Capítulo 23

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Sina Deinert

Será que tudo que faço é sofrer? Não tem outra explicação é cada coisa que me acontece que às vezes penso que foi para isso que nasci.
Os meus olhos estão tão pesados. Tento abrir uma, duas, mas só consigo abri-los na terceira, mas a claridade não ajuda muito.
Consigo enfim focar onde estou. Esse é o quarto do Noah? O que estou fazendo aqui? Não deveria estar em um hospital?
Só de pensar demais a minha cabeça começa a doer mais, não tem ninguém aqui. Tento encostar-me na cabeceira da cama quando me movo um pouco sinto uma fisgada muito forte na minha coxa fecho os olhos e respiro profundamente tentando controlar a dor. A cada movimento que faço sinto mais e mais fisgadas. Depois da terceira tentativa, enfim consigo.
Que merda, quero ir ao banheiro, a minha bexiga está quase estourando aqui e agora o que faço?
Melhor ainda, cadê o Noah? Merda, merda, mil vezes merda, vejo que a minha perna está enfaixada, coloco um travesseiro embaixo só assim me sinto um pouco mais aliviada. Quando abro a boca para começar a gritar, ele abre a porta.
Entra no quarto com uma blusa branca apertada e uma calça de moletom na cor cinza, é até estranho estou acostumada a vê-lo só de terno. Desse jeito o seu corpo fica ainda mais delicioso, droga, foco, Sina, foco.
— O que estou fazendo aqui, Noah?
— Aqui em meu quarto ou aqui no apartamento?
— As duas coisas.
— Te levei para o hospital, eles fizeram uma cirurgia na sua perna, tiveram também de fazer uma transfusão de sangue. Você perdeu bastante, quando tudo terminou resolvi te trazer para cá, achei mais seguro.
— Por que estou no seu quarto?
Ele se senta na beirada da cama.
— Sina, você não conseguiria ficar sozinha, aqui pelo menos poderei ficar de olho em você.
— Não acho isso uma boa ideia.
— Se você está achando ruim é só se levantar e ir para o seu quarto.
— Você sabe muito bem que não consigo.
— Então não estou entendendo, o questionamento.
— Gosto de ter pelo menos um pouco de privacidade.
— É melhor você pensar bem, tem certeza de que quer ficar sozinha?
Deixa de ser burra, Sina, você não está nem conseguindo ir ao banheiro direito.
— É melhor aqui mesmo.
— Pensei que seria cabeça dura até nisso.
— Para de falar isso eu não sou assim.
— Se você acha! Como você está se sentindo?
— Apesar de tudo, estou bem. A minha perna está doendo a cada movimento e a minha cabeça também.
— O médico falou que isso iria acontecer, por isso passou esse remédio. — Fala pegando um vidro e um copo de água que estava em uma mesa próximo da vidraça enorme que tem no seu quarto. Ele me entrega, tomo o remédio e encosto a cabeça.
Ele fica me observando atentamente e se senta do meu lado, fico sem saber o que fazer isso está tão estranho.
— Quando você estiver melhor, tenho uma proposta para te fazer. Viro-me para ele.
— O que seria?
— Deixa de ser curiosa, vou esperar você está melhor aí te falo.
— Se você vai esperar qual o motivo de me falar, só vai me deixar mais curiosa. Odeio isso ou fala ou cala a boca.
Ele começa a rir de mim.
— Para de ficar rindo de mim, Noah, estou falando sério.
— Sei.
— Então para.
— Ok! Parei, você está precisando de algo?
— Você não imagina o quanto é assustador, ter que ver você sendo tão gentil comigo.
— Por que teria algum motivo para não ser?
A única coisa que vem na minha cabeça é eu saber quem o roubou.
— Nenhum.
— Então não vejo motivo para te tratar mal.
— Sabe, tem uma coisa que gostaria muito mesmo.
— O que seria?
— Estou morrendo de vontade de ir ao banheiro.
— Por que não falou antes?
— Porque estou morrendo de vergonha.
— Você querendo ou não, vou te ajudar Sina.
— Sei.
— Então vamos.

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