Férias

75 8 0
                                    


Já haviam se passado dois meses desde o episódio do porco, e, surpreendentemente, o grupo não havia se envolvido em nenhuma confusão desde então. Apesar dos pequenos problemas ocasionais com a gangue, nada que não fosse rapidamente resolvido.

Com as provas finais se aproximando, a tensão tomou conta da escola. Os estudantes estavam se dedicando intensamente aos estudos, e ninguém estava mais focado do que Xue Yang. Como ele mesmo costumava dizer, era o único bolsista da escola, e essa responsabilidade o fazia se esforçar ainda mais.

A rotina diária estava repleta de sessões de estudo extenuantes, e Xue Yang estava determinado a manter seu desempenho. A pressão estava alta, mas ele sabia que o esforço seria recompensado.

— Porra, eu não aguento mais estudar. Ah, eu queria tanto viajar nas férias – reclamou Xue Yang, visivelmente exausto.

— E o que te impede? – questionou Jiang Cheng, levantando uma sobrancelha.

— O dinheiro que eu não tenho – respondeu Xue Yang com um suspiro.

— Ei, vocês podiam ir com a gente para o sítio da família – sugeriu Wei Wuxian animadamente.

Jiang Cheng concordou com um aceno de cabeça, e o restante do grupo, que incluía Xue Yang, Nie Huaisang (que estava lá para estudar), Hu Lin (que inexplicavelmente se hospedou na casa dos Jiang), Chang Yin, Fu Chyou, Gu Dion, Gu Kion, Chun Deshi, Jagn, Hiroshima e Yong Mei, todos reunidos sem motivo aparente, se animou com a ideia.

— O Robson foi pra lá, né? – perguntou Yong Mei, referindo-se ao porco de algum tempo atrás. Até hoje, ninguém sabe de onde o alfa tirou aquele porco, mas ele sempre dá de ombros e desvia do assunto.

— Sim, seu demônio também foi para lá – confirmou Jiang Cheng com um sorriso.

— Bom, ótimo, está decidido. Depois das provas finais, vamos todos tirar férias – afirmou Wei Wuxian, com um brilho de entusiasmo nos olhos.

A perspectiva de uma viagem ao sítio trouxe uma onda de alívio e excitação para o grupo. A ideia de deixar de lado a pressão das provas finais e desfrutar de um tempo juntos no campo parecia a escapada perfeita.

— Você não estuda Yong Mei ? – questionou Huaisang, curioso.

— Larguei aos treze, quando o homem que ajudou na minha formação largou minha mãe por uma novinha qualquer. Saí da escola e fui trabalhar. Trabalho em três empregos: sou caixa, garçom e segurança de boate – respondeu Yong Mei de maneira simplista.

— Ah... Você tem quantos anos agora? – perguntou Nie, com um tom de preocupação.

— O quê? Tenho cara de velho? Tenho a mesma idade de Hu Lin e Wei Wuxian, eu só não tenho os mesmos privilégios que vocês – retrucou Yong Mei, com um sorriso ligeiramente amargo.

— Eu também larguei a escola – disse Hiroshima, com um olhar distante. — Larguei para cuidar da minha irmã depois da morte da minha mãe. Nunca tive pai, então só sobrou eu e ela.

— Oh! Quantos anos ela tem? – perguntou Xue, notando que o grupo todo estava agora atento à conversa. Todos estavam reunidos na sala dos Jiang, tentando não fazer muito barulho, já que Madame Yu estava trabalhando em casa.

— Linlin agora tem 8 anos. Ela é meu bem mais precioso e eu faria qualquer coisa por ela.

— Linlin? Achei que fossem japoneses – comentou Xue, surpreso.

— Meu pai era japonês, então ele escolheu o meu nome. Depois da morte do meu pai, minha mãe veio para cá e conheceu o pai da Hua Lin. Antes dela morrer, o desgraçado sumiu, deixando apenas um bilhete dizendo que não estava pronto para ser pai. Acredita na cara de pau desse vagabundo? – respondeu Hiroshima, batendo levemente na mesa, mas não deixou de sorrir. Ele não se importava de cuidar da irmã mais nova, independente das dificuldades, desde que tinha 14 anos. Para ele, era apenas mais uma parte de sua vida.

My way Onde histórias criam vida. Descubra agora