Capítulo 2

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Apesar de estudarmos na mesma escola, os meus horários nunca batem com os de Caleb, pois ele sempre acaba ficando depois da aula na escola para seus treinos de basquete, do teatro musical ou para sair com seus amigos, então eu fico uma boa parte da tarde sozinha em casa e, sinceramente, eu amo ter a casa só para mim! O meu irmão sempre me manda uma mensagem de texto no celular dizendo que horas deve voltar para casa, e quando está aqui tem a mania de deixar bilhetinhos para mim espalhados pelos cômodos quando precisa sair e eu estou estudando, escrevendo ou na biblioteca – que na teoria também é o escritório do nosso pai, mas como ele nunca fica em casa, é o meu local favorito da casa e, consequentemente, onde eu passo a maior parte do meu dia, pois é cercado por livros e me traz uma paz enorme –, exceto quando Caleb quer me encher o saco e fica gritando feito um doido pelos cômodos para me dizer as coisas.

O caminho que percorro da escola até em casa não é muito demorado, cerca de dez minutos de caminhada, e ao deixar minha mochila jogada em cima do sofá e tirar meus agasalhos no hall de entrada, já vou direto para a cozinha preparar algo para eu almoçar e o faço vendo Teen Wolf pela milésima vez, uma série que, apesar dos efeitos horríveis das primeiras temporadas, eu amo demais e é sempre meu passatempo favorito. Após fazer a minha refeição e descansar um pouco noto o quanto a casa está bagunçada, com algumas peças de roupas de Caleb jogadas pelos cantos e reviro os olhos, pois meu irmão é o ser humano mais bagunceiro que eu já conheci na minha vida! Passo uma boa parte da tarde limpando a casa e deixando-a habitável novamente, além de dar uma super geral no meu quarto que também estava mais parecendo um chiqueiro de porco! Quando finalizo tudo, tendo em vista que minhas tarefas da escola já estão em dia, decidi fazer o que mais amo neste mundo: escrever!

A maneira que encontrei de expressar meus sentimentos e colocar para fora do meu coração tudo que não consigo dizer em voz alta e desabafar com outra pessoa, é escrevendo. Escrever é como terapia para mim, acalma meus pensamentos confusos, meu coração e me permite viver e criar um cenário no qual eu nunca vivi, é por esse motivo que meus rascunhos agora possuem a forma de livros. O fato de poder criar um personagem, uma vida tão diferente da minha e ainda colocar um pouquinho de mim em cada um deles, é mágico e se tornou meu hobby favorito! Já escrevi três livros completos, e estou na metade do quarto.

Eu me expresso através das linhas que escrevo e sempre dou o meu melhor para tentar passar algo importante para aqueles que um dia irão lê-los. Me trás uma paz que muitas vezes não encontro em lugar algum.

Uma das coisas que tenho certeza sobre o que a Claire do futuro deseja é tornar-se uma escritora, não por fama ou pelo dinheiro ou status que isso pode me trazer, mas sim porque eu quero que as pessoas se apaixonem pelos meus personagens assim como eu sou apaixonada por eles, e que, talvez com as minhas palavras, eu possa ajudar pessoas ou pelo menos ser um refúgio para elas quando estiverem em alguma situação difícil ou quando se sentirem sozinhas. Os livros me fizeram e ainda fazem companhia em muitos momentos e espero que os meus possam fazer o mesmo pelas pessoas! Eu juro que, se algum dia, alguém me dizer que se emocionou com os meus livros ou que eles lhe arrancaram ao menos uma risada, eu já irei saber que tudo valeu a pena, e serei extremamente realizada!

Fico concentrada em dar continuidade ao meu livro aproveitando a súbita inspiração que invadiu minha mente decorrente das obras de Shakespeare e depois de um tempo eu sinto minha barriga pedir por alimento. Decido ir para a cozinha preparar algo para comer, abro a geladeira a procura de algo bom e levo um baita susto quando escuto a porta da frente de casa se abrindo. Sou incapaz de esconder o enorme sorriso que toma conta dos meus lábios quando a figura do meu irmão invade meu campo de visão segurando uma caixa de pizza em mãos.

— Ei florzinha, trouxe sua pizza favorita! – Fecho a porta da geladeira e vou saltitando de alegria em sua direção.

— É por isso que eu te amo! – Deposito um beijo em sua bochecha apanhando a caixa de suas mãos e caminhando até a bancada.

Ponto FracoOnde histórias criam vida. Descubra agora