Capítulo 6

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CAPÍTULO 6

O que pode acontecer em 2 meses?

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O que pode acontecer em 2 meses?

Em dois meses, alguém pode nascer ou morrer. Em dois meses, alguém pode ganhar na loteria ou ir a falência. Ou se casar, ou se divorciar. Alguém pode fazer uma tatuagem ou uma viagem longa para outro continente ou visitar um parente com quem não costumava falar.

Em dois meses, Nikko planejará, ela estaria livre e vivendo tranquilamente. Teria arranjada um emprego em alguma companhia tendo em vista seus talentos. Estaria fazendo novos amigos e se enturmando em algum grupo do trabalho.

O destino, no entanto, tinha outros planos.

Dois meses tinham se passado. Nenhum dos planos da ruiva havia se concretizado. Ela ainda estava em cativeiro. Ainda precisava fazer os trabalhinhos sujo que Lucas Benson pedia. Pedia não, ordenava. Continuava fingindo estar tudo bem para Olívia, Elena e Kaleb, mesmo que esse último não se interessasse tanto em conversar com alguém que não sua irmã e mãe.

Houve apenas uma mudança positiva nesse tempo. Nikko agora ia para a escola com os gêmeos e, embora recebesse ameaças constantes de seu "tutor" e fosse vigiada pelo capanga de confiança do mesmo, Silas, a ruiva se alegrava com a chance de sair da jaula de ouro onde era cativa.

Ela não se dava bem com os outros alunos, eram todos metidos, mimados e idiotas. Fúteis. Ela se contentava em ter Elena como companhia no intervalo enquanto Kaleb se sentava com um grupo de mais três meninos, ambos os amigos do loiro aparentavam ter a mesma mentalidade infantil e um comportamento imbecil que se diferia arduamente do comportamento do garoto Benson. Elena, no entanto, era amiga da escola inteira. Todos a cumprimentavam nos corredores e nas salas de aula, algumas vezes, enquanto Nikko se escondia em uma mesa no fundo do refeitório esperando sua companhia, Elena passava mais da metade do intervalo conversando com os colegas de classe, lideres de torcida, membros do clube de xadrez e matemática e quem mais aparecesse em sua frente durante o trajeto até o refeitório.

A ruiva achava divertido quando a loira chegava animada na mesa, comentando sobre as fofocas do dia, ou sobre a festa "daora" que alguém daria no fim de semana. Durante esses minutos de bate-papo, Nikko se permitia esquecer sua real situação aproveitava a sensação de normalidade e acolhimento que a gêmea Benson lhe oferecia. Finalmente tinha uma amiga e, embora não pudesse contar tudo para ela, se sentia incluída.

Mas nem tudo é um mar de rosas!

Quando o último sinal do dia toca nossa protagonista volta para suas atividades extracurriculares.

Porém, talvez hoje seja um pouco diferente...

- Quando você voltar do psicólogo, acha que pode me ajudar com a prova de biologia? Eu não entendi nada do que o professor explicou!- pediu a loira com uma expressão fofa de cansaço que sempre fazia a amiga querer rir.

Psicólogo. Era o que ela pensava que a ruiva ia depois das aulas. Era plausível pelo menos. Até onde os outros acreditavam ela perdeu o pai a pouco tempo, estava traumatizada e seu padrinho era certamente um homem preocupado com a afilhada e prezava pela sua saúde mental. Mal sabiam eles que suas horas eram gastas no escritório de seu amado padrinho invadindo sistemas, alterando dados e documentos.

- Claro, deixa os materiais separados e assim que eu voltar te explico.- respondeu dando m pequeno sorriso enquanto se despediam no carro.

Após deixar os gêmeos em casa, Silas levou a jovem restante para empresa dos Benson. O trajeto, como sempre, foi silencioso e desconfortável. Não demorou muito para que Nikko se encontrasse sentada na sua pequena mesinha e sozinha no escritório, algo incomum. Ela nunca ficava sozinha, mas hoje, Lucas precisou se ausentar para uma reunião importante, por pouco tempo, disse ele, apenas alguns minutos. Alguns minutos eram o suficiente.

Depois de se certificar que seu carrasco e o cachorrinho dele estavam longe o suficiente ela entrou no sistema do prédio disparando o alarme de incêndio e ligando os sprinklers*. Observou pelas câmeras quando todos no prédio começaram a correr para longe do edifício antes de sair da sala e correr também, porém, não se dirigiu para as portar da frente e sim para a entrada de mercadorias, de onde todos estavam correndo.

A jovem não desperdiçou tempo nos últimos 2 meses. Ela analisou as rotinas e rotas de entrega, entrada e saída e era por isso que ela se preparou para esse dia, sua fuga.

Ela recomeçaria vida bem longe dos traumas e do passado.

Mas como eu disse: o destino tinha outros planos.

Ela estava tão perto dos portões. A adrenalina em seu sangue não a deixava ouvir o som do alarme e, por consequência, não percebeu quando ele parou de tocar. Não percebeu que não era mais molhada pelos sprinklers até que foi jogada no chão.

Não notou que Silas se aproximava até que ele agarrou seu braço. Demorou alguns segundos para notar o que tinha acontecido. Ela foi pega. O plano falhou. Ela estava ferrada. Totalmente ferrada.

- Sua porquinha! No que estava pensando? Hã?? Que iria fugir e viver uma vida maravilhosa longe daqui? Imbecil!- gritou enquanto a levantava pelos cabelos.

Ele a arrastou pelo braço ate o portão de mercadorias e depois a jogou no banco de trás do carro, ao lado do patriarca Benson com uma expressão assassina no rosto.

Ela estava definitiva e totalmente ferrada!

A realidade de um sonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora