Carro suspeito

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Antes de entrar, Becky percebeu um carro  que passava devagar em frente a sua casa.

Ela parou por alguns momentos e balançou a cabeça negativamente dizendo a si mesma:

- Acho que tô ficando louca.

Deixou as pastas que segurava em cima de um móvel e pegou o telefone que tocava dentro da bolsa.

Ela atendeu, mas ninguém disse nada do outro lado e a ligação caiu em seguida.
Becky conferiu o número e percebeu que não era nenhum de seus contatos.

Ela não deu importância.
Soube por algumas alunas que ela havia se tornado a "paixonite" de alguns alunos mais velhos na escola e de alguma forma, sempre tentavam chamar sua atenção.

" Quem nunca teve um amor platônico?"

Pensou ela sorrindo sozinha e se acomodando numa confortável poltrona.

Ela tirou o cartão que Freen havia lhe dado e salvou seu número na agenda do celular.
Por um breve momento, o olhar da detetive tomou conta de seus pensamentos.

Becky lembrou de como Freen tinha sido arrogante quando foi vê-la na escola e da maneira como entrou na sala, como se não precisasse de permissão para entrar.

Becky havia ficado furiosa e pediu providências ao advogado.

A investigação sobre os crimes de Kirk a tornaram suspeita de algo que ela não havia feito.
Muitos policiais tentaram intimidá-la na época, mas isso não aconteceria novamente.

O tefone tocou.
Dessa vez era um número conhecido.

- Richie! Tem novidades pra mim?

- Sim srta. Armstrong. Ligo para tratar do assunto dessa manhã, sobre a detetive Sarocha. Falei diretamente com a comandante dela.

- Por favor, me chame pelo nome, somos amigos ou não somos?

- Becky, preciso saber se deseja seguir com o processo contra ela e o distrito. Meu conselho é que não siga adiante por enquanto.

- Aconteceu alguma coisa?

- Segundo a comandante, a detetive é uma das melhores do distrito, conhecida até mesmo em outras cidades. Ela foi designada para tratar de um caso que envolve você.

- Como assim?

- Kirk fugiu da prisão. Foi expedido um mandado contra ele. Agora é procurado em todo o país.

- Mas ele tá em outra cidade. O que isso tem   a ver comigo? Não temos mais nenhum envolvimento.

- Era sobre isso que a detetive Sarocha queria falar. A polícia precisa de informações suas sobre algo que é do interesse de Kirk.

Becky ficou em silêncio por alguns segundos e foi interrompida pelo advogado.

- Becky?...ainda taí?

- Sim. Estou aqui. Richie, acha que Kirk vem atrás de mim?

- Não sei detalhes Becky, amanhã irei ao distrito falar com a comandante responsável pelo caso.

- Me avise se tiver alguma novidade.

- Eu aviso e.. Becky...tenha cuidado.

Becky estava assustada.
Kirk não havia gostado do término do relacionamento, mas nunca a tratou com grosseria. Planejavam casar e ter filhos, mas o próprio Kirk estragou tudo.

Becky olhou para o telefone e a tela mostrava o número de Freen que havia acabado de salvar.

Curiosa do jeito que era, sabia que não conseguiria esperar até o amanhecer para saber mais detalhes.
Depois de pensar se deveria ou não,  resolveu ligar para a detetive.

- Alô!

- Detetive Sarocha?

- Sim!

- Quem fala é Becky Armstrong. Podemos conversar?

- Becky Armstrong? Rebecca Armstrong?

- Sim, disse que eu poderia ligar, você tem uns minutos, preciso conversar.

- Claro senhorita Armstrong, tenho todo o tempo que precisar.

- Detetive...

- Sim senhorita.

- Como você faz quando quer conversar com alguém sem que as pessoas saibam?

- Estamos fazendo isso agora, não estamos?
- Quis dizer, pessoalmente.

- Você tá em perigo? Tem alguém ameaçando você?

- Não! estou sozinha em casa. Meu advogado me atualizou sobre o assunto que você queria tratar.

- Quer que eu vá até aí?

- A verdade é que quando soube que Kirk fugiu, fiquei apreensiva. Antes de entrar em casa mais cedo, tive a impressão que alguém passou de carro olhando em minha direção, mas não pude vê quem era.

- Entendo. Por favor, fique calma e faça o que vou dizer.

Freen desligou e Nam a olhava com espanto.

- Caramba! Posso ir com você?

- Pode. Preciso que me deixe lá e depois vá até a casa da capitã.

- E por que você mesma não vai?

- Por que é a mesma casa da comandante que queria quebrar a minha cara mais cedo.

- Tudo bem. Eu vou, mas não esqueça que somos parceiras. Tô com você nesse caso.

As duas tomaram o último gole de uísque e saíram.

FREENBECKY EM CASOS DE ''POLÍCIAS''Onde histórias criam vida. Descubra agora