Fatalidade: parte 02

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Assim que todos foram embora, Becky fez um tour pela casa para apresentá-la a Nam.
Mostrou todas as saídas e entradas de todos os cômodos.

Era uma casa bem dividida, moderna e aconchegante.

Becky tinha bom gosto. Ela mesma cuidou de cada detalhe da decoração e dos móveis.
Tudo combinando em perfeita sincronia.

- Nossa!! Você tem muito bom gosto diretora Armstrong.

Becky sorriu. Disse a Nam que ficasse à vontade.
Subiu para o quarto e depois alguns minutos desceu novamente.

- Você vai a algum lugar senhorita?

Nam perguntou vendo que Becky havia trocado de roupa.

- Sim detetive. Gosto de fazer caminhada.

- Não acho que seja uma boa idéia.
- Não estou pedindo permissão, concordei que aceitaria a presença de vocês mas não serei prisioneira na minha própria casa.

Becky falou e saiu.

- Eita! Que mulher teimosa. Espere senhorita...irei com você.

- Gosta de exercícios diretora?

- Sim detetive. Faço caminhada todos os dias antes do trabalho. Às vezes, aproveito alguma aula de educação física e também faço corrida com os alunos. Ajuda a conquistar a confiança deles.

- Já experimentou praticar algum tipo de luta?

- Tipo essas que vocês treinam na academia de polícia?

As duas riram.

- Você é totalmente diferente da detetive Sarocha?

- As pessoas dizem isso o tempo todo.

Becky estava encantada com o jeito alegre de Nam.

Caminharam pelo quarteirão por cerca de meia hora.

- Detetive? Quer tomar uma bebida comigo?

- Não posso senhorita, estou trabalhando.

- Me referi a alguma coisa sem álcool.

Becky sorriu novamente e as duas sentaram numa mesa na calçada, em frente a uma lanchonete.

- Você e a detetive Sarocha moram juntas?

- Sim, mudamos a pouco tempo.

Nam falava sempre olhando diretamente nos olhos.
Becky baixou a cabeça meio sem jeito.

- Por que perguntou diretora?

- Por nada. Vocês parecem bem próximas.

Nam sorriu.

- Somos um casal diretora, por isso moramos juntas.

O rosto de Becky passou de rosado para vermelho.
Não queria ter sido tão inconveniente com a pergunta.

- Me desculpe detetive eu...não...não quis ser...

Nam sorriu ainda mais.

- Calma senhorita, não fique nervosa. Freen e eu somos apenas amigas. Já acostumamos com as pessoas achando que temos algo além disso.

- Perdoe-me, mas a detetive Sarocha disse que se relaciona com mulheres, então pensei que...

- A mulher fosse eu???

Nam falou rindo da cara de Becky.

- Não faria sentido mesmo. Você é muito diferente da detetive Sarocha. É alegre, divertida e ela é tão arrogante.

Nam parou de sorrir e falou com o olhar mais sério.

- Se quiser saber como ela realmente é diretora, tem que conhecê-la melhor. Freen é muito mais do que uma detetive sexy e doses de uísque.

Becky olhou para o relógio e disse a Nam que voltaria para casa.

- Vamos detetive, hoje você é minha convidada para o almoço.

As duas seguiram o caminho de volta para a casa da diretora.

Quando estavam próximas da casa, Nam tocou discretamente no ombro de Becky e pediu que ela acelerasse o passo, ao mesmo tempo, iniciou uma chamada.

- Estamos sendo seguidas. Continue andando normalmente e faça tudo que eu disser. Trouxe seu celular?

- Não!

- Tudo bem, tem um cara seguindo a gente, acabou de atravessar pro nosso lado da rua. Estou pedindo reforço.

- Agente Nop! Aqui é a Detetive Nam. Estou a uma quadra da casa da senhorita Armstrong. Preciso de apoio urgente.

Nam não conseguiu dizer mais nada.
Um carro parou a poucos metros de onde estavam.

Um homem desceu e ficou parado olhando para elas.

O outro homem que as seguia se aproximou e empurrou Nam.

Gritou algo como um palavrão e segurou o braço de Becky tentando levá-la com ele.

Com um movimento rápido, Nam o puxou pelo camisa e aplicou um soco.

- Corre diretora!

Becky correu mas Nam não fez o mesmo.
Dois disparos ecoaram e foram ouvidos longe.

Pessoas gritaram e correram procurando abrigo.

Nam caiu de joelhos e sentiu a pele ardendo nas costas.

Respirar ficou difícil.

Tudo parecia girar em câmera lenta.
Conseguiu vê a diretora Armstrong e um homem correndo atrás dela.

De repente, alguém passou por ela com uma arma em punho também correndo.

Nam empunhou sua arma e atirou.

O homem caiu cerca de dois metros a frente.

Nam sentiu algo escorrer pelo nariz.
Passou a mão no rosto e viu que era sangue.
Tentou levantar, mas foi em vão.

Procurou apoio, sentando encostada no muro.
Sentiu a camisa úmida. Era sangue.
Procurou pelo celular.

Respirar estava cada vez mais difícil.
Usou a discagem rápida e com dois toques ligou para Freen.

Conseguiu segurar o telefone por alguns segundos, mas Freen não atendeu.

O telefone caiu de suas mãos.
Antes de perder a consciência, ouviu um barulho distante parecido com uma sirene.
Foi o último som que ouviu.

A vista embaçou e tudo escureceu.
Nam caiu desacordada.

O agente Nop chegou pouco depois.
Usou o rádio para pedir socorro.
Várias pessoas se juntaram em volta dele e de Nam.

O policial pressionava o ferimento da detetive enquanto alguém dizia que o outro corpo caído estava sem vida.

- Aguenta detetive. Você é durona. Acertou aquele desgraçado, não pode ir junto com ele.

FREENBECKY EM CASOS DE ''POLÍCIAS''Onde histórias criam vida. Descubra agora