Não importam as circunstâncias, a vida precisa continuar

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O Lar dos Lans, estar insuportável, o ar denso, tornando difícil respirar e por mais que quisessem ignorar e Jiang Cheng disfarça bem, Lan Sizhui e Lan JingYi não são cegos. Seu pai não tinha saído de casa, o sorriso que ele dispensava aos filhos se tornou forçado e o brilho no olhar dele sumiu. É como se ele estivesse inerte se agarrando a algo para não afundar de vez na escuridão.

E eles sabem que aquela corda são eles três e por isso, eles resolveram interferir mesmo tendo prometido ao Lan Qiren que não fariam. Não é uma quebra de promessa, não totalmente, Lan Xichen tem sofrido, pois durante as refeições, única hora do dia em que a família se reuni, Jiang Cheng nem olha no rosto do marido. Lan JingYi pode sentir a dor e tristeza que isso causa ao Xichen, mas nenhum dos gêmeos culpa seu pai mais jovem, pelos sentimentos magoados do seu segundo genitor.

Hoje, os dois estão parados diante do escritório do Lan Xichen, mas Sizhui bate, eles precisam encarar os problemas e não fica assistindo fingindo que não fazem parte deles.

Entre! Falou Lan Xichen.

Pai, podemos conversar? Lan Xichen ergueu a cabeça, seus dois filhos mais velhos nunca pedem para conversa, ele sentiu que tinha algo haver com Jiang Cheng e disse:

Sente-se, a respeito do que querem conversar comigo?

A respeito do nosso pai Jiang, ele está definhando nesta casa, por que o impediu de sair? Falou Lan JingYi, o mais impulsivo dos irmãos. Mas Sizhui não piscou apenas olhava fixo para o pai enquanto o irmão falava. Lan Xichen pousou a caneta e disse:

Esse é um assunto entre eu e ele, vocês não devem se envolver é coisa de adulto, nós vamos nos resolver, não se preocupem e apenas se concentrem nos estudos e trabalho.

Não pai, nada será resolvido, nosso papai está no limite, ele odeia essa casa e somente não vai embora por causa daquelas pulseiras.

Ou por nós, eu me sinto um grilão prendendo meu pai, eu não acho justo isso, não podemos tornar a vida dele menos miserável?

Lan Xichen suspirou, ele nunca parou para avaliar em como seus filhos se sentiam e agora, ele precisa contornar a situação, então ele disse:

Vocês são adultos, então vamos falar como adultos, Wanyin não me ama, nunca me amou, se pudesse ele fugiria, sim, vocês são amarras para ele, mas ele os ama, nunca duvidem disso, se algum dia amarrem alguém, farão de tudo para manter a pessoa ao lado de vocês, mesmo que os meios sejam errados. Como sabem, aqueles pulseiras me permitem ver e ouvir o que ele faz, desde que eu queira é claro, mas me doei muito, vê-lo feliz longe de mim, sorrindo se divertindo com outras pessoas, não entendam mal, o pai de vocês nunca me traiu. Mas até um cachorro ganha mais afeto dele do que eu.

Então minha insegurança e frustração me fazem agir assim e tirar o sorriso dele, ele pode sair desde que leve os seguranças, mas ele se recusa e fica cada vez mais irritado, eu não o prendi, apenas impõe novas regras aos passeios dele.

Como homens podemos entender suas colocações, mas como filhos não, meu pai já foi capaz de arriscar a própria vida para nos ter e passou vinte anos em coma, ele pode fazer algo muito pior no futuro para se libertar, pai entenda, quanto mais o senhor aperta a corda, mas o sufoca e um dia pode acabar estrangulando ele.

Sizhui, você esqueceu da sua irmã? O Wanyin nunca vai abandonar ela.

Pai, não se esconda atrás de nós, é o senhor que precisa mudar suas atitudes e não apenas nos usar como escudo, claro, hoje nossa irmã é fonte de amarra, mas ela vai crescer e então, nosso pai pode achar que já cumpriu sua missão conosco; é disso que tenho medo. Faça nosso outro pai ter outra razão de viver que não seja apenas nós três e sim o senhor também.

A lágrima do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora