Por o pé na estrada

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Na manhã seguinte, um grito ecoou tão alto que assustou até as galinhas no galinheiro - que, aliás, permaneciam intactas.

- COMO CARALHOS AS VACAS FORAM ROUBADAS, MANO? - Jiang Cheng berrava em português, enquanto os amigos ao redor tentavam entender o surto. Ele segurava os cabelos como se fosse arrancá-los na base do desespero.

- O que ele tá dizendo? - Jin Guangyao perguntou, olhando confuso para Jin Zixuan.

- Acho que ele tá xingando a vaca? - chutou Jin Zixuan, coçando a cabeça.

Enquanto isso, Jiang Yanli, calma como sempre, apenas sussurrou:

- Não creio... - Ela apontava para a cerca destruída, com uma expressão que beirava o luto.

Nie Huaisang, por sua vez, entrou em modo dramático total. Ele segurou o coração, como se fosse desmaiar a qualquer momento.

- Gente, pelo amor de Deus, o que vamos fazer agora? - Ele quase soluçava, olhando para o céu como se aguardasse uma intervenção divina.

Wei Wuxian, que tinha acabado de chegar mastigando um pão, parou ao lado de Jiang Cheng e olhou para o cenário devastado.

- Vocês já consideraram que talvez... as vacas tenham simplesmente se rebelado? - Ele perguntou, gesticulando para a cerca destruída. - Tipo um motim bovino.

- NÃO TEM GRAÇA, WEI WUXIAN! - Jiang Cheng rugiu, agora balançando Wei pelos ombros. - Alguém ROUBOU as vacas!

Gu Kion entrou na cena com a sutileza de um trator.

- Relaxa, Cheng, a gente resolve isso. - Ele flexionou os músculos de propósito, claramente achando que sairia correndo atrás dos ladrões sozinho.

- Resolve como? Vai lutar contra os bandidos na base do braço? - Nie Huaisang rebateu, agora abanando um leque imaginário.

Jiang Cheng suspirou, derrotado.

- Tô cercado de idiotas.

No meio da confusão, Hiroshima chegou com uma prancheta e ar de quem tinha algo importante a dizer.

- Fiz uma lista das possíveis soluções. Número um: chamar a polícia. Número dois: investigar as pegadas na lama. Número três... - Ele olhou diretamente para Wei Wuxian. - Parar de fazer piada com os problemas sérios.

Wei sorriu, inocente.

- Não dá, é minha especialidade.

O grupo inteiro continuou discutindo, e enquanto isso, ninguém percebeu que Jin Xuanyu, com seus cinco anos, estava calmamente apontando para o horizonte.

- Olha, elas estão ali. - Ele disse, com a naturalidade de quem não sabia que acabava de salvar o dia.

Todos pararam.

- Onde? - Jiang Cheng perguntou, desesperado.

- Atrás daquele monte. Tem um cara puxando elas. - Xuanyu apontava como se fosse óbvio.

E assim começou a correria. Alfas, ômegas e betas saíram tropeçando uns nos outros, correndo em direção ao monte com a sincronia de um bando de galinhas desorientadas.

A caça às vacas tinha oficialmente começado.

Reunidos na pequena sala da casa principal, o grupo estava em um debate acalorado. Apesar de estarem sentados em cadeiras improvisadas, sofás rasgados ou até no chão, a energia no ambiente era de pura tensão - o tipo de tensão que só surge quando vacas desaparecem misteriosamente no meio da noite.

- Eu digo que a gente tem que ir atrás! - Gu Dion proclamou, batendo a mão na mesa com tanta força que fez o copo de chá de Yan Jagn pular. - Não vamos deixar os bandidos pensarem que podem roubar nossas vacas e sair ilesos!

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