia gerar fofoca o suficiente para alimentar cinco gerações de alunos.
Conversamos sobre tudo, mas principalmente sobre a ansiedade pelas nossas primeiras aulas, ignorei o olhar do meu irmão que me fuzilava da mesa da Sonserina e a Gina ignorou as perguntas dos dela e quando acabou a hora do café fomos juntas para nossa primeira aula
– Poções! – Ela exclamou olhando o horário – Respondi de forma contida: – Eu também. – Por dentro eu só queria pular de animação, achei que meu único amigo seria meu irmão esse ano, que reviravolta interessante e de quebra, ainda consigo irritar meu pai andando com uma "traidora do sangue, Weasley", eu estava realizada.
Draco prometeu que Hogwarts seria a melhor coisa da minha vida, mas assim tão rápido? Se não fosse pelo meu irmão eu seria completamente sozinha, não podia me aproximar muito de ninguém, papai não confiava em amizades, apenas em respeito, conquistado a força, claro. Eu odiava isso.
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Alya Malfoy em O retorno do Herdeiro
FanfictionLivro 1 sobre a irmãzinha de Draco Malfoy. Nesse livro somos apresentados a caçula dos Malfoy, ela se sente sozinha, quase patética, tendo por único amigo e confidente seu irmão mais velho, Draco Malfoy. Sua primeira tentativa de amizade com a caçul...