O retorno de Armstrong

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Freen passou o resto do dia com Nam.
A amiga estava fraca.

Ainda sentia dificuldades para respirar, mas respondia bem aos medicamentos.

Becky soube da notícia e fez questão de ir até o hospital.

Já era noite, quando foi visitar Nam.

Com muito cuidado, tocou no ombro de Freen para acordá-la.
Ela dormia, sentada na cadeira ao lado do leito.

Fez sinal para Freen acompanhá-la.

- Como ela está?

Perguntou a diretora.

- Fraca, ainda precisa do auxílio da máscara de oxigênio. Mas acordou e isso é uma grande vitória.

Freen estava admirada com a Diretora.
Voltou com o semblante mais alegre, diferente da mulher assustada que deixou no aeroporto.

Havia cortado o cabelo um pouco acima dos ombros.

Freen a elogiou.

- Parece que a viagem fez bem a você. Adorei o novo visual. Esse novo corte combinou muito. Ficou perfeito em você.

Becky sorriu, envergonhada.

- Já disseram que você fica uma gracinha com o rosto corado?

- Por favor! Está me deixando sem jeito detetive.

Freen continuou a admirar Becky que retribuiu o olhar.

- Vim até aqui para fazer uma proposta.

Freen arregalou os olhos.

- Que tipo de proposta?

Becky deu um tapinha de leve no braço da detetive que olhava cinicamente para ela.

- Não é o que você tá pensando detetive. Vocês arriscaram a vida por mim e eu quero poder recompensar de alguma maneira.

- Como?

- Primeiro, vou arcar com as despesas do hospital e do tratamento da detetive Nam até ela poder voltar ao trabalho. Segundo, em agradecimento, gostaria que ela fosse para minha casa quando saísse do hospital.

- Vamos ter que esperar ela acordar pra saber o que ela acha disso.

- Tudo bem, assim que ela puder, eu mesma conversarei com ela, também sou muito boa em convencer as mulheres.

- É mesmo!!?

‐ É.

Disse Becky dando outro tapinha em Freen, dessa vez mais forte.

- Sabe que se ela for pra sua casa eu vou junto né? Não vou deixá-la sozinha.

- Por mim tudo bem detetive. Minha casa é grande e você já dormiu no sofá mesmo.

Dessa vez, Becky quem fez uma cara cínica.
Sorriu, mordendo uma parte dos lábios.

Freen imaginou um milhão de besteiras enquanto olhava para os lábios da diretora.

Algumas semanas se passaram.
Nam recebeu alta do hospital com a condição que ficaria em repouso absoluto por um tempo.

Becky não teve trabalho para convencê-la a terminar a recuperação como sua hóspede.

Nam recebia todo cuidado médico necessário de uma enfermeira particular bancada pela diretora Armstrong.

Becky estava feliz em ter a companhia das duas detetives.

Durante esse tempo, as investigações sobre o paradeiro de Kirk avançaram.

A comandante e sua equipe trabalharam incansavelmente e fecharam ainda mais o cerco contra ele e seus comparsas.

Freen aproveitava cada minuto na casa de Becky para conquistar o máximo de confiança que podia, o que não foi difícil.

Becky estava completamente envolvida com a detetive.
Mudou totalmente seu conceito em relação a Freen.
A permanência dela em sua casa, deu oportunidade da diretora conhecê-la melhor.

O cuidado, a atenção e todo carinho que usava para cuidar de Nam, não fugiram do olhar atencioso de Becky.

Nam era engraçada e não era difícil fazer as pessoas gostarem dela.
Ria até mesmo quando sentia dor.
Tinha quase os mesmos gostos de Becky.

Faziam planos de ir a muitos lugares, quando ela estivesse recuperada.

Becky chegou a dizer que havia ganhado uma irmã.

Mas...

E quanto a Freen?

Quais seriam seus sentimentos em relação a detetive?

Durante a estadia na casa dos pais, a diretora pensou várias vezes, no dia que Freen bateu naquele homem tão maior que ela em força e tamanho, tudo para salvá-la.

A presença da detetive estava mexendo com os pensamentos de Becky.
Ela passava o dia fora, mas ia em casa, vez ou outra, para se certificar que Nam estava bem.

Becky chegava no final da tarde e todas se encontravam na hora do jantar.
Sendo filha única, a diretora adorava ter companhia.

Ela percebeu uma mudança na maneira como a detetive a tratava, tendo comentado sobre isso com Richie.

O advogado a alertou dizendo para ela ter cuidado.
Ele não gostava da presença de Freen e Nam na casa de Becky.

O que a diretora não sabia, é que a mudança de Freen fazia parte do plano de Irin para se aproximar e conseguir provas que levassem a Kirk.

A comandante havia dito para Freen fazer o que fosse preciso.
E era exatamente o que ela estava fazendo:

Usando todo seu poder de persuasão e... SEDUÇÃO.

Aceitar o convite da diretora foi uma ordem que Irin deu a Nam.

E ali estavam as duas.

- A Rebecca chega daqui a pouco.

- Rebecca? Quanta intimidade.

Freen falou enquanto tirava o casaco.

Nam sorriu como sempre.

- Ela me disse pra  chamá-la pelo nome. Ela manda e eu obedeço.

- Agora ela é sua chefe é?

As duas riram.

Freen sentou ao lado de Nam colocando o braço em volta da amiga, encostando a cabeça em seu ombro, dizendo:

- Não vejo a hora de voltarmos pra casa.

- Alguma novidade? O noivo não deu sinal de vida?

- Não. Parece que se escondeu em outro planeta.

Freen levantou, foi até o bar e serviu uma dose de uísque.

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Sim! A diretora tinha um mini bar na sala, que virou a parte da casa favorita da detetive. 🍷
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Becky chegou alguns minutos depois que Freen tomou o segundo copo.

Sem esperar convite, a diretora serviu uma dose para ela, tomando de uma vez.

Freen e Nam olharam espantadas, percebendo que a diretora não estava bem.

Nam pediu ajuda para Freen e foi para o quarto.
Antes de pedir que ela apagasse as luzes, disse para a amiga:

- Por que não vai lá e avança um pouco o sinal? Agora seria uma boa hora.

- Sabe que não gosto de fazer isso.

- Sabe que a comandante escolheu você porque é ótima nisso.

Freen se despediu e voltou para a sala onde estava Becky.





FREENBECKY EM CASOS DE ''POLÍCIAS''Onde histórias criam vida. Descubra agora