Draco tinha causado sua comoção nos vestiários da Grifinória e saído impune, eu precisava me impor também, as mensagens destinadas a mim no banheiro das meninas continuavam, eu precisava pensar em algo para acabar com isso, queria deixá-las tão apavoradas, que teriam medo de pensar em mim e acabarem petrificadas, mas como?
A oportunidade apareceu mais cedo do que eu imaginava, depois do almoço vi Gina indo em direção ao banheiro e fui atrás, ela estava indo para o banheiro da Murta, quase ninguém tinha coragem para usá-lo, eu mesma só tinha me arriscado duas vezes, a Murta podia ser um pouco... dramática? Para dizer o mínimo.
Assim que ela entrou, eu a confrontei, falando propositalmente alto. – Ginevra Molly Weasley, como ousa me ignorar por meses? Traidorazinha do sangue inútil, você teve a chance de ser mais do que só uma entre tantos Weasleys e desperdiça? – Eu a puxei para fora do banheiro e a empurrei para o corredor, ela caiu no chão, algumas pessoas já se aglomerando para ver o que estava acontecendo.
– Eu sinto nojo de você e dessa sua cara de coitada. – Puxei a varinha. – Anda, pega sua varinha, vamos encerrar de vez essa história! – Ela me olhava sem entender nada, notei que ela tremia e que tinha um livro nas mão.
– Me deixa em paz, por favor. – Ela falou, mas ergueu a varinha, eu queria algo bem visível, então gritei o feitiço que causava furúnculos e o primeiro que explodiu lançou pus em metade das pessoas que tinham se juntado ao pequeno grupo de expectadores, eles gritaram, Gina aproveitou e se levantou, entrando no banheiro, eu a segui trancando a porta.
Apontei a varinha para ela de novo e desfiz a magia. Peguei o caderno da mão dela e joguei na privada, a encarei e destilei:
– Usei sua insistência em me ignorar para fazer esse bando de idiotas dessa escola parar de me infernizar por causa dessa história de Herdeira da Sonserina e demonstrar o mínimo de respeito, nem que seja por medo, mas eu também tive prazer em te humilhar hoje Gina, eu confiei em você e depois de todo seu discursinho de boa moça no trem, agora percebo a hipocrisia, eu não sei o que aconteceu com você, mas já não me importo mais. Parabéns por conseguir afastar a única pessoa que se aproximou de você o ano inteiro.
Saí sem esperar resposta, não por maldade, mas para ela não ver a dor que eu não conseguiria esconder por muito mais tempo, posso ter conseguido me impor e sustentar a fantasia de princesa malvada hoje, mas eu estava destruída por dentro, no fim, ainda nutria esperanças de que ela fosse parar de me evitar, depois de hoje, ela nunca me perdoaria.
Encontrei Harry naquele mesmo dia, ele já estava sabendo o que eu tinha feito e me perguntou se ele ia querer saber os motivos, eu dei de ombros, não queria falar sobre isso, e o grifinório perfeito não entenderia. Que se exploda também, passaram o ano todo me tratando como um monstro, daí quando ajo como um, eles ficam surpresos? Cambada de hipócritas.
- Deixa pra lá Harry, eu precisava descontar minha frustração em alguém, ela só estava no meu caminho.
- Certo, posso não ser um expert em como você e seu irmão agem, mas começo a perceber um certo padrão para manter as pessoas afastadas das melhores partes de vocês.
Sútil como um soco no estômago, Harry Potter. Torci a boca em uma clássica expressão de desdém e mudei de assunto.
- Descobriu alguma coisa Potter, sobre o que realmente importa?
- Nada, Hermione segue soterrada de livros, tentando encontrar qualquer pista, mesmo que não tenhamos ideia de 1) quem é o herdeiro ou o que, já que o Dobby disse que eles deram um jeito de trazê-lo de volta; 2) onde fica a Câmara Secreta e; 3) o que tem dentro dela... Podemos ainda acrescentar uma pergunta bônus, como é que ninguém morreu ainda?
- Não estamos chegando a lugar nenhum, papai está cada vez mais cuidadoso, Dobby não tem conseguido ouvir nada, mas os "amigos" do tempo do Lorde das Trevas seguem indo visitá-lo. Estamos deixando algo escapar, Harry, queria saber o que. – Ele assentiu, perdido nos mesmos devaneios que eu, o que não estamos enxergando?
Saímos andando pelo castelo, quando chegamos às escadas, estava tudo alagado. Rony apareceu nessa hora, me olhou com desprezo, provavelmente sabendo sobre o que eu havia feito com a irmã dele e disse:
- A Murta que geme inundou o banheiro!
- Ah que ótimo, mais drama, não tenho paciência para ela, boa sorte. – Não esperei resposta, me virei e fui em direção as masmorras.
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Alya Malfoy em O retorno do Herdeiro
FanfictionLivro 1 sobre a irmãzinha de Draco Malfoy. Nesse livro somos apresentados a caçula dos Malfoy, ela se sente sozinha, quase patética, tendo por único amigo e confidente seu irmão mais velho, Draco Malfoy. Sua primeira tentativa de amizade com a caçul...