Estar Pronto

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Albus passou o resto do dia se questionando o que poderia fazer para abafar aquele sentimento de que alguma coisa faltava em sí. Ele queria  gostaria muito de estar com Scorpius, mas, ao mesmo tempo, se imaginar tocando o corpo do garoto loiro o fazia se sentir travado e com timidez! E se fizesse algo estranho e Scorpius ficasse decepcionado?
Não queria ver a tristeza passando pelos belos olhos azuis que tanto gostava de admirar. Mas, a cada minuto que o dia passava, estava mais na cara que, ou Scorp estava chateado com ele, porque não apareceu, ou estava querendo ignorar o que havia acontecido na torre de astronomia. Já era de noite quando o Potter entrou do dormitório e encontro o dossel da cama de Scorpius fechado, o verde Sonserino batendo contra as íris esmeraldinas.

Potter suspirou, pegou seu pijama e tomou um banho demorado, querendo enrolar o máximo que podia para encarar o amigo. Era inevitável e irritante a aura covarde que às vezes se apossava de Albus, ele reconhecia que talvez fosse algo associado a seu histórico como filho do meio e que podia se esconder em suas pendências e sentimentos.
Ao sair do banho, viu a doninha de Scorpius saltitando para baixo da cama, o que representava que o loiro estava sozinho naquele momento; os colegas de dormitório conversavam animadamente, ninguém prestou atenção quando Albus tocou na cortina do dossel e a puxou levemente, vendo Scorpius sentado sob a cama, lendo um livro sob seu colo. Surpreendentemente, pelo menos para o moreno, Scorp parou de ler e o olhou, lhe oferecendo um lindo sorriso.

– Oi, Al– falou calmamente, aquele brilho nos olhos maravilhoso que tinha toda vez em que olhava para Albus. O coração do outro Sonserino se apertou e ele se sentou na cama, fechando as cortinas do dossel– está tudo bem?–

– eu que pergunto– respondeu contrariado– você sumiu o dia todo–

– não estava me sentindo bem para frequentar as outras aulas, me senti febril durante a tarde– contou e pegou a mão de Albus, a colocando na própria testa– acho que melhorou agora–

– você sumiu– Albus falou, tirando a mão da testa do loiro que o olhou surpreso pela reação agressiva– qual foi o verdadeiro problema?–

Scorpius suspirou, visivelmente incomodado com a reação do melhor amigo.

– Albus, eu estava me sentindo mal. Tá?– repetiu ainda em um tom calmo demais para que estava desgostando tanto da reação alheia.

– você se arrependeu. Não é?– falou, um tom acusatório, mas, ao olhá-lo em seus olhos, Scorpius pode ver os olhos assustados de Albus. Ele compreendeu, naquele instante, que o moreno só estava se sentindo inseguro.
Malfoy suspirou e fechou o livro, o colocando embaixo do travesseiro e se aproximou de Albus, o puxando para que o abraçasse. Um movimento delicado, porém, firme, o trazendo para perto e enlaçando seus braços ao redor do corpo do mais baixo, Albus arregalou os olhos com aquele ato carinhoso e calmo, Scorpius não podia simplesmente brigar de volta?

– não é nada disso, Albus– murmurrou, abraçado ao amigo— eu me senti meio febril e resolvi ficar no dormitório, sabe muito bem que nunca me arrependeria de ficar com você, tudo o que eu fiz foi porque eu quis–

– desculpa– sussurrou abafado, sua boca contra o ombro do loiro. Ele abraçou Scorpius de volta, enrolados ao redor do pescoço e os dedos roçando em sua nuca– desculpa por ter sido covarde com você–

– o que quer dizer com isso?– Scorp sussurrou confuso.

– você...bem... você ficou comigo e...me...você fez aquilo comigo– tentou explicar timdiamente e eles se afastaram levemente para se entreolharem– e eu não fiz nada para te ajudar–

– ah, entendi– Scorpius riu e levou a mão ao rosto de Al, acariciando sua bochecha gordinha e rosada– não preciso que faça nada pra mim, Albus, se você quiser fazer algo, quero que seja porque sentiu vontade, porque sente desejo por mim, pelo meu corpo– explicou e sorriu docilmente.

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