Pedacinho de céu

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Jiang Cheng, ao entrar no interior da casa, não conseguiu conter sua frustração e gritou:

— Yanli, tem só dois quartos aqui, um banheiro de água um tanto quanto limitada, a cozinha é minúscula, e a sala é o maior cômodo da casa, mas tem a merda de um buraco na parede. Além de tudo, teremos que cuidar da fazenda?

O grupo olhou para Jiang Yanli, que apenas deu de ombros, enquanto todos protestavam em descontentamento.

— Sério, Jiang Yanli, essa é a última vez que aceito vir em uma viagem com você – reclamou Hiroshima, o japonês, com um olhar de quem perdeu o último sushi do buffet.

— Jie Jie, somos 19 pessoas e só dois quartos minúsculos. Vai ser complicado, além do rancho estar caindo aos pedaços – comentou Wei Wuxian emburrado, como se tivesse perdido seu brinquedo favorito.

— Por isso mesmo decidi que viríamos pra cá. Desculpe, Yong Mei, mas o seu porco não está aqui; ele está em uma das grandes fazendas da nossa família.

— Que, a propósito, deveríamos estar lá, não nesse fim de mundo – choramingou Nie Huaisang, se jogando no chão que fez um grande estralo.

— Nie Huaisang! O chão é de madeira. Vai quebrar o chão, desgraça?

— Ih, eu lá sabia, Jiang Cheng? Não enche. Nem acredito que você fez uma dessas com a gente, Yanli. Me sinto traído, sabe? Mas já que estamos nessa merda... – disse o garoto, se levantando. — EU FICO COM A OUTRA CAMA!

— NÃO VAI MESMO! – Wei Wuxian gritou, correndo logo atrás do mesmo.

O resto do grupo fez o mesmo e começaram a brigar pelas camas.

— SAI DAÍ, WEI YING! A CAMA É MINHA, CARALHO!

— NOS SEUS SONHOS, SEU FILHO DA ÉGUA!

A briga se alastrou por todas as camas da casa, terminando com todas as camas quebradas.

— Ah, pronto. Ótimo. Excelente. Vamos todos dormir no chão. – Jiang Cheng olhou para toda aquela bagunça e pensou: "Essas vão ser longas férias."

— E o que iremos fazer agora, hein, senhorita? – questionou Jin Guangyao.

— Não se preocupem. Vão trabalhar tanto que vão estar cansados demais para perceberem onde estão dormindo.

Todos em uníssono resmungaram: — Puta. Que. Pariu.

A noite restante foi gasta com o grupo se ajeitando para dormir. Eles improvisaram pegando todos os colchões da casa e espalhando pela sala, onde finalmente se acomodaram.

Logo no início da manhã seguinte, Yanli fez questão de acordar todos, o que resultou em muitos murmúrios e reclamações enquanto se arrastavam para fora das camas improvisadas. A situação da casa era realmente precária, e havia muito trabalho a ser feito.

Jiang Cheng, Jin Guangyao, Yong Mei e Nie Huaisang foram encarregados de cuidar dos animais da fazenda. Enfrentando o cenário de uma fazenda antiga e mal cuidada, eles tinham diante de si a responsabilidade de cuidar de cinco porcos, dez galinhas, oito galos, três vacas, um bode e muitos pintinhos.

— Sinceramente, eu não posso trabalhar em outro lugar? Não quero ficar aqui com certas pessoas... – Nie Huaisang reclamou olhando diretamente para Jin Guangyao.

— Aprecio seu desgosto por mim, jovem mestre Nie – Jin Guangyao comentou com um sorriso cínico.

— Espero que morra pisoteado – rebateu Nie Huaisang, dando-lhe o dedo do meio.

— Vamos nos acalmar, queridos. Olha só, podemos nos separar em duplas: eu vou com o Nie Huaisang e o Jin Guangyao vai com o A-Cheng.

— Eu que não vou com esse doido, vai que ele me mata? – exclamou Guangyao.

