Delicate

Natal

Com toda a confusão da queda de Albus no lago congelado e a chegada do feriado de natal cada vez mais próximo, os Potters resolveram buscar os filhos mais cedo em Hogwarts e os levar para casa e, por mais que doesse deixar Scorpius sozinho por 2 ou 3 dias até o feriado de natal, Albus estava se recuperando ainda de uma forte hipotermia e era de bom grado que se recuperasse no conforto de casa.
No natal, geralmente eles, os Potters, se juntavam com os Weasley, mas, este ano, os Weasley iam passar o natal com os pais de Hermione em uma viagem para o México e Gina preferiu não ir nessa viagem, já que seu filho do meio estava doente e poderia ficar fraco com a viagem. Por certo lado, estar doente era algo bom para Albus, já que seus pais ficavam preocupados e acatavam a vários pedidos dele, isso o animou um pouco e lhe fez começar a cogitar se podia convencer sua família a aceitar a presença dos Malfoy em sua ceia;

Não. Tinha certeza do que Harry diria. Provavelmente Gina não seria contra, pois ela apoiava a amizade de Albus e Scorpius-até mesmo parabenizava o Malfoy em cartas em seus aniversários-, Lily com certeza não seria contra também, os reais problemas eram James e Harry. Albus não se dava bem com nenhum dos dois desde que fôra selecionado para a Sonserina, James lhe perturbava sempre que se encontravam pelos corredores da escola.

Harry tinha o iludido, falado que nada mudaria ao ser selecionado para a Sonserina, mas, no fundo, Albus podia ver nos olhos do pai um brilho estranho, uma mistura de tristeza com...talvez culpa? Mas não era a culpa dele e Albus sabia que não era, afinal, ele nasceu assim! Nasceu sonserino! Talvez seu pai achasse que ir para a Sonserina era outra forma de Albus Severus o desafiar e, por mais que o Potter mais jovem odiasse admitir, ele, as vezes, só queria que Harry o olhasse como antigamente; aquele olhar de orgulho e certa repreensão, mas reconhecendo o quão próximos eram. Albus sentia saudades do pai, mas não queria admitir. Era estranho, era vergonhoso, se Harry Potter queria um filho para seguir seu legado de estúpido grifinório, podia escolher entre James e Lily.

Sentado no sofá da sala enquanto ouvia a mãe preparar o jantar na cozinha, Albus assitiu Lily descer as escadas dos quartos e caminhar até ele lentamente, parecendo triste e desanimada; ela andava assim nos últimos dias, parecia muito mais tristonha desde que aconteceu toda a confusão e Albus foi parar na enfermaria.

- Albus, eu queria falar com você- murmurou Lily, se balançando de frente para trás no sofá de frente para Albus.

- não tenho muito para onde ir- respondeu indicando a quantidade de cobertas que Ginevra tinha colocado enroladas ao redor do filho.

- eu...quando você caiu no lago, eu fiquei sem reação e... não pude fazer nada pra te salvar- Lily contou com os olhos levemente marejados, ela olhou para a porta da cozinha, se certificando que sua mãe não estivesse ali- eu me senti tão covarde! Queria tanto ter feito algo por você-

- Lils, é normal ficar com medo, eu...eu sinto muito medo às vezes também...mas o importante é que você estava lá- Albus tentou confortar a irmã, ele não era muito bom nisso, mas estava tentando, pelo bem de Lily Luna, sabia que a irmã mais nova tinha várias inseguranças e ter sido selecionada pra a mesma casa que o pai foi a fazia se sentir pressionada.
Na verdade, ela nem sabia o porquê tinha sido selecionada pra Grifinória, desde criança sempre foi a mais covarde dos irmãos tendo medo de absolutamente tudo e sendo muito chorosa.

Por que não Lufa Lufa ou Corvinal?

- mas...eu sou grifinoria, eu devia ser minimamente corajosa, principalmente se é alguém da minha família em perigo- a ruivinha rebateu e suspirou- bem...pelo menos Scorpius estava lá, né?-

- é...o Scorpius- murmurou virando o rosto e sentindo seu rosto esquentar repentinamente, se lembrando de seu sonho quando estava na enfermaria em que tinha beijado, vividamente, Scorpius, sentido seus lábios sob os seus por longos segundos. Devia ter sido o sonho mais real que Albus já tivera.