Quebrando as correntes

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Essa canção fala que não devemos misturar amor e álcool, não que ela me inspirou a escrever este capítulo, longe disso, mas eu gosto dela e alguns acontecimentos aqui, me lembraram ela.

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Com o aval dos filhos, Jiang Cheng se encheu de coragem e bateu na porta do escritório do Lan Xichen e entrou. O outro homem estava sentado atrás da mesa, ele parecia um rei do inferno coberto de sombras em volta, estava claro, ele estava furioso e muito provavelmente ouviu a conversa entre Jiang Cheng e os filhos.

O coração do Jiang Cheng disparou, mas ele se forçou a se acalmar e disse:

Nós precisamos conversar.

Não faz falta, estique as mãos. A voz fria e sem emoção, e sem nem mesmo olhar para ele. Jiang Cheng achou estranho, mas estirou os braços e Lan Xichen tocou nas pulseiras, elas se quebraram e se desintegraram ao tocarem o chão. Jiang Cheng estava pasmo, seu corpo estático e os olhos arregalados, as coisas que sempre foram símbolo de humilhação e subjugação, em segundos viraram pó bem diante dos olhos dele, mas o que se seguiu a diante o deixou ainda mais perplexo, Lan Xichen deslizou um papel bem na frente dele e disse sem lhe olhar nos olhos.

Você tem trinta minutos para deixar minha casa, saia agora mesmo.

Jiang Cheng atordoado olhou o papel, era um pedido de divórcio já assinado e carimbado por Lan Xichen. Ele pegou o documento como se não fosse com ele e olhou para Lan Xichen que continuava de cabeça baixa. Jiang Cheng pegou o papel e saiu do escritório sem dizer nada. Ele subiu as escadas e começou a fazer sua mala. Ele estava atordoado, pois tinha se preparado para uma grande briga com ameaças e talvez ele tivesse que sair na marra. Mas agora, ele foi expulso sem nem mesmo dizer mais que uma frase, com certeza, Lan Xichen ficou ofendido por ele ter ido falar com os filhos e os filhos terem concordado com Jiang Cheng.

Ele espera que Lan Xichen não guarde ressentimento dos próprios filhos e nem se sinta abandonado por eles. Mas ele respira fundo, trinta minutos não é muito tempo, até no fim, Lan Xichen o humilha, mas não dá para esperar muito daquele homem, ele deve se dar por satisfeito de ter saído deste casamento que já dura quase cinquenta anos sem prejuízos maiores. Então, ele desce as escadas e vai até o atelier e recolheu apenas os desenhos e o computador, tudo aqui foi Lan Xichen que comprou e montou para mantê-lo preso nessa casa, ele não tem carinho por seu atelier, e colocando o computador na bolsa, começou a caminhar em direção ao carro.

Seu passos eram firmes e seu coração estava em conflito, ele não conseguiu sentir a euforia que imaginava sentir no dia que seu relacionamento forçado e malfadado se rompesse, ele não sente alívio nem dor, nada, é pura inércia, ele caminha como um robô, rígido, frio e sem emoção, ele colocou a bagagem no carro e saiu da propriedade Lan, e se dirigiu a um apartamento que ele tem em um bairro da cidade.

Enquanto isso, Lan Xichen saiu do escritório, seu passos pesando toneladas, ele foi até o atelier do Jiang Cheng, abriu a porta, fechou os punhos e começou a quebrar tudo, mesa, decoração e até o cofre foi destruindo com os punhos. Lan WangJi abriu a porta e viu o irmão com as mãos sangrando e tudo, absolutamente tudo destruído. Lan WangJi estava estarrecido que até arqueou uma sobrancelha e disse:

Se você vai ficar assim, por que o deixou ir? Antes não importava quanta birra, você o mantinha à força, o que mudou agora?

WangJi, você já sentiu seu coração rasgar? Ele sente profunda repulsa por mim e novamente ia arriscar a própria vida para se livrar de mim. WangJi, como eu poderia permitir que ele retirasse aquelas pulseiras quando o preço seria a condição mística dele desaparecer? Como eu ia encarar meus filhos se permitisse que o homem que os gerou morresse por meu orgulho e egoísmo?

A lágrima do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora