Capítulo 35

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Sina Deinert

Já faz quatro meses que fugi do Noah, para falar a verdade no começo foi difícil começar do zero. As coisas estão caminhando muito bem. Estou com quase cinco meses de gravidez amanhã tenho consulta e o médico me disse que talvez dê para saber o sexo do bebê. Eu queria deixar tudo para trás, mas não dá, vira e mexe me pego pensando nele. Nas suas carícias e nos seus beijos, gostaria de esquecer, mas é muito difícil.
Depois que cheguei em Dublin, na Irlanda decidi ir para Limerick por ser uma cidade mais nova com a sua alta concentração de pubs e restaurantes, foi graças a isso que consegui um emprego de Bartender em pub local. Aqui é tão lindo, o estilo rústico e medieval me faz lembrar tanto de Game of Thrones, e do meu amado Jon Snow, só de lembrar disso me dá uma grande saudade da minha espada.
O dono do pub que trabalho é um senhor muito bom mesmo, trabalho para ele a noite e consegui um pequeno apartamento que divido com a Any. Uma menina de dezoito anos que faz intercâmbio, ela é do Brasil, mas para todos aqui sou apenas uma americana a procura de um lugar para viver com o meu filho. Nunca fui de ter amigas, mas a Any é ótima, quando estou perto dela é como se ela fosse a minha irmã, além de ser muita mais doida do que eu. Economizo tudo que posso, afinal faltam quatro meses para o meu filho nascer.
— Sininho olha o que eu trouxe para o meu afilhado?
— Que afilhado, Any?
— Nossa... Sina, porra, eu não vou ser madrinha do seu filho?
— Estou brincando, boba e lógico que é você.
— É bom mesmo porque, já me considero
— Você está lendo muito, mostre logo o que você trouxe.
Ela me dá uma caixa, abro para ver um macacão com o tema do Harry Potter, lágrimas já se formam nos meus olhos.
— Eu vou te matar, Any você sabe que amo o Harry Potter.
— Sei e é por isso que somos amigas. — Ela se senta no sofá comigo e fica assistindo os sete pecados.
Any é escritora e como eu adora animes e séries a única diferença é que ela fala tudo que pensa, resumindo é doida.
— E o seu livro?
— Mandei para várias editoras só esperando uma resposta.
— Você vai conseguir, ele é ótimo.
— Tomara mesmo o meu sonho é conseguir sobreviver só escrevendo livros.
— Você vai conseguir.
— Você sabe que é por isso que te amo.
— Eu sei.
Ela faz um intercâmbio cultural, para se aprimorar para o seu livro.
— Você não tem vontade de voltar para o Brasil?
— Por enquanto não, você sabe não deu muito certo com a minha família e toda aquela merda de vida.
— É sei.
— Mudando de assunto amanhã é sábado que tal irmos passear um pouco?
— Com certeza.
— Ok então. Amanhã vamos a sua consulta de manhã e de lá, vamos passear.
— Combinado, estou louca para saber se é menino ou menina.
— Eu também, mas no fundo gostaria que fosse uma menina imagina as roupas que poderemos comprar para ela, já estou até imaginando ela de Hermione. Melhor ainda de vampira, ou então de bruxa ia ser muito louco.
— Calma aí! Não se esqueça da Daenerys.
— E se for menino nós vamos vestir ele de Jon Snow.
— Ia ser perfeito.
—Vai ser perfeito, confia em mim.
— Tenho medo de não conseguir sozinha.
Ela me dá um tapa na cabeça.
— Isso dói — falo passando a mão.
— E quem te falou que está sozinha, eu não sou ninguém é?
— Você tem sua vida, não quero te atrapalhar ainda mais.
— Pode ficar tranquila, assim que você ganhar o nosso filho, você ficará com ele e eu trabalho nem que seja em uns dois a três empregos, mais não vai faltar nada para você e o bebê eu te prometo, você agora é minha família.
— Por que você não apareceu na minha vida antes?
— Provavelmente porque, não era à hora certa.
Terminamos de assistir e fomos dormir e na manhã seguinte me arrumo e espero a Any na sala.
— Anda logo sua doida, tenho hora marcada.
— Já estou indo.
Ela aparece na sala, com as suas típicas roupas pretas.
— Já te falei que adoro a cor do seu cabelo?
— Sério? Tô pensando em pintar de preto — fala pegando em uma mecha e a analisando.
— Eu te mato se você pensar em pintar ele.
— Tá bom! Oh!... Estressadinha, não era você que estava atrasada?
— É mesmo, vamos.
Saímos e pegamos um táxi em menos de vinte minutos chegamos.
— Estou tão nervosa.
— Calma estou aqui.
Ela segura na minha mão enquanto o médico passa um gel em minha barriga.
— E aí doutor, vai dar para ver o sexo?
— Acabei de ver.
— Então desembucha.
— Any!
— O que foi?
— Pode deixar Sina, já estou acostumando com o jeito da sua amiga.
— Desculpa, doutor.
— Parabéns é uma menina.
Meu coração se enche de alegria, uma menina.
— Sabia, não te falei Sina? é uma menina, vou ser a melhor madrinha para ela.
— Eu sei disso.
Saímos e ficamos a tarde toda andando pela cidade, nunca pensei que seria tão feliz como agora.
Assim, deu sete horas, nós duas nos vestimos e saímos para trabalhar. O pub nos finais de semana fica lotado.
— Daqui em um mês quero ver se você consegue ficar em pé tanto tempo, vou colocar uma cadeira aqui dentro assim se você se cansar é só sentar.
— Não precisa, Any.
— Me fala isso quando estiver com os pés inchados.
— Credo.
— Que tal uma das gostosas me servir uma cerveja. Viro-me no mesmo tempo que ela, quando vou responder ela já começo a fico só observando.
— Claro, pego a cerveja e enfio no seu cu seu idiota.
— O que você falou garota?
— Além de escroto é surdo?
— Vou falar para o dono dessa porcaria, como sua funcionária está tratando os clientes.
— Quando você o ver, aproveita e manda um beijo, fala que foi a Any que mandou.
Ele sai resmungando.
— Você gosta de arrumar confusão?
— Só esse bando de imbecil começa a tratar as mulheres com respeito, ele deu sorte já ia pular este balcão e arrebentar a cara dele.
— Tenho certeza disso.
Ela me dá um beijo no rosto e vai atender outros clientes.
Já é uma hora da manhã, Any já se arrumou e foi dormir. Preferi ficar um pouco na sala assistindo televisão.
Quando vou me levantar para ir para a cama, ouço um estrondo. Viro-me para ver dois homens entrando, no impulso fico de pé e vejo a Any correr em minha direção ficando do meu lado.
A pessoa acende a luz, o que vejo me deixa sem chão, na frente está o Noah e logo atrás dele está o Josh.
Ele anda até nós, me olha dos pés à cabeça, dá um dos seus sorrisos.
— Sentiu saudade, amor?

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