— Eu que não quero ir com você, sua cobra. É bom que me tema mesmo. Me tema, não me ame.

— Por isso está solteiro! – zombou o Jin, mas parou no momento que o ômega de olhos violetas ameaçou partir pra cima. Yong Mei, vendo a situação, decidiu seguir com Jin Guangyao. Os dois ômegas ficaram com os porcos, as galinhas e os pintinhos, enquanto o alfa e o ômega Jin ficaram com as vacas, o bode e os galos.

— Bom... Guangyao, né? Do que você gosta?

— Do irmão do Huaisang.

— Interessante, ele sabe?

— Eu tento, mas o Huaisang sempre me impede.

— CLARO QUE EU NÃO VOU DEIXAR MEU IRMÃO COM VOCÊ, SEU OBCECADO!

— FOI SÓ UMA VEZ!

— O que ele fez, gente? – perguntou o alfa com curiosidade. Os três ômegas se olharam como se estivessem se falando telepaticamente. Depois de alguns minutos, Nie Huaisang começou.

— A pergunta em questão é o que ele não fez: simpatia, amarração amorosa, feitiços, boneco vudu, todo tipo de coisa pro meu irmão gostar dele.

— Não é como se tivesse dado certo de qualquer jeito – resmungou o Jin.

— De qualquer modo, o Nie gege nunca foi pego nos feitiços do Guangyao.

— Que medo de você. Cê parou com isso, né?

— Depois que não deu certo, eu desisti.

— Tem certeza? – questionou Jiang Cheng, levando os porcos para fora do curral.

— Absoluta, mas não vou desistir do meu Nie Mingjue.

— Que seu o quê, seu maluco? Se interna, seu maluco!

— EU VOU TRATAR SEU IRMÃO MUITO BEM! NUNCA VOU TRAIR ELE!

— FODA-SE!

— ME AJUDA A CONQUISTAR SEU IRMÃO!

— PARA DE GRITAR, TÁ ASSUSTANDO AS VACAS, CARALHO! – Quando o alfa disse, já tinha sido tarde demais. Os animais já haviam fugido.

— Caralho...

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Hiroshima, Xue Yang, Jin Xuanyu de 5 anos e a pequena LinLin de 8 anos foram designados para a limpeza da casa, enquanto os outros começaram a lidar com a situação dos quartos.

Hiroshima olhou ao redor da sala empoeirada e suspirou profundamente.

— Bom, pessoal, vamos começar por aqui – disse, pegando uma vassoura velha e começando a varrer.

Xue Yang, sempre com uma expressão de pouco caso, pegou um pano e começou a limpar as superfícies mais altas.

— Isso parece um filme de terror. Aposto que essa casa não vê uma limpeza há décadas – comentou ele.

Jin Xuanyu, com apenas 5 anos, estava animado para ajudar. Ele pegou um pequeno balde de água e começou a esfregar o chão.

— Eu vou deixar o chão brilhando! – exclamou, determinado.

A pequena LinLin, de 8 anos, imitou o irmão mais velho, segurando um pano e tentando limpar uma cadeira. Seu entusiasmo era contagiante, e ela sorria enquanto trabalhava.

— Olha, estou ajudando também! – disse ela, sorrindo para Hiroshima.

Eles estavam fazendo um progresso significativo. A poeira começava a diminuir, e o ambiente já parecia mais habitável. Hiroshima sorriu para as crianças.

— Vocês estão fazendo um ótimo trabalho. Vamos conseguir deixar esse lugar decente em pouco tempo.

Xue Yang, apesar de seu comportamento usualmente indiferente, estava surpreso com a dedicação das crianças.

As crianças sorriram, felizes com o elogio. Com o tempo, a casa começou a tomar uma aparência mais acolhedora. As superfícies estavam mais limpas, o chão brilhava e até mesmo o buraco na parede parecia menos intimidante.

Claro, se ele não começasse a abrir mais.

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Continua

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