Capítulo 7 - Uma visita inesperada

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A festa na comunal iria durar a noite toda pelo visto, mas os primeiranistas foram corridos pouco tempo antes da hora de dormir. Draco foi comigo até o quarto, ele já era insuportavelmente superprotetor, com ameaças sendo feitas diretamente a mim? Eu estava ferrada.

- Draco, você não precisa sair da sua festa para ficar comigo no quarto, ninguém vai entrar aqui.

- Não é por isso que vim com você, vamos esperar o pessoal ficar mais animado e tentar sair sem que ninguém nos dê muita atenção, acho melhor irmos até o Potter na enfermaria logo, mostrar para ele o bilhetinho que recebemos dos coleguinhas dele, e, conhecendo-o, já deve estar investigando por conta os ataques do Herdeiro, é melhor juntarmos esforços.

- Você? Se aliando ao Harry? Papai cairia duro se soubesse.

- Por isso é melhor que não saiba. – Ele me encarou com frieza e eu só assenti. Pelo visto ele não estava no clima para ironias.

Esperamos mais duas horas antes de sairmos, a festa realmente estava mais "animada", para não dizer "totalmente fora de controle". Nos esgueiramos sem chamar muita atenção, e saímos, por sorte não encontramos ninguém no caminho, entramos na enfermaria e imediatamente Draco me puxou para trás de uma daquelas divisórias acortinadas da ala hospitalar. Pisquei confusa, ele apontou, Dobby, nosso elfo doméstico, estava se batendo com uma jarra em cima da cama de Harry, dizendo que não podia contar, o que quer que fosse, mas que Harry precisava sair da escola, prometendo que coisas horríveis iriam acontecer se ele ficasse.

Antes que conseguíssemos registrar o que quer que fosse que estivesse acontecendo ali, ouvimos vozes e passos apressados, entramos em um armário no exato momento em que Dumbledore e McGonagall atravessavam o batente da porta carregando Colin Creevey, tive que colocar a mão na boca para não gritar de horror, eu não tinha visto nenhum aluno petrificado, era assustador, eu tremia, Draco me abraçou e fez sinal para eu ficar em silêncio.

Dumbledore tirou a câmera das mãos de Colin e ela explodiu, McGonagall abafou um grito, depois foi buscar Madame Pomfrey, eles conversaram sobre a Câmara Secreta realmente ter sido aberta novamente. Pelo menos eles estavam finalmente admitindo o que estava acontecendo.

Esperamos uma eternidade até que todos fossem embora, saímos do armário e nos aproximamos da cama do Harry, eu o sacudi, ele não estava dormindo, só fingia. Abriu os olhos quase que imediatamente ao sentir meu toque.

- Por essa visita eu não esperava. – Ele se largou na cama com mais força do que precisava e suspirou. – O que foi agora?

- Precisamos conversar Potter. Primeiro, o que nosso elfo doméstico estava fazendo na sua cama? – Draco foi direto ao ponto, Harry pareceu confuso.

- Seu elfo doméstico? Pera aí, Dobby? Ele é de vocês?

- Sim Harry, quando chegamos, vimos ele falando com você, mas aí Dumbledore chegou com Colin e tivemos que nos esconder.

- Ele tem aparecido pra mim desde o verão, tem tentado impedir que eu fique em Hogwarts, o balaço foi ele, queria que me mandassem para casa, gravemente ferido, mas vivo, pelo menos é o que ele diz. Mas, agora sabendo que ele é da família de vocês, não sei se acredito.

- Pode ter certeza, não tenho ideia da razão de ele estar tentando fazer seja lá o que for com você.

- Porque vocês o tratam daquele jeito, ele disse que é ameaçado cinco vezes ao dia em casa, que vergonha. – Ele olhou para mim, como se não esperasse isso de mim, mas do meu irmão sim.

- Potter, ele serve ao nosso pai. O que você esperava? – Draco respondeu antes de mim, eu completei.

- Ele nos faz companhia desde que éramos bebês de colo Harry, não maltratamos ele. – Eu baixei os olhos envergonhada. Não gostava do jeito que meu pai tratava os elfos, não gostava do jeito que ele tratava ninguém na verdade.

Alya Malfoy em O retorno do HerdeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